Auditoria Contábil

O filme Enron: Os mais espertos da sala apresenta um estudo sobre um dos maiores escândalos no universo corporativo norte-americano, mostra a rede de cumplicidade que possibilitou à empresa praticar as fraudes contábeis que praticou. Rede de cumplicidade esta que envolveu grandes bancos, empresas de contabilidade, de advocacia e grande parte da mídia.

A Enron foi fundada em 1931 e tinha como principal atividade a distribuição e transmissão de energia tinha como slogan “Ask why”. Por muitos anos consagrada a empresa mais inovadora dos EUA, chegando a ser considerada a 7ª maior empresa do país. Isso tudo devido ao grande número de empreendimentos, diversificados do seu segmento principal de atuação, o da energia.

A empresa é produto da desregulamentação do setor energético, todos queriam investir em suas ações, pois viam uma grande garantia de retorno, já que estas valorizavam a cada mês, e ninguém se questionava sobre o sucesso meteórico da Enron mesmo nos tempos de crise.

Nos anos 90 acionistas faziam grandes investimentos na empresa, enquanto os funcionários também eram fortemente incentivados a aplicar recursos em ações da casa, ressaltando que naquele período as indústrias poderiam elevar o preço como quisessem, e os preços da Enron sempre estavam em alta.

Porém esse sucesso estrondoso acabou despertando curiosidade e questionamentos, então foi descoberto um enorme buraco em suas contas e a SEC começou a investigar os resultados da empresa. As operações de comércio da companhia referia-se a negócios que deveriam ocorrer vários anos depois, prática que inflava os seus lucros. Os operadores colocavam o valor das ações da companhia lá no alto, sugerindo que no prazo futuro essas ações iriam mesmo se valorizar, as ações chegaram a valer cerca de US$ 85, porém, a empresa só dava prejuízos, com projetos fracassados de internet e usinas que nunca operaram.

Com as investigações avançadas apurou-se que foi usado um complexo sistema de parcerias financeiras para esconder prejuízos e maquiar o balanço da companhia, há indícios que executivos da empresa além dos principais bancos estavam envolvidos nas fraudes. Houve suspeitas de envolvimento do governo no escândalo, na época o Presidente Bush tinha relações próximas com o ex-presidente da companhia, Kenneth Lay.

A Arthur Andersen, empresa que a auditava era de um dos principais executivos da empresa, o que contribuiu para o encobrimento da farsa. Desde que foi envolvida com o caso Enron, a Andersen respondeu legalmente pelas fraudes praticadas.

Os funcionários da empresa tiveram um grande prejuízo, além de perderem o emprego, suas economias estavam, na maior parte dos casos, investidas em ações da Enron, sendo que não foram ressarcidas pois a mesma acabou por declarar falência. Por fim, todos aqueles que tinham ações da companhia, que um dia valiam US$ 85, acabaram por possuir papéis sem nenhum valor.