A Importância Do Desenho Na Educação Infantil
Artigo: A Importância Do Desenho Na Educação Infantil. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: jhessy.barcellos • 26/10/2014 • 8.291 Palavras (34 Páginas) • 781 Visualizações
1 A IMPORTÂNCIA DO DESENHO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Conceituando o Desenho:
O desenho é uma forma de manifestação da arte, o artista transfere para o papel imagens e criações da sua imaginação. É basicamente uma composição bidimensional (algo que tem em duas dimensões) constituída por linhas, pontos e forma. É diferente da pintura e da gravura em relação á técnica e o objetivo para o qual foi criado. O desenho é utilizado nos mais diversos segmentos profissionais, tornando a arte diversificada a diferentes contextos (PERCÍLIA, s/d, on-line) .
Ester Grinspum (s/d) in São Paulo (2011, p.17) fala sobre o que é desenhar em um simples poema:
Desenhar é várias coisas.
É lançar a linha no espaço, anarquicamente, mas com aquela
ordem interna que só quem faz sabe.
É estabelecer um continente, que aparentemente
não contém nada, mas onde pode caber tudo
(e onde cabe o vazio que é nada e tudo ao mesmo tempo).
É criar relações entre coisas, dando pesos e valores.
É falar de objetos e fazê-los falar.
E finalmente é lançar um olhar para a realidade, procurando e
achando significados.
O desenho deve ter um olhar extremo na educação infantil, pois é nesse ato que os professores vão conhecer melhor sobre o aluno e a sua vida.
De acordo com Ortega e Manzano (2001) in São Paulo (2011, p. 8) “na educação infantil, as crianças não produzem arte o tempo todo, mas as experiências que elas tem com a linguagem do desenho as envolvem em um intenso processo de imaginação e criação”.
É importante ter no planejamento da educação infantil, um espaço para que as crianças possam escolher como se expressar. O adulto não deve direcionar ou adequar o desenho infantil á beleza estética, a criança pode se motivar a investigar a arte, alimentando assim esse processo dinâmico que oferece á elas o desenvolvimento da linguagem artística e a curiosidade infantil (HOLM, 2007 apud SÃO PAULO, 2011) .
Quando a criança entra para a escola, o seu desenho começa a ter visões diferentes dos que tinha em casa, seus desenhos serão expostos e compartilhados com os colegas.
Segundo Silva (2002, p.33):
[...] as crianças que em casa não têm oportunidade para experimentar lápis e papel, passam á ter essa possibilidade, além de participarem junto com os colegas que sempre desenharam, de momentos onde os desenhos serão partilhados e conjuntamente executados.
Quando a criança desenha é imprescindível que todos se conscientizem, que se sensibilizem de que ela se entrega para sua imaginação e quando volta para a realidade, mostra que seu desenho é uma maneira de se comunicar e mostrar seus sentimentos e suas vontades, criando e recriando naturalmente, formas expressivas, sem obstáculos, regras e noções estéticas (BAPTISTA, 2012, on-line) .
De acordo com Derdik (1989) apud Goldberg, Yunes e Freitas (2005, on-line) :
O desenho constitui para a criança uma atividade total, englobando um conjunto de suas potencialidades. Ao desenhar, a criança expressa a maneira pela qual se sente existir. O desenvolvimento do potencial criativo na criança seja qual for o tipo de atividade em que ela se expresse, é essencial ao ciclo inato de crescimento. Similarmente, as condições para o seu pleno crescimento (emocional, psíquico, físico e cognitivo) não podem ser estáticas.
Corroborando Martin (2013, on-line) relata que crianças pequenas adoram desenhar. Usam o dedo para desenhar no vidro embaçado do carro, traçam desenhos imaginários com o canudinho, fazem suas reproduções na areia. “O desenho é uma das formas de expressar o que sentem e pensam sobre si mesmas e o mundo. Continuando Cintrão (s/d) in Martin (2013, on-line) "Elas passam a entender melhor suas emoções e a mostrar sua interpretação dos valores, conceitos e normas da sociedade, bem como expressar carinho pelos amigos e familiares".
Toda criança desenha, e não apenas por desenhar, ela pode mostrar neste ato, um registro de marcas e vestígios, como por exemplo, um caminho percorrido por um automóvel ou um acontecimento que ocorreu naquele ou em outro dia, enfim, este ato pode ter vários sentidos, até mesmo mostrar se está triste ou alegre. Ela coloca no papel não o que está certo ou errado, ela apenas manifesta suas expressões (BUORO, 2003). Ao aprender na ação do desenhar, a criança percebe os limites do papel e assim, conseguem se soltar num mundo imaginário.
A música de Toquinho e Vinícius de Moraes (1998) relata bem esse mundo imaginário quando eles falam:
“Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo,
e com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo,
com o lápis em torno da mão eu me dou uma luva,
e se faço chover com dois riscos tenho um guarda-chuva.
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel,
num instante imagino uma linda gaivota voar no céu [...]”.
O desenhar para a criança é também um “faz de conta”, mostrando suas capacidades imaginativas, fazendo com que elas ampliem a forma de sentir e de pensar sobre o mundo em que elas vivem (BUORO, 2003). As crianças desenham produtos da sua compreensão de mundo, ou seja, o que conhecem de si e do mundo (PIAGET, 1983 apud BUORO, 2003).
A expressão da criança é estabelecida de acordo com os contatos que ela tem do mundo, construindo assim muitas informações afetivas e cognitivas interiorizando seus sentimentos. Quando a criança começa á rabiscar, ela expressa suas fantasias, prestando atenção nas imagens do mundo que as rodeia (FERRAZ e FUSARI, 1999).
Considerando o desenho como uma derivação do que as crianças veem (ARNHEIM, 1980 apud BUORO, 2003, p. 40):
As crianças e os primitivos desenham generalidade e forma não projetiva porque desenham o que veem. Mas isso não é uma resposta completa. Sem dúvida as crianças veem mais do que desenham. Numa idade em que distinguem facilmente uma pessoa de outra e
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