CONSUMO DE OXIGÊNIO, PRODUÇÃO DE GÁS CARBÔNICO E METANO POR OVINOS ALIMENTADOS COM FARELO DE GIRASSOL
Por: Laís Ornelas • 1/6/2020 • Dissertação • 848 Palavras (4 Páginas) • 293 Visualizações
ORNELAS, Laís Trindade de Castro (MSc.). Universidade Federal de Minas Gerais, 2016. Consumo de oxigênio, produção de gás carbônico e metano por ovinos alimentados com farelo de girassol
Os gastos com alimentação de ruminantes criados intensivamente podem variar de 30 a 70% dos custos de produção, dependendo da atividade e tipo de exploração. E uma maneira de minimizar gastos com a alimentação, é a busca de alimentos alternativos e de baixo valor comercial (CÂNDIDO et al., 2008).
Diante desse fator, os diferentes coprodutos e subprodutos das indústrias de biocombustíveis podem ser usados como alimento para ruminantes, pois são capazes de transformar materiais que não são úteis para os seres humanos em produtos de origem animal de alto valor biológico, devido à fermentação microbiana, processo que ocorre em seu trato gastrointestinal (CARRERA et al., 2012).
O girassol é considerado uma cultura de grande plasticidade, pois se desenvolve bem em regiões de clima temperado, subtropical e tropical. É uma dicotiledônea oleaginosa anual resistente a estiagem utilizada na alimentação de animais ruminantes, rica em pectina e que pode ser fornecida tanto na forma de silagem como na forma de forragem verde, farelos ou torta, atingindo alto rendimento de matéria verde por hectare (QUEIROZ et al., 2008).
O farelo de girassol, coproduto da extração de óleo utilizando solvente, contém aproximadamente 1% de óleo residual e apresenta níveis de proteína bruta em torno de 50%, também é rico em aminoácidos sulfurados, porém, pobre em lisina, resultando em um alimento alternativo utilizado na alimentação animal (CÂMARA, 2004).
Na fermentação ruminal, ocorre conversão dos carboidratos estruturais (celulose e hemicelulos) e não estruturais (amido) em ácidos graxos de cadeia curta, principalmente ácido acético, propiônico e butírico. Nesse processo são produzidos calor, CH4 e CO2. A metanogênese é parte do processo digestivo normal dos herbívoros ruminantes e ocorre no rúmen (VAN SOEST, 1994).
Com isso, o CH4 é um gás de efeito estufa que além de agredir o meio ambiente, representa significativa perda de energia pelos ruminantes, refletindo a ineficiência do processo de fermentação ruminal. Então, para minimizar os problemas de efeito estufa, aliado ao aumento da produtividade dos animais, busca-se alternativa no desenvolvimento de novas tecnologias e mudanças no manejo alimentar, além de inovações de metodologia para mensuração do CH4. Determinações feitas em câmaras respirométricas mostram que as emissões de CH4 por ruminantes variam de 2% a 12% da EB ingerida (JOHNSON e JOHNSON, 1995).
Segundo Morgado et al. (2013), a produção de metano está relacionada principalmente com a composição bromatológica dos alimentos, em que ingredientes rapidamente fermentáveis tendem a produzir menor quantidade de CH4/g de matéria seca fermentada em comparação aos ingredientes com maior teor de fibra. Nesse aspecto, a utilização do FG deve ser avaliada, pois o teor de nutrientes varia segundo o processo da extração do óleo e da quantidade de casca presente, o que lhe confere alto teor de fibra.
O uso de coprodutos para ruminantes devem ser avaliados incluindo seus efeitos sobre o metabolismo energético e produção de metano entérico. Desta forma a determinação da produção de gases e calor usando a técnica da calorimetria
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