Autismo Infantil: Intervenções Terapêuticas Não Medicamentosas
Por: Maria Salim • 15/11/2015 • Artigo • 4.830 Palavras (20 Páginas) • 945 Visualizações
Autismo Infantil: Intervenções Terapêuticas Não Medicamentosas
Maria Cristina Salim
Resumo:
O autismo é uma síndrome por alterações presentes desde idades muito precoces e que se caracteriza pela presença de desvios nas relações interpessoais, linguagem e comunicação, jogos e comportamento com início na infância até o final do terceiro ano de vida. Este estudo tem por objetivo: identificar as intervenções terapêuticas não medicamentosas utilizadas nos últimos 5 anos com crianças autistas. Pois devido atuação com criança autista me engajou o interesse de aprofundar meus conhecimentos no estudo sobre a intervenção deste transtorno. Foram escolhidos apenas artigos científicos que abordam os temas: Autismo Infantil, Terapia Ocupacional, Intervenções no Tratamento do autismo, entre os anos de 2005 e 2010. No total de 10137 artigos encontrados, somente 20 foram selecionados. De acordo com os critérios de inclusão: artigos publicados apenas em periódicos indexados; artigos publicados nos últimos 5 anos; trabalhos veiculados nos idiomas inglês, português e espanhol; e também, trabalhos empíricos, teóricos e de revisão acerca do tema. E os critérios de exclusão: trabalhos como artigos não-indexados, publicações distantes do tema em função da especificidade de seus objetivos, como a etiologia do autismo nos termos técnicos de genética e bioquímica, o autismo com comorbidade, transtorno invasivo do desenvolvimento como a Síndrome de Rett e Aspeger. Assim obtivemos as seguintes categorias temáticas construídas em 1(Níveis de Prevenção), 2(Modelos de Intervenção) e 3(Equipe). Os resultados obtidos indicaram que, atualmente, existem poucos estudos que correlacionam o autismo e outros tratamento não medicamentoso e a terapia ocupacional, nos três níveis de prevenção.
Palavras chave: autismo infantil, terapia ocupacional e transtorno autístico.
1 Autismo:
1.1 Definição:
Schwartzman (1994), define o autismo infantil como uma síndrome por alterações presentes desde idades muito precoces e que se caracteriza pela presença de desvios nas relações interpessoais, linguagem e comunicação, jogos e comportamento com início na infância até o final do terceiro ano de vida. Com relação ao quadro clínico apresenta variações em decorrência do processo de maturação do organismo e em reposta a inúmeros fatores de ordem do ambiente.
As características essenciais do Transtorno Autista, de acordo com o DSM-IV (1994), são a presença de um desenvolvimento acentuadamente anormal ou prejudicado na interação social e comunicação, tais como: comportamentos não-verbais, prejuízo no contato visual direto, expressão visual, posturas e gestos corporais, e um repertório marcantemente restrito de atividades e interesses. As manifestações do tratamento variam imensamente, dependendo do nível de desenvolvimento e idade cronológica do indivíduo.
Martelli e cols (2000), nos mostra com relação ao déficit social ou emocional, pode ser observado na não participação ativa de jogos ou brincadeiras sociais simples, preferindo atividades solitárias, ou envolve os outros em atividades apenas como instrumentos ou auxílios “mecânicos”. Freqüentemente, a conscientização da existência dos outros pelo individuo encontra-se bastante prejudicada, por meio disso, pode ignorar outras crianças, inclusive irmãos, não percebe o sofrimento de outra pessoa.
Os indivíduos com Transtorno Autista têm padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades. Pode existir uma preocupação total com um ou mais padrões estereotipados e restritos de interesse, anormais em intensidade ou foco, uma adesão aparentemente inflexível a rotinas ou rituais específicos e não funcionais, maneirismos motores estereotipados e repetitivos, ou uma preocupação persistente com partes de objetos (MARTELLI e COLS, 2000).
1.2 Etiologia:
Com relação a etiologia, existe uma série ampla e diversificada de hipótese, tais como: rejeição ou outros traumas emocionais nos primeiros meses de vida, perturbações profundas na relação da criança com o meio, ou organicamente predispostas, que um trauma emocional precipitou a desordem, fatores pré natais: antecedentes familiares com historia de alcoolismo, doenças psiquiátricas, retardo mental, epilepsia, moléstias virais durante a gestação, uso de medicamentos durante a gravidez, entre outros. Fatores Perinatais: complicações no momento do parto, baixo peso ao nascimento, baixo índice de APGAR, sangramento, parto prolongado, anomalias congênitas múltiplas, doença hemolítica, atraso no inicio da respiração e convulsões neonatais, entre outros (SCHAWARTZMAN, 1994).
1.3 Diagnóstico do Autismo:
Camargos Jr (2002), relata que o diagnóstico pode se dar com a criança por volta dos 2 anos ou entre 5 e 6 anos. De acordo com Martelli e cols (2000), este diagnóstico pode estar associados a outras patologias, tais como a epilepsia, paralisias cerebrais, síndromes genéticas e entre outras. Com isso torna se o diagnóstico difícil e freqüentemente o quadro clinico do autismo passa desapercebido e confunde se com outros quadros patológicos.
Na maioria dos casos são percebidos na escola, principalmente no pré-escolar, pelas professoras que, no convívio cotidiano e grupal, podem observar a impossibilidade destas crianças de se relacionar com outras crianças e/ou com as próprias professoras (MARTELLI e COLS, 2000).
2 Níveis de prevenção:
No campo de ações preventivas, que asseguram a melhoria do desenvolvimento do lactente\criança, pode-se encontrar três diferentes tipos de atenção que visam a prevenção da deficiência, ou que minimizam os seus efeitos, a saber: atenção primária, secundária e terciária.
De acordo com Nunes, Temporini e Temporini e Kara-José, a prevenção primária diz respeito à adoção de medidas gerais de promoção da saúde e de proteção específica, em relação a determinado problema de saúde. Para esses autores, a atenção primária inclui ações que visam garantir o bem-estar, bem como prevenir a ocorrência de agravos à saúde do indivíduo. Para a concretização desse objetivo são importantes a educação e a motivação sanitária.
Em relação ao campo da prevenção secundária, as ações abrangem medidas com vistas ao diagnóstico precoce e atendimento imediato
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