Manipuladores de Alimentos
Por: ilesigpinheiro29 • 5/5/2015 • Monografia • 1.341 Palavras (6 Páginas) • 354 Visualizações
1- INTRODUÇÃO
Os serviços de alimentação coletiva têm aumentado em todo o mundo, e no Brasil, este mercado com mais de 20 anos, atende cerca de dois milhões de trabalhadores. Com o crescimento desses serviços, pelo aumento da demanda, devido a grande procura pela praticidade que esse tipo de serviço oferece, observa-se que os alimentos ficaram mais expostos a uma série de perigos ou oportunidades de contaminações microbianas associados a práticas incorretas de manipulação e processamento, proveniente de bactérias colonizadoras em humanos. A detecção e rápida correção das falhas no processamento dos alimentos, bem como a adoção de medidas preventivas, são hoje as principais estratégias para o controle de qualidade desses produtos. Nesse sentido, agências governamentais e indústrias dos Estados Unidos da América (EUA) desenvolveram o Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle, que se baseia numa investigação sistemática para identificar, avaliar e controlar os perigos advindos de um processamento, em todas as suas fases.
Uma das vias de infecções é a ingestão de alimentos contaminados e uma das causas dessas infecções é a falta de um programa de treinamento de boas práticas de higiene para os indivíduos que trabalham direta ou indiretamente com o alimento, devendo tal treinamento ser contínuo para todos os envolvidos com a produção do mesmo.
Atualmente tem-se conhecimento de uma grande variedade de alimentos já envolvidos em surtos desta intoxicação, sendo de alto risco os alimentos que requerem considerável manipulação para seu preparo, devido à possível presença de microrganismos patógenos proveniente dos manipuladores e/ou o contato direto do alimento com machucados ou ferimentos nas mãos dos mesmos, e que permanecem em temperatura ambiente elevada e por muito tempo após sua preparação, tais como: carne bovina, carne seca, frango congelado e cozido, lagosta, camarão, caranguejo, peixe, língua, presunto, tortas de presunto e de carne de coelho, leite, queijo, creme de leite, sorvete, produtos cárneos embutidos, molho de frango e holandês, produtos de confeitaria recheados com creme natural ou artificial, como bolos, bombas, roscas, tortas e folhados, têm sido também relacionados a surtos de intoxicação alimentar estafilocócica.
O alimento é um importante elo na cadeia epidemiológica de doenças transmissíveis. sendo então considerado como “foodborne” todas as doenças vinculadas por alimentos, que em condições desfavoráveis promovem o crescimento por agentes bacterianos, (Clostridium perfringens, Staphylococcus aureus e salmonella).
Estes agentes bacterianos, por sua vez podem ocasionar alterações e/ou produzir sintomas de intoxicação, infecção e toxinfecções alimentares nos seus consumidores, os conceitos para os termos mencionados podem ser vistos no quadro a seguir:
DEFINIÇÃO POR: | INTOXICAÇÃO ALIMENTAR | INFECÇÃO ALIMENTAR | TOXINFECÇÃO ALIMENTAR |
Livro: Microbiologia dos alimentos (7) | Doença provocada pelo consumo de alimento contaminado por toxinas pré-formadas, veiculadas após a manipulação dos microrganismos. Não havendo necessariamente alteração sensorial do alimento.
| Doença causada pela ingestão de alimento contaminado por microrganismos capazes de se multiplicar no trato digestivo.
| Doença causada pela ingestão de alimento contaminado por microrganismos capazes de produzir enterotoxinas durante a colonização no trato digestivo – a toxina produzida dentro do nosso organismo q irá provocar a doença. |
Artigo Foodborne (6) | produção de toxinas nos alimentos contaminados antes do consumo; Diferentes tipos de alimentos oferecem riscos diferentes.
| ingestão do patógeno com o alimento, apresentando mecanismos de ação combinados como invasão, dano local, etc.
| produção de toxinas no trato gastrointestinal após a ingestão do alimento contaminado; |
EXEMPLOS: | staphylococcus aureus,
clostridium botulinum,
bacillus cereus | salmonella,
shigela,
campylobacter,
e.coli (E.ENTEROINVASORA, ENTEROPATOGÊNICA),
listeria | clostridium perfringens,
e.coli (ETEC, EHEC),
vibrium cholerae. |
A importância da transmissão de doenças infecciosas pelas mãos de manipuladores foi demonstrada há 120 anos atrás por Semmelweis, mas foi Price (1938), apud Crisley e Foter (1965), quem realmente estudou os tipos de bactérias na pele, classificando-as em "residentes e transitórias". Os microrganismos transitórios, representados principalmente pelas bactérias gram-negativas, são facilmente removidos pela lavagem adequada das mãos com bons detergentes. Os microrganismos residentes, na maioria gram-positivos, encontram-se em equilíbrio dinâmico como parasitas ou saprófitos na pele, embora 10 a 20% da microbiota esteja concentrada nas reentrâncias, onde os lipídios e o epitélio dificultam a sua remoção.
Segundo estudos realizados, os surtos por intoxicação alimentar são os mais relatados e os provocados por staphylococcus aureus os mais comuns.
Pois basta que o alimento encontre-se em condições favoráveis à multiplicação desses agentes bacterianos que em poucas horas, certas cepas produzem uma toxina termoestável que é responsável por quadros clínicos.
Porém, esses quadros confundem uma população pela ausência de conhecimento sobre o assunto, com isso será apresentado uma definição dessas bactérias, para uma melhor observação e um diagnóstico prévio.
O Staphylococcus aureus é um coco Gram positivo, sendo algumas cepas produtoras de toxina protéica altamente termoestável, que provoca intoxicação humana quando ingerida essas toxinas, produzidas por algumas cepas de S. aureus (A,B,C1-C3,D,E), devido muitas vezes o alimento ter permanecido em temperaturas inadequadas, ou seja, abaixo de 60ºC (140ºF) ou em temperatura fria, acima de 7,2ºC (45ºF), lembrando que uma vez produzida é quase impossível removê-la do alimento.
A intoxicação alimentar estafilocócica poderá apresentar sintomas tais como náuseas, vômitos e cólicas, entretanto a intensidade pode variar. A febre é incomum e a recuperação ocorre em cerca de dois dias, mas podem existir casos em que a duração seja maior ou até mesmo exigir a hospitalização.
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