Alimentos Alternativos Para A Tilapia Do Nilo
Artigo: Alimentos Alternativos Para A Tilapia Do Nilo. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: natiiluiza • 16/11/2014 • 4.119 Palavras (17 Páginas) • 1.939 Visualizações
Alimentos alternativos para tilápia do Nilo
Atualmente, a aqüicultura tem alcançado importante espaço no cenário mundial com o cultivo de peixes. Diante disso, nos diversos sistemas de produção, a aqüicultura tem conquistado grandes avanços, principalmente, no tocante à qualidade e eficiência do manejo, visando sempre obtenção máxima de produtividade, disponibilizando peixes de boa qualidade e menor custo, o que tem refletido positivamente nos sistemas de cultivos. Entretanto, para que haja uma maior expansão de produtividade é necessário que as dietas oferecidas aos peixes atendam suas exigências nutricionais através do uso adequado de rações balanceadas. Essas dietas são compostas pelos alimentos que por sua vez é composto de nutrientes, são eles: Proteína, Carboidratos, Lipídeos, Vitaminas e Minerais. Além destes nutrientes, todo alimento ainda comporta uma determinada umidade, que é de vital importância no tempo de conservação dos alimentos. Cada alimento apresenta determinada composição nutricional.
Dentre as espécies de peixes de água doce, a tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), de linhagem tailandesa é, atualmente, uma das espécies de maior importância para a piscicultura. Seu destaque vem, por ser uma espécie de hábito alimentar onívoro, aceitando rações com grande facilidade, desde o período de pós-larva até a fase de terminação, possuindo também fácil adaptação aos diversos sistemas de cultivos extensivos e superintensivos, podendo ser alimentada com ingredientes de origem vegetal ou animal. Além disso, essa espécie tolera ambientes com variações de temperatura, com baixos níveis de oxigênio dissolvido, altas concentrações de amônia e diversos outros fatores abióticos e bióticos. Dentre os peixes comercializados atualmente, a tilápia do Nilo é uma espécie que detém um mercado consumidor em franca expansão, isto está associado principalmente as suas características, tais como carne branca de textura firme, sabor delicado e filé sem espinhas.
Devido à grande expansão da piscicultura surgiu a necessidade da utilização de rações completas. Sendo, fundamental a determinação das exigências nutricionais e os níveis de inclusão de um determinado alimento na formulação de rações utilizando o estudo da composição química e a determinação da digestibilidade de seus componentes para a espécie em questão, pois alguns animais apresentam em sua anatomia e fisiologia características que o possibilitam estarem quebrando certos alimentos em partes que o organismo consiga aproveitar. Dependendo da fonte, pode haver alimentos não digestíveis a determinadas espécies, ou seja, é importante que o alimento apresente em sua composição a digestibilidade.
No ramo aquícola, as rações são responsáveis por boa parte dos custos de produção na piscicultura. Geralmente as rações são caracterizadas pelo seu alto teor de proteína, consequentemente essas fontes protéicas convencionais tem custo elevado quando comparamos com algumas fontes alternativas. É extremamente importante a avaliação de alimentos protéicos alternativos que possam gerar estratégias de manejo para o cultivo racional gerando também rações com baixos custos de produção e alta qualidade nutriticional.
1. Pscicultura
A piscicultura visa o cultivo racional de peixes, além de exercer particular controle sobre o crescimento, a reprodução e a alimentação desses animais. Na piscicultura, como em qualquer outro tipo de criação de animais, é de fundamental importância o aumento da produtividade de forma economicamente viável e sustentável. Segundo Furuya et al. (2001), o aumento na produtividade requer a utilização de rações completas, pois o alimento natural não é capaz de atender às exigências dos peixes, principalmente quando criados em sistemas intensivos e superintensivos, nos quais a elevada biomassa por área e as deficiências ou desbalanços de nutrientes podem acarretar perdas de produtividade e, consequentemente, menor retorno econômico.
2. Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus)
A tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) é uma das espécies mais utilizadas em criações intensivas no Brasil. É considerada a espécie mais promissora para a piscicultura, em virtude do rápido crescimento em cativeiro e por possuir carne de boa qualidade (Furuya et al., 2008). Além disso, esta espécie de peixe, quando criada em cativeiro, demonstra ser de fácil manejo, apresentando boa conversão alimentar, alta produtividade e excelente desempenho reprodutivo (Guerrero, 1982). Depois das carpas, as tilápias são os peixes mais cultivados em vários países do mundo (Meurer et al., 2005), entre eles, o Brasil (Medri et al., 2005; Bombardelli &Hayashi, 2005).
Para Boscolo et al. (2001a), a tilápia do Nilo não necessita da proteína de origem animal na ração a partir da fase de reversão sexual, o uso de alimentos alternativos justifica-se basicamente quando o custo do farelo de soja está alto. Estas características contribuem para o aumento verificado na produção mundial da espécie (Boscolo et al., 1999). Conforme Hayashi (1995), a tilápia do Nilo destaca-se como peixe de potencial para aqüicultura, visto a sua rusticidade, crescimento rápido e adaptação ao confinamento; o hábito alimentar onívoro aceitando rações com grande facilidade, desde o período de pós larva até a fase de terminação (Meurer et al., 2002). Lahav & Ra’nam (1997), afirmam que o cultivo de tilápia do Nilo possui baixo custo em relação a outras espécies cultivadas, principalmente ao custo com os alevinos, alimentação e a qualidade da sua carne. De acordo Lovshin (1997), a espécie de tilápia preferida para o cultivo é a Oreochromis niloticus por causa do seu rápido crescimento e sua coloração clara. Porém, para Borghetti et al. (2003) a tilápia do Nilo apresenta características que a colocam como maior potencial para a piscicultura nacional, tais como: alimenta-se dos itens básicos da cadeia trófica, aceita uma grande variedade de alimentos, responde com a mesma eficiência à ingestão de proteínas de origem vegetal e animal.
A tilápia dispõe de características zootécnicas favoráveis e de alta qualidade da carne o que a torna apta ao processamento industrial e garante aceitabilidade pelo mercado consumidor (Toyama et al., 2000; Boscolo, 2003). Além disso, é um peixe muito apreciado em “pesque-pague” para a pesca esportiva (Boscolo, 2003).
3. Digestibilidade dos peixes
A digestibilidade é um dos aspectos mais importantes na avaliação do valor biológico dos alimentos, fornecendo
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