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A Vaginose Bacteriana

Por:   •  8/12/2021  •  Dissertação  •  2.310 Palavras (10 Páginas)  •  380 Visualizações

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Curso: Técnico em Enfermagem

        

HIGIENE E PROFILAXIA

Professora: Ana Teresa Miranda Peixoto

Dupla: Eliane Sales Moreira Cavalcante

            Maira da Silva Ferreira

        

Turma: ENF 212 MM1-1 Matutino

TEMA: VAGINOSE BACTERIANA

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INTRODUÇÃO

A vaginose bacteriana (VB) é a infecção vaginal mais frequente e a principal causa de corrimento vaginal anormal em mulheres em idade reprodutiva. Esta síndrome acomete o trato genital feminino inferior, sendo caracterizada por uma acentuada redução na microbiota vaginal normal, constituída predominantemente pelos lactobacilos, e um crescimento exacerbado de uma variedade de bactérias anaeróbicas. As bactérias mais comumente associadas à VB são Gardnerella vaginalis, Mobiluncus spp., Bacteroides spp. e Mycoplasma hominis. 

Diante do exposto, este estudo tem como principal objetivo descrever as principais causas, sintomas, aspectos epidemiológicos, além do tratamento da vaginose ocasionada pelo seu agente etiológico.


VAGINOSE BACTERIANA

A vaginose bacteriana é uma infeção vaginal da mulher que consiste na substituição da flora normal da vagina por várias bactérias anaeróbias.

A Gardnerella vaginalis é uma bactéria, associada à vaginose bacteriana, principalmente de transmissão sexual (DST), sendo a única espécie deste gênero. É um cocobacilo muito pleomórfico, gram-negativo a gram-variável, imóvel, não formador de cápsula ou endósporos, anaeróbicos facultativos que cresce melhor em atmosfera de CO2 e a temperatura entre 35 a 37 ºC. Foi antigamente denominada Corynebacterium vaginalis e Haemophilus vaginalis. Uma vez que 40-50% das mulheres normais podem ser portadoras sãs de gardnerella vaginalis, o isolamento deste microrganismo não indica, necessariamente, um caso de vaginose bacteriana.

Entretanto, a ausência desta bactéria quase sempre caracteriza ausência de vaginose bacteriana até a década de 50, mulheres que apresentavam anormalidade no corrimento vaginal e não era detectado neles fungos ou Trichomonas vaginalis recebiam diagnóstico de vaginite inespecífica, porém, em 1955, Gardner e Dukes publicaram um artigo onde descreviam as características desta vulvovaginite, as quais compõem a base do diagnóstico atual de VB. Eles expuseram também um novo microrganismo que denominaram de Haemophilus vaginalis e o qual acreditavam ser o agente etiológico da vaginite inespecífica, que passou então a ser chamada de Vaginite por Haemophilus vaginalis.

Atualmente, sabe-se que G. vaginalis não é o único agente envolvido na VB, mas que esta é resultante de uma alteração da microbiota vaginal em que os lactobacilos (Bacilos de Döderlein), normalmente predominantes, são substituídos por uma microbiota mista que inclui, além de G. vaginalis, outros microrganismos anaeróbios como: Bacteroides spp. Mobiluncus spp., Peptoestreptococcus spp. E microaerófilos, como Mycoplasma hominis.

O termo vaginose bacteriana (VB) é hoje atribuído a uma síndrome na qual ocorre diminuição da quantidade de Lactobacillus sp. concomitante elevação de organismos anaeróbios, do tipo Gardnerella vaginalis, Mobiluncus e Bacteroides, entre outros.

Os Lactobacillus sp. conferem ao ambiente vaginal um pH baixo que, habitualmente, varia entre 3,8 e 4,5, uma vez que produzem peróxido de hidrogênio (H2O2). A queda numérica e qualitativa dessas bactérias promove aumento do pH, facilitando, portanto, o crescimento das bactérias anaeróbicas que proliferam melhor em meio menos ácido. Esta inversão do equilíbrio da flora vaginal levará a uma perda da capacidade de produzir substâncias bactericidas, a um favorecimento do desenvolvimento de germes potencialmente nocivos e, principalmente, facilitará a aquisição e transmissão de partículas virais. O metabolismo decorrente da proliferação das bactérias citadas acima promove um aumento da produção de aminas aromáticas (putrescina e cadaverina) que volatilizam e produzem um odor fétido, comparado ao de peixe podre.

Inicialmente, a VB foi considerada uma doença sexualmente transmissível, porém como alguns estudos reportaram seu diagnóstico em mulheres virgens, o caráter sexual de transmissão desta enfermidade permanece uma incógnita até hoje. Em contrapartida, certos fatores de risco associado são desenvolvimento desta enfermidade já foram definidos; alguns, inclusive, relacionados com fatores sexuais, como uso de dispositivo intrauterino (DIU), idade, número de parceiros sexuais, início da vida sexual e número de relações sexuais semanais.

A ocorrência de VB está associada a diversas complicações ginecológicas tais como: Doença Inflamatória Pélvica (DIP), ocorrência de endometrites pós Cesária e partos prematuros.

Epidemiologia

A vaginose bacteriana (VB) é atualmente a principal causa de descarga vaginal infecciosa na menacme. A VB costuma afetar mulheres em idade reprodutiva, sugerindo a possibilidade dos hormônios sexuais estarem envolvidos na sua patogênese. Embora de forma menos frequente, a VB pode ser também encontrada em crianças e na pós-menopausa. Em gestantes e não-gestantes, a prevalência da VB parece ser semelhante.

Porém diversos trabalhos têm relacionado à vaginose bacteriana (desequilíbrio do ecossistema vaginal associado às infecções causadas por Peptostreptococcus, Bacteroides sp., Gardnerella vaginalis, Mobiluncus sp. e Micoplasma hominis), a diversas complicações obstétricas, como abortamento espontâneo, prematuridade, infecções no transcorrer da gestação e no pós-parto. Alguns estudos clínicos relevantes sugerem a real necessidade do diagnóstico e do tratamento corretos desta entidade, que muitas vezes se mostra.

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