Semiologia do Sistema Urinário - Porto
Por: Ana Maria Bigolin • 20/10/2020 • Abstract • 2.901 Palavras (12 Páginas) • 309 Visualizações
Semiologia – Sistema Urinário
Função dos rins: manter o volume e a composição química dos líquidos do organismo dentro de limites adequados ao funcionamento das céls. Mantém a homeostasia, a constância do meio interno.
- Mantêm o equilíbrio por um eficiente sistema que poupa água e sais minerais nas quantidades adequadas, e excreta resíduos tóxicos do metabolismo normal, cuja acumulação é prejudicial à cél, como ureia creatinina, que são eliminados com a urina.
- Participam da excreção de fármacos e metabólitos, secretam hormônios que participam na regulação da hemodinâmica renal e sistêmica na produção de glóbulos vermelhos, na regulação do Ca, fósforo e metabolismo ósseo.
Ureteres: condutos que levam a urina dos rins à bexiga.
Bexiga: é um órgão mm arredondado, localizado na pelve servindo de depósito temporário para a urina, continuamente formada pelos rins.
Quando a urina ultrapassa os limites fisiológicos da capacidade de armazenamento da bexiga, é eliminada através da uretra.
RINS
- Em número de 2, são órgãos simétricos, com forma de feijão, com a parte convexa voltada para fora e a côncava, hilo renal, para a linha mediana. Localizam-se de cada lado da coluna vertebral, no espaço retroperitoneal.
- Rim adulto: mede cerca de 11 cm de comprimento, 3 cm de espessura e 5 cm de largura, ocupando, longitudinalmente, o espaço entre a 12ª vértebra torácica e a 3ª lombar. O direito ocupando uma posição cerca de 1,5 cm mais baixa que o esquerdo.
- Cada rim situa-se em massa de gordura perirrenal, posterior ao peritônio, em contato com os mm psoas maiores.
- Irrigação dos rins: artérias renais, que são originadas da aorta. A artéria renal geralmente é única, entra pelo hilo e divide-se em 5 artérias segmentares, correspondendo aos segmentos renais.
- Drenagem venosa: ocorre pelas veias que vão formar a veia renal, que deságua na cava inferior.
- Porção mais externa: córtex, de onde derivam formações de coloração mais escura, de forma piramidal, com vértice orientado para o hilo renal.
As formações constituem a medula renal, e sua ponte recebe o nome de papila. As pirâmides medulares são separadas entre si por extensões de tecido cortical, formando as colunas de bertin.
Papilas renais: se conectam a receptáculos musculomebranosos, os pequenos cálices. De 2 a 4 destes cálices unem-se para formar os grandes cálices, e estes formam a pelve renal, que se continua no ureter.
- Néfrons: unidades funcionais. Compõe-se de glomérulo, túbulos contornados (proximal e distal), alça de Henle e tubo coletor.
EXAME CLÍNICO
Anamnese
- Parte dos pacientes com lesão renal apresenta queixas que não guardam relação direta com os rins ou trato urinário. É o que acontece em afecções nas quais este órgão vai sendo lesado insidiosamente até atingir grave deterioração da função renal. Surgem variadas manifestações, incluindo astenia, náuseas, vômitos, anorexia, anemia e irritabilidade neuromuscular.
- Pacientes costumam atribuir aos rins sintomas que não decorrem de lesões do sistema urinário, estando nesta situação a dor lombar por alterações da coluna vertebral, a poliúria por hiperglicemia e a hematúria por distúrbio na coagulação do sangue.
Sinais e sintomas
- Manifestações de doenças do sistema urinário incluem alterações da micção e do volume, alterações da cor da urina, dor, edema, febre e calafrios.
ALTERAÇÕES DA MICÇÃO E DO VOLUME URINÁRIO
- Alterações de volume: oligúria, anúria e poliúria.
- Alterações da micção: disúria, urgência, polaciúria, hesitação, noctúria, retenção urinaria, incontinência e piúria.
Oligúria: excreção de um volume de urina inferior às necessidades de excreção de solutos. Diurese inferior a 400 ml/dia ou menos de 20 ml/hora. Geralmente decorre de redução do fluxo sanguíneo renal (desidratação, hemorragia, insuficiência cardíaca) ou por lesões renais (glomerulonefrite aguda, necrose tubular aguda).
Anúria: volume urinário inferior a 100 ml/24 h, geralmente ocorre obstrução bilateral das artérias renais ou dos ureteres, na necrose cortical bilateral e na insuficiência renal aguda (IRA) grave.
Poliúria: volume urinário superior a 2500 ml/dia. Verifica-se maior número de micções à noite também. Mecanismos básicos de poliúria: diurese osmótica, decorrente da excreção de um volume aumentando de solutos, determinando maior excreção de água (p. ex., diabetes melito descompensado), ou por incapacidade de concentração urinária (diabetes insípido, hipopotassemia).
Disúria: micção associada à sensação de dor, queimor ou desconforto. Ocorre em cistite, prostatite, uretrite, traumatismo geniturinário, irritantes uretrais, reação alérgica.
Urgência: necessidade súbita e imperiosa de urinar.
Polaciúria: aumento da frequência miccional, com intervalo entre as micções inferior a 2 horas e sem que haja concomitante aumento do volume urinário, traduz irritação vesical.
- Esses sintomas são provocados por redução da capacidade da bexiga, dor à distensão vesical ou por comprometimento da uretra posterior. Decorrem de várias causas, como infecção, cálculo, obstrução, alterações neurológicas e em condições psicológicas e fisiológicas, principalmente frio e ansiedade.
Hesitação: ocorre quando há um intervalo maior para que apareça o jato urinário. Indica geralmente obstrução do trato de saída da bexiga. Para urinar o paciente faz um esforço maior que em condições normais.
Nictúria ou noctúria: caracteriza-se quando o ritmo de diurese se altera, havendo necessidade de esvaziar a bexiga durante a noite. Reflete perda da capacidade de concentrar urina, como ocorre na fase inicial da insuficiência renal crônica, podendo-se observar nos pacientes com insuficiência cardíaca ou hepática que retêm líquido durante o dia, principalmente membros inferiores. Quando eles se deitam à noite, o excesso de líquido retido retorna à circulação, resultando em aumento da diurese.
Retenção
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