A Patologia Geral
Por: Alan Cavalcanti da Silva • 7/5/2016 • Trabalho acadêmico • 1.235 Palavras (5 Páginas) • 642 Visualizações
- PATOLOGIA GERAL –
Conceitos:
Saúde: estado de bem estar completo físico, mental e social e não apenas ausência de doença ou mal estar (OMS, 1946)
Doença: Qualquer condição do corpo ou mente que diminui as chances de sobrevivência do indivíduo ou da espécie (Majno, 1996). (número de doenças = 1894)
ou
Doença: é a culminação dos defeitos, anormalidades, excessos, deficiências e injúrias variáveis que ocorrem nas células e tecidos e que por fim levam em disfunção clinicamente aparente.
ou
Doença: Qualquer desvio ou interrupção da estrutura normal ou função de qualquer parte, órgão ou sistema do organismo que se manifesta por um conjunto de característico de sinais e sintomas.
Patologia (pathos = sofrimento; logos = estudo) é o estudo das doenças. Para isso são pesquisadas as alterações estruturais e funcionais em células, tecidos e órgãos e que são responsáveis por doenças.
Injúria: estímulo lesivo
Lesão: anormalidade do tecido com ou sem alteração morfológica detectável
Introdução: a Patologia Geral está envolvida com os mecanismos básicos e comuns às diversas doenças. No estado atual da ciência, estudam-se as reações celulares e dos tecidos a estímulos anormais que induzem a doença. Quatro aspectos da doença representam o cerne da Patologia:
1. etiologia (causa: intrínseco e extrínseco/ uni ou multifatorial);
2. patogenia (mecanismo de desenvolvimento);
3. alterações morfológicas (alterações estruturais das células e tecidos/característicos da doença ou diagnósticos do processo etiológico);
4. conseqüências funcionais (significado clínico/ sinais e sintomas/relevância).
Sendo a célula a unidade morfofuncional do organismo, a injúria celular e suas causas e conseqüência merecem o enfoque central na Patologia. É também imperativo, entretanto, ressaltar o papel da matriz extracelular na Patologia pela sua importância na integridade das células, dos tecidos e dos órgãos.
O objetivo da patologia geral é estudar as reações básicas de células e tecidos à injúria e comuns á diversas espécies animais. Na patologia especial são estudadas as reações específicas de órgãos especializados e sistemas aos estímulos lesivos.
A patologia é uma disciplina intermediária essencial entre as disciplinas básicas (anatomia, histologia e fisiologia) e aquelas aplicadas como a clínica, cirurgia e outros.
Pai da Patologia moderna: Rudolf Virchow (1821-1902), patologista alemão e que descreveu a organização de células com funções específicas em um organismo e afirmou que doença resulta da injúria ou disfunção de uma determinada população de células.
Quatro aspectos principais são abordados na patologia:
1) etiologia
2) patogênese (mecanismo de desenvolvimento)
3) alterações morfológicas
4) alterações funcionais
Os estudos são feitos em oito níveis:
1) genético
2) molecular
3) subcelular (organelas)
4) celular
5) tecidual
6) órgãos isolados
7) indivíduos
8) populacional
9) meio ambiente
Um dos principais objetivos da patologia é a obtenção, em face de um processo mórbido, de um diagnóstico e de um prognóstico. Para isso a Patologistas atuam em diversos níveis:
* Anátomo-patologia (diagnóstico morfológico): lesões predominantes descritos por macroscopia, microscopia ou ultra-estrutura, severidade, duração distribuição, localização e a natureza (inflamação, degeneração p.e.) da lesão.
* Patologia cirúrgica: baseado em alterações morfológicas macro e microscópicas e ultraestruturais de biópsias;
* Toxicologia;
* Patologia clínica: alterações em líquidos e células de um indivíduo;
* Patologia experimental: experimentos visando o reconhecimento e descrição de processos mórbidos incluindo o agente etiológico, a patogênese, alterações morfológicas e estruturais e funcionais.
O diagnóstico é uma afirmação concisa ou conclusão em relação à causa, natureza ou nome de uma doença
Unidade morfofuncional da vida: a célula
[pic 1]
A célula está exposta a estímulos, normais, que requerem adaptação, induzem injúria (reversível ou irreversível) ou morte (acidental ou por apoptose)
MECANISMOS DE LESÃO E MORTE CELULAR
Da normalidade até a morte
Exatamente como nós, que vivemos em um mundo em mudanças constantes, também as células e os tecidos sobrevivem em um microambiente que se modifica constantemente. O estado "normal" ou "fisiológico", pois, é conseguido por respostas adaptativas ao fluxo ininterrupto de vários estímulos que permitem às células e aos tecidos se adaptarem e viverem em harmonia com seu microambiente. Assim sendo a homeostasia é preservada. É somente quando os estímulos se tornam mais intensos, ou a resposta do organismo se desintegra, que resulta a lesão/doença - generalização tão verdadeira para o organismo como um todo quanto o é para a célula individual. Existem poucas vias bioquímicas ou estruturas novas que ocorrem nos tecidos enfermos. Existe apenas modificação, perda ou acentuação das vias e estruturas preexistentes.
A célula normal fica confinada a uma amplitude bastante estreita de função e estrutura por seus programas genéticos de diferenciação e especialização, pelas imposições das células vizinhas, pela disponibilidade de substratos metabólicos e pelas capacidades finitas de suas vias metabólicas primárias e alternativas. Diz-se que a célula normal se encontra em um "estado de equilíbrio" (steady state) homeostático, capaz de satisfazer as demandas fisiológicas. Os estresses ou estímulos externos ligeiramente mais excessivos podem produzir inúmeras adaptações celulares na qual se alcança um estado de equilíbrio novo, porém alterado, mas na qual a célula continua viável (hipertrofia/músculos de halterofilistas p.e.). Mas se os limites da capacidade adaptativa forem ultrapassados, ou quando não é possível nenhuma resposta adaptativa, segue-se uma seqüência de eventos denominada arbitrariamente lesão celular, que pode variar de ligeira a letal. A lesão celular é reversível até certo ponto, porém se o estímulo persiste ou se for suficientemente intenso desde o início, a célula alcança um ponto sem retorno e sofre lesão celular irreversível e morte celular (exemplo: isquemia do miocardio por 10 a 15 minutos- lesão reversível; por uma hora já é irreversível). Assim sendo, adaptação, lesão reversível e morte celular devem ser consideradas como estados ao longo de um contínuo de intromissão progressiva na função e estrutura normais da célula. Se tipos específicos de estresses induzem uma resposta adaptativa, uma lesão reversível, ou morte celular depende da natureza e intensidade do estresse e de muitas outras variáveis relacionadas com o estado intrínseco da própria célula.
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