A DIRETORIA DE PESQUISA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIENCIA E TECNOLOGIA DO AMAZONAS.

PRO-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E INOVAÇÃO

DIRETORIA DE PESQUISA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

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PROJETO DE PESQUISA

PLANO DE ATIVIDADES E CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

MODALIDADE DA BOLSA:	INICIAÇÃO CIENTÍFICA JÚNIOR – IC-Jr
PROGRAMA:	CNPq
TÍTULO DO PROJETO:	TOXICIDADE AGUDA DE AGROTÓXICOS EM JUVENIS DE TAMBAQUI (Colossoma macropomum CUVIER, 1818)
BOLSISTA:	Eliandro Picanço Tenaçol
COORDENADOR / ORIENTADOR:	Marcio Quara de Carvalho Santos, M.Sc.
COORIENTADOR (OPCIONAL):	João Wilson Coelho Ribeiro, Grad.

Projeto de Pesquisa a ser apresentado ao Comitê de Avaliação dos Programas Institucionais de Iniciação Científica do IFAM, com vistas à obtenção de bolsas de iniciação científica.

        Coari/AM   Maio/2015

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1. RESUMO DO PLANO DE ATIVIDADES (até 3.000 caracteres)

O crescimento populacional tem impulsionado um incremento na produção de alimentos através da intensificação da agricultura, o que leva, consequentemente, a um aumento da utilização de agrotóxicos para evitar perdas por pragas nas produções alimentícias. Uma vez aplicados, os agrotóxicos podem contaminar todos os componentes do ecossistema e atingir organismos não alvos, tais como peixes e outros organismos aquáticos. No Amazonas, a elevação no uso de agrotóxicos está associada principalmente ao aumento na demanda de frutas e hortaliças e à introdução de cultivos não adaptados às condições regionais, levando os agricultores a uma aplicação intensa de produtos químicos. Uma das formas de se avaliar os efeitos deletérios de agrotóxicos nos organismos aquáticos é por meio da realização de testes de toxicidade aguda que são utilizados para determinar a concentração de uma substância que produz efeitos deletérios em 50% da população de um grupo de organismos-teste sob condições controladas em um curto período de exposição (CL50). Com base nestas informações, a presente proposta tem como objetivo investigar os agrotóxicos mais utilizados pelos agricultores no município de Coari e avaliar a toxicidade aguda dos mesmos utilizando o tambaqui (Colossoma macropomum) como organismo-teste em ensaios toxicológicos. Será feito um levantamento dos agrotóxicos mais utilizados em Coari por meio de entrevistas e aplicação de questionários mistos com agricultores locais. Os agrotóxicos mais citados serão utilizados para a avaliação da toxicidade aguda por meio da determinação da CL50 para o tambaqui. Os peixes serão adquiridos em produtores locais e aclimatados em tanques de PVC, onde permanecerão por vinte dias sendo alimentados diariamente até o momento do experimento. Após a etapa de aclimatação, os peixes serão transferidos para recipientes de vidro (3 L) contendo água de poço (2 L), sendo privados da alimentação por 24 h antes do início do protocolo experimental e durante toda a exposição aos agrotóxicos. Durante os experimentos, todos os recipientes serão cobertos com uma tampa de plástico e receberão aeração. Os testes agudos terão duração de 96 h e serão realizados em um sistema estático (sem renovação de água) com cinco concentrações crescentes e um grupo controle (sem adição do agrotóxico), em triplicata. A mortalidade, as alterações comportamentais e os níveis de oxigênio dissolvido, pH e temperatura da água serão monitorados diariamente, enquanto que os valores de amônia serão mensurados no início e ao final de 96 h. Os valores de CL50 serão calculados com o programa TOXRAT 2.07 e o intervalo de confiança (95%) será calculado por meio de uma regressão linear logarítmica pelo método dos próbitos. Espera-se, com esta proposta, contribuir com dados ecotoxicológicos da região amazônica, gerando informações importantes para que as entidades reguladoras possam estabelecer limiares permissíveis para a utilização de agrotóxicos de maneira segura.

2. PALAVRAS-CHAVE DO PROJETO (até cinco):

Agrotóxico; CL50; Indicador biológico; Peixe; Toxicidade.

3. CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO (máximo de 1 página em formato A4)

A cada ano são produzidos mundialmente 2,5 milhões de toneladas de agrotóxicos sendo que, deste total, 85% são utilizados na agricultura (JOBIM et al., 2010). Segundo Carneiro et al. (2012), o mercado brasileiro é um dos mais expressivos em relação ao uso de agrotóxicos e apresentou, nos últimos 10 anos, um aumento de 190%, passando de 599,5 em 2002 para 852,8 milhões de litros pulverizados nas lavouras brasileiras em 2011. Esse crescimento foi influenciado pelo aumento da demanda populacional por alimentos e pela política de modernização da agricultura, na qual o governo ofereceu incentivos para a instalação da indústria de agrotóxicos no país e promoveu seu uso nas lavouras ao condicionar a obtenção do crédito rural à aquisição de agrotóxicos (SOARES; PORTO, 2009; PORTO; SOARES, 2012). Essas mudanças trouxeram inegáveis ganhos para a agricultura e economia, mas também proporcionaram perdas incalculáveis na diversidade dos ecossistemas, tornando necessárias medidas urgentes que protejam o ambiente natural, a fim de minimizar os danos causados por essas atividades (SOUZA, 2014). Com o objetivo de aumentar o conhecimento dos efeitos dos agentes químicos na biota aquática, tem sido utilizados, nas últimas décadas, testes de toxicidade com organismos dulcícolas, estuarinos e marinhos, em condições laboratoriais e de campo (MARTINEZ; CÓLUS, 2002). Segundo Heath (1995), os estudos toxicológicos dos compostos químicos iniciam-se com os testes de avaliação da toxicidade aguda para se calcular a concentração letal média (CL50) do agente químico. A CL50 é a concentração estimada que causa morte em 50% dos animais testados em um determinado período de exposição (normalmente 96h). A determinação da letalidade é importante para estimar a concentração e o risco potencial de uma substância química causar alterações fisiológicas em uma determinada espécie, bem como a sensibilidade da espécie em estudo (HEATH, 1995). No Brasil, as pesquisa toxicológicas têm crescido substancialmente nos últimos anos, no entanto, um dos grandes problemas enfrentados é escassez de testes de toxicidade com espécies locais ou endêmicas (KRULL et al., 2011). Grande parte dos estudos que visam a determinação de valores máximos permitidos de substâncias tóxicas no meio aquático são realizados com espécies padrão, como os peixes paulistinha (Danio rerio) e lebiste (Poecilia reticulata) (ABNT, 2003), sendo os resultados extrapolados para as demais espécies dos ecossistemas aquáticos. Esse tipo de extrapolação é falha, uma vez que os organismos reagem de maneira específica frente a determinadas substâncias, além disso, o objetivo da ecotoxicologia é proteger não apenas uma determinada espécie, mas as populações, as comunidades e os ecossistemas aquáticos de forma geral. Nesse sentido, se fazem necessários estudos que avaliem a toxicidade aguda de agrotóxicos em várias espécies de peixes (e demais organismos aquáticos), com destaque para as espécies amazônicas, que são relativamente pouco estudadas. Essa necessidade de intensificação de estudos toxicológicos na região amazônica é corroborada pelos trabalhos de Amaral (2001), Waichman et al. (2002 e 2007) e Röembke et al. (2008) que relataram que os agrotóxicos são livremente comercializados e utilizados de modo indiscriminado nas principais áreas agrícolas do Estado do Amazonas, constituindo uma ameaça potencial não só para a biodiversidade aquática, mas também para atividades correlatas, como a pesca, uma das principais fontes de geração de renda e de obtenção de alimentos pelas comunidades ribeirinhas.

4. OBJETIVOS, METAS E ATIVIDADES (máximo de 1 página em formato A4)

OBJETIVO GERAL: Determinar a toxicidade aguda de agrotóxicos em juvenis de tambaqui (Colossoma macropomum). OBJETIVO ESPECÍFICO 1: Investigar os principais agrotóxicos utilizados pelos agricultores no município de Coari, Amazonas. Meta/Atividade: Entrevistas e aplicação de questionários com os agricultores sobre os tipos de agrotóxicos e modos de aplicação dos mesmos nas áreas agrícolas do município de Coari. Tempo de execução: 2 meses (Agosto e Setembro) OBJETIVO ESPECÍFICO 2: Determinar a Concentração Letal Media (CL50) dos agrotóxicos mais utilizados em Coari para juvenis de tambaqui (Colossoma macropomum). Meta/Atividade: Avaliação da mortalidade e das alterações comportamentais dos juvenis de tambaqui expostos a diferentes concentrações de agrotóxicos em sistema estático. Tempo de execução: 6 meses (Outubro a Abril) OBJETIVO ESPECÍFICO 3: Determinar o agrotóxico utilizado pelos agricultores do município de Coari com menor toxicidade para o tambaqui. Meta/Atividade: Comparação dos resultados de toxicidade aguda dos diferentes agrotóxicos analisados para o tambaqui. Tempo de execução: 1 mês (Abril)

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