Manipulação na dieta de ruminantes para elevação natural da concentração de CLA nos alimentos
Por: Lorrany Del • 2/7/2019 • Resenha • 1.553 Palavras (7 Páginas) • 253 Visualizações
Manipulação na dieta de ruminantes para elevação natural da concentração de CLA nos alimentos.
O CLA (ácido linoleico conjugado) é um ácido graxo, originado a partir da reação de isomerização que ocorre durante o metabolismo do ácido linoleico no ambiente ruminal, assim pode se dizer que o CLA é um composto natural, existente em diferentes formas, de acordo com o arranjo de suas moléculas, caracterizando os isômeros geométricos do ácido linoleico que contém duas duplas ligações e que está presente em diversos alimentos de origem animal.
Podem existir diversos isômeros possíveis com esta característica, porém um deles têm despertado maior interesse em função dos seus efeitos biológicos já identificados. Sendo ele, Cis-9, trans-11 que foi identificado como um potente anticarcinogênico natural, e é o isômero principal na gordura do leite. O conteúdo de CLA na gordura do leite varia amplamente dentro de um rebanho. Esta variação pode estar relacionada com fatores associados a fermentação ruminal, relação concentrado forragem, níveis de ingestão e o consumo de plantas ricas em ácido linolêico.
Alimentos de origem animal de ruminantes foram apontados como fonte de CLA em dietas humanas, anteriormente outros estudos haviam descoberto a respeito das propriedades funcionais dos alimentos que continham CLA, como por exemplo o potencial efeito anticarcinogênico. Posteriormente outros efeitos benéficos do CLA foram descritos na literatura como a redução da gordura corporal, efeitos antidiabéticos e modulação do sistema imune.
O ácido linoleico conjugado é encontrado em maiores concentrações na gordura de ruminantes, como, por exemplo, carne de gado, laticínios, entre outros, pois são produzidos durante a biohidrogenação ruminal de ácido linolêico pelas bactérias do rúmen ou CLA pode ser sintetizado pela gordura animal, assim, a particularidade de CLA em produtos alimentícios derivados dos ruminantes relaciona a incompleta biohidrogenação dos ácidos graxos insaturados da dieta do animal no rúmen.
Atualmente, o consumo humano estimado de CLA, pela dieta normal, não é suficiente para exercer o potencial benéfico bioquímico, por isso, o aumento o CLA visa-se uma maior ingestão pelo ser humano de produtos ricos nesses ácidos graxos, portanto,o objetivo da revisão de literatura era demonstrar que através do método de estratégias nutricionais e da manipulação de dieta dos ruminantes poderíamos promover a elevação da concentração de Cla nos alimentos, que consequentemente gera melhoria à saúde da população e maior desenvolvimento socioeconômico.
O efeito da nutrição animal, apresenta respostas mais imediatas em relação ao aumento do teor de CLA na carne bovina, especialmente dietas ricas em forragem, óleos vegetais e combinações de pastagem e concentrado.
Nesse contexto, eu vou citar sobre um estudo, feito em 2016, por alunos de zootecnia da universidade federal de alagoas, com o título ‘’Efeito da nutrição sobre o teor de ácido linoléico conjugado na carne bovina’’
O artigo cita, fazendo referência a Lekesca et al. (2008), que foi realizado um estudo com o objetivo de compararem o teor de CLA na carne, produzida em dietas somente com forragem e dietas pelo sistema convencional dos EUA, ricas em concentrado. As amostras representativas da carne oriunda da dieta com concentrado foram de três regiões dos EUA, já da forragem foram coletadas de 15 diferentes produtores de carne. Neste estudo concluíram que dieta com forragem aumenta em até duas vezes o teor de CLA comparado ao concentrado.
Nesse mesmo estudo também descorre sobre ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS PARA AUMENTO DE CLA NA CARNE BOVINA.
Segundo o artigo, o uso de alimentos com maior teor de ácido linoleico na dieta de animais ruminantes pode ser uma via promissora para aumentar o teor de CLA na carne, visto que esse é derivado do ácido linoléico da dieta. E é apresentado alguns resultados científicos na tabela.
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O primeiro fator dietético foi o óleo de peixe, foram utilizados seis novilhos de determinada raça para receberem silagem de capim com teores de óleo de peixe, o que resultou em aumento de CLA, devido a inibição da biohidrogenação dos ácidos graxos do rúmen.
A ação dietética de óleo de peixe ocasiona aumentos na concentração de CLA na gordura do leite. Além disso óleo de peixe parece produzir um aumento maior de CLA na gordura do leite comparada a uma quantia igual de óleo vegetal.
O fator dietético algas marinhas aumentou a concentração no conteúdo ruminal de trans-18:01, isômeros os quais são precursores para a biossíntese do CLA nos tecidos dos ruminantes.
Também foi avaliado a combinação da inclusão da soja extrusada para vacas em pastejo e concluíram que houve um aumento no teor de CLA no leite e consequentemente na deposição do mesmo nos tecidos de bezerros lactentes.
Na avaliação de diferentes grãos de milho úmido e seco, observou que estes não afetam o teor de CLA; desta forma, conclui-se que a combinação de alimentos volumosos e concentrados é uma melhor alternativa para se aumentar o teor de CLA na carne.
Esse outro estudo é sobre ‘’Influência do alimento na produção e qualidade do leite de cabra’’, elaborado pelo programa de doutorado em zootecnia na faculdade federal da paraíba.
O artigo afirma que CLA está presente em abundância em óleos vegetais como os de girassol, canola, soja e linhaça, e sua concentração no leite e na carne de bovinos pode ser elevada se os animais forem alimentados com dietas ricas em óleo de cereais e sementes (Demeyer & Doreau, 1999).
Segundo o artigo, uma das chaves para elevação do conteúdo de CLA na gordura do leite é aumentar o consumo dietético de PUFAs com 18 carbonos, fornecendo desse modo mais substrato para a biohidrogenação. (Palmquist & Jenkins, 1980). O ácido linoléico (C18:2) predomina na maior parte dos lipídios das sementes, enquanto que nas forragens, o acido linolênico (C18:3) encontra-se em maior concentração (Palmquist & Jenkins, 1980). De acordo com Berchielli et al. (2006), algumas exceções importantes incluem o óleo de palma (alto teor de C16:0), óleo de canola (alto teor de C18:1 n-9) e o óleo de linhaça (alto teor de C18:3 n-3).
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