Bem estar animal
Por: Priscila Araujo • 11/4/2019 • Trabalho acadêmico • 1.819 Palavras (8 Páginas) • 559 Visualizações
PARTE A
1. Introdução
O bem-estar animal é definido como o estado do animal frente às suas tentativas de se adaptar ao ambiente em que se encontra (BROOM, 1986). Portanto, quanto maior o desafio imposto pelo ambiente, mais dificuldade o animal terá em se adaptar e, consequentemente, menor será seu grau de bem-estar. A avaliação científica do bem-estar deve considerar o estado do animal de forma objetiva e separada de questões éticas (BROOM & MOLENTO, 2004).
Os fatores que mais influenciam o bem-estar dos animais em sistemas de produção intensivos estão associados às práticas de maneio. A qualidade dos cuidados de manejo por parte dos criadores e a seleção genética para alta produção influenciam a produtividade, saúde e a longevidade dos animais. Essas preocupações fazem com que grande parte da investigação aplicada ao bem-estar animal, esteja centrada nos efeitos do ambiente, ou seja, alojamento e manejo, incluindo a relação homem-animal (CERQUEIRA, 2012).
1.2. Sistema de produção leiteiro
A produção de leite é uma das atividades mais presentes no agronegócio brasileiro. O faturamento no mercado de itens lácteos avançou 17,1% no ano de 2010, atingindo R$ 44,5 bilhões, superado apenas pelos setores de carne e açúcar (ANUALPEC, 2011).
É muito importante, no sistema de produção de vacas leiteiras, apontar os pontos críticos que possam ser evitados para garantir um melhor conforto térmico e bem-estar aos animais (BOND, 2010).
De acordo com MOLENTO & BOND (2008), além do conforto térmico, a prevalência de doenças também faz parte do ponto crítico em um rebanho leiteiro, sendo crucial a prevenção e tratamento dos animais.
2. Protocolo de bem estar animal (BEA) – em vacas de leite durante o período de ordenha
O bem-estar animal (BEA) não se restringe a uma alimentação e manejo adequados, mas começa no próprio desenho e concessão da exploração.
Propriedade:
Quantidades de vacas em lactação, meta de produção diária, quantidade de ordenhas.
- Ausência de fome prolongada
- Média de escore de condição corporal;
- Local de alimentação pós ordenha;
- Tamanho de cocho;
- Ausência de sede prolongada
- Oferta de água pós ordenha;
- Limpeza do bebedouro;
- Qualidade da água;
- Ponto de abastecimento da água;
- Distância do bebedouro ao local de alimentação:
- Quantidade de bebedouros;
- Conforto em relação ao pré, durante e pós ordenha
PRÉ
- Disponibilidade de água;
- Limpeza da sala de espera;
- Espaço disponível;
DURANTE
- Mão de obra qualificada;
- Tempo de ordenha;
- Limpeza das teteiras;
- Pré dipping;
- Pós dipping;
- Espaço de movimentação limitado;
PÓS
- Disponibilidade de água e alimento;
- Banho de aspersão;
- Tempo de espera;
- Manejo adequado de pasto (se a saída da sala for direto para o pasto);
- Limpeza da área pós ordenha;
- Espaço disponível;
- Conforto térmico
- Conforto durante todo o processo de ordenha;
- Ausência de injúrias/doenças
- Presença de mastite;
- Presença de problema de casco;
- Presença de ectoparasitas;
- Presença de injúrias;
- Expressão de comportamento natural
- Interação física;
- Zona de fuga respeitada;
- Comportamentos;
- Boa relação homem-animal;
- Estado emocional positivo;
**Medidas para avaliação de bem-estar de vacas leiteiras (Adaptada de WELFARE QUALITY®)
PARTE B
3. Visita
Foi realizada a visita para coleta de dados no dia 09/06/18, sábado, período matutino, de clima ameno de 15º C em média, sem chuva, na propriedade leiteira de agricultura familiar Cristo Rei, do proprietário Valdinei da Silva Oliveira, localizada no município de Dracena, SP. O serviço fica todo por conta do senhor Valdinei e seus filhos Giovanni e Izabela na lida do gado de leite. A recepção foi feito pelo Giovanni, em seguida o senhor Valdinei se apresentou e forneceu alguns dados sobre o funcionamento da fazenda, mas, nesse dia ficaram somente seus filhos para realização de todo o trabalho.
A propriedade tem ao total 12,1 hectares de área, porém apenas 1 hectare é destinado à produção das vacas leiteiras, sendo este dividido em 22 piquetes em sistema rotacionado de aproximadamente 370 m2 considerando os corredores, somado a área de ordenha. Em média, tem-se uma produção de 50L/dia de leite e é realizada apenas uma ordenha por dia, no período da manhã.
A estrutura de ordenha tem em torno de 1 ano, conta com uma ordenhadeira de 2 conjuntos de teteiras balde ao pé e um refrigerador de 1000 L. Atualmente possuem 13 animais mestiços Girolandos destinados a produção de leite, sendo, 5 vacas em lactação, 7 vacas secas e um reprodutor, todos identificados com somente brinco.
4. Avaliação da propriedade
- Ausência de fome prolongada
A oferta de alimento é ad libitum, assim como o fornecimento de água. Para as vacas em lactação além do pasto de Tifton, os animais são suplementados com ração e suplemento mineral e também fornecimento de cana-de-açúcar picada com ureia, já para as vacas secas o pasto fornecido é Brachiaria decumbens e suplemento de sal mineral em cocho coletivo no pasto. A média do escore de condição corporal (ECC) dos animais é 2,25 a 2,75. O tamanho do cocho da ração não é o ideal, pois não respeita o 1,5 m de comprimento por animal.
- Ausência de sede prolongada
No período de pós-ordenha e durante o dia os animais tem fácil acesso aos 2 bebedouros existentes, ambos com 250 L cada, o que torna a disponibilidade de água favorável. O ponto de abastecimento é o poço da propriedade, então a água que a família consome é a mesma que os animais consomem. A limpeza dos bebedouros não é realizada devido à dificuldade no manejo, assim, o proprietário optou por colocar peixes na água para fazer o controle das larvas de mosquitos causadores de doenças, como por exemplo, o aedes aegypti.
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