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Obesidade

Por:   •  21/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.523 Palavras (7 Páginas)  •  439 Visualizações

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OBESIDADE

BASES BIOQUÍMICAS E MOLECULARES

RESUMO

  1. Introdução

         De acordo com a OMS, obesidade é uma condição caracterizada pelo excesso de gordura corporal, com implicações à saúde. A obesidade é um grande problema de saúde em todo o mundo, em particular o excesso de adiposidade visceral, pois está fortemente associado à resistência à insulina, diabetes melito tipo 2, aterosclerose, hipertensão, isquemia cardíaca, esteatose hepática e dislipidemias, condições que reduzem a expectativa de vida. Atualmente, sabe-se que o tecido adiposo, além de ter função de armazenamento de reservas energéticas na forma de triagliceróis, participa da integração do metabolismo sistêmico, este é considerado um órgão endócrino. O tecido adiposo tem a capacidade de produzir hormônios atuantes em processos fisiológicos e fisiopatológicos, e além disso o envolvimento desse tecido em doenças crônicas e em processos inflamatórios agudos indica que a compreensão de suas propriedades funcionais contribuirá para melhorar doenças que vem crescendo preocupantemente. Excesso de tecido adiposo em obesos está associado ao aumento das condições séricas de adipocinas (proteínas) pró-inflamatórias, evidenciando a relação entre obesidade e a inflamação crônica. Novos fatores secretados no tecido adiposo foram identificados atuando e favorecendo a resposta pró-inflamatória e a disfunção metabólica contribuindo para a reversão da inflamação.

  1. Tecido Adiposo

         O tecido adiposo é o principal reservatório energético do organismo. Os adipócitos são as células especializadas no armazenamento de lipídios na forma de triacilgliceróis no seu citoplasma, sem que isso seja nocivo a sua integridade funcional. Essas células possuem enzimas e proteínas reguladoras necessárias para sintetizar ácidos graxos (lipogênese) e estocar triacilgliceróis quando a oferta de energia for grande e mobilizá-los pela (lipólise) no déficit calórico.

        Existem dois tipos de tecidos adiposo: o branco e o marron

        Brancos: adipócitos maduros, armazenam triacilgliceróis em uma única e grande gota lipídica que ocupa de 85 a 90 % do citoplasma empurrando o núcleo e uma fina camada de citoplasma para a periferia da célula.

        Marron: especializados na produção de calor (termogênese) participando ativamente na temperatura corporal, possuem grande número de mitocôndrias, utilizam energia liberada pela oxidação de metabólitos por não possuírem enzimas necessárias para produção de ATP. Em indivíduos magros, os adipócitos promovem homeostase metabólica, e este tecido é encontrado em depósitos de gorduras viscerais,  no entanto, com o aumento do tamanho das células na presença da obesidade, ocorre o recrutamento e a infiltração de macrófagos, os quais, por sua vez, favorecem a inflamação local e a produção de citocínas inflamatórias e os depósitos de gordura se encontram também em outros locais do organismo, como: coração, rins, medula óssea, pulmão e vasos sanguíneos.

  1. Adipocinas

         São hormônios coletivamente referidos como adipocitocinas e em pacientes obesos, essas proteínas em concentrações elevadas participam de proteínas séricas na fase aguda do fígado, exercendo papel importante no processo inflamatório e na resposta imune na obesidade, nestes pacientes a adipocina com ação anti-inflamatória são reduzidas.

  1. Fator de Necrose Tumoral Alfa

         É uma inflamação do tecido adiposo, em 1993 foi identificado em diabetes e obesidades, daí a associação entre obesidade e inflamação. É sintetizada e secretada principalmente por monócitos, macrófagos e adipócitos. É uma proteína que apresenta ação autócrina, parácrina e endócrina, regulando a gordura corporal por meio da inibição da lipogênese e do estímulo da lipólise. Diversos estudos tem investigado a ação do Fator de necrose tumoral alfa envolvidos na resistência à insulina, a redução da sensibilidade periférica à ação da insulina favorece ao aumento da glicogênese hepática e reduz clearance de glicose pelos músculos esqueléticos e pelo tecido adiposo, induzindo a hiperisulinemia. Existe uma correlação negativa entre as concentrações plasmáticas de fator de necrose tumoral alfa e o metabolismo de glicose em indivíduos obesos, por isso se torna fator contribuinte para a resistência à insulina, existem concentrações elevadas no plasma e no tecido adiposo de indivíduos obesos.

  1. Leptina

         É um hormônio importante com efeitos centrais e periféricos no metabolismo e no balanço energético. É uma proteína que apresenta  papel importante no balanço de energia e apresenta duas ações: a primeira inibindo a ingestão alimentar e aumentando o gasto energético total e a segunda inibe a expressão de neuropeptídeo, aumentando a ingestão alimentar e reduzindo o gasto energético. Os efeitos da leptina aumentam a oxidação lipídica nos músculos esqueléticos e no fígado. A leptina contribui para redução de concentrações plasmáticas de ácidos graxos e de triacilgliceróis, regula o comportamento alimentar e reduz o gasto de energia. Na obesidade, a função central da leptina é bloqueada devido ao aumento de sua concentração.

  1. Interleucina -6

         A IL-6 é uma citocina pró-inflamatória, mediadora central da resposta de fase aguda, secretada por células endoteliais, células musculares lisas, monócitos, macrófagos e, principalmente, por adipócitos do tecido adiposo visceral e contribui para o desenvolvimento da lesão aterosclerótica por seus efeitos parácrino, autócrino e endócrino. Desempenha papel importante no metabolismo de lipídeos estimulando a atividade da enzima lípase, aumentando a liberação de ácidos graxos livres.

  1. Interleucina 18

         É uma citocina pró-inflamatória produzida pelos adipócitos, suas concentrações são elevadas em obesos diminuindo a perda de peso. Sua deficiência ocorre reações metabólicas, como resistência à insulina e hiperglicemia.

  1. Resistina

         É uma adipocina sintetizada e secretada pelo tecido adiposo, principalmente pelos adipócitos da gordura visceral, a qual apresenta importante papel na resistência à insulina, nas doenças cardiovasculares e na modulação do processo inflamatório. Promove hiperglicemia por acentuar a síntese hepática de glicose

  1. Proteína ligadora do retinol 4

         É uma proteína secretada pelos hepatócitos, responsável pelo transporte do retinol (vitamina A) no organismo. Secretada pelos adipócitos e macrófagos atuam inibindo a fosforilação do IRS 1, é importante na regulação da homeostase da glicose. É produzida pelo tecido adiposo visceral na presença da obesidade e da resitência à insulina.

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