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Morfologia Floral e Mecanismos de Polinização da Mandevilla Splendens

Por:   •  29/6/2017  •  Artigo  •  1.295 Palavras (6 Páginas)  •  637 Visualizações

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Morfologia Floral e Mecanismos de Polinização da Mandevilla Splendens

(Apocynaceae)

        

RESUMO

A Mandevilla splendens da família Apocynaceae é uma planta comumente utilizada em ornamentações de jardins, sendo ela uma trepadeira leve, é geralmente usada próxima a cercas ou pergolados para que tenha apoio e cresça. Neste trabalho são apresentadas as estruturas morfológicas que compõem esta planta e suas respectivas funções. Para a identificação das estruturas, amostras foram coletadas e observadas por lupa em laboratório. Foram feitos cortes transversais para a visualização interna do ovário, identificação das estruturas da folha e das estruturas externas e internas da flor, cálice e corola, bem como as estruturas reprodutoras, gineceu e androceu. Durante três dias foram feitas observações da planta em períodos diferentes: manhã, tarde e noite, com o objetivo de coletar informações sobre a ocorrência da polinização.

Palavras-chave: Apocynaceae, Mandevilla, polinização

INTRODUÇÃO

A família Apocynaceae inclui aproximadamente 400 gêneros e 3700 espécies, possui distribuição predominantemente tropical, mas com representantes também na região temperada. No Brasil ocorrem cerca de 70 gêneros e 750 espécies (SOUZA; LORENZI, 2012). Muitas espécies desta família são cultivadas para ornamentação, dentre elas a mandevila (Mandevilla), classificada como trepadeira, é comumente vista aderida a cercas e pergolados como mostram as figuras 1 e 2. O gênero Mandevilla compreende cerca de 150 espécies (LEEWENBERG, 1994) e suas flores são alvo de muitas curiosidades, pois possuem distinta estrutura floral e um elaborado mecanismo de polinização (PIOKER et al., 2010). A interação ecológica entre plantas e polinizadores constitui um dos principais processos de manutenção da biodiversidade, sendo a polinização a base para o sucesso reprodutivo das plantas. Essas interações influenciam no estabelecimento e distribuições das espécies, na floração e frutificação, e na ocorrência e distribuição de polinizadores (ALVINO; MACHADO; QUERINO, 2007).

A família Apocynaceae apresenta alta complexidade das flores, grande especialização de mecanismos de polinização, além de mecanismos de apresentação secundária de pólen, tudo isso contribui para o aumento do nível de especializações dos polinizadores que geralmente vem em busca do néctar (JUDD et al., 2009). A entomofilia é o sistema de polinização mais frequente dentre as espécies da família, que é geralmente visitada por Himenópteros, Lepidópteros e Dípteros (ALVINO; MACHADO; QUERINO, 2007). Apenas insetos foram visualizados como agentes de polinização na espécie observada.

Além da trepadeira mandevila, a família Apocynaceae representa árvores, arbustos, lianas e ervas, que podem ser suculentos e com aspecto de cactos. Algumas espécies da família possuem uma grande importância econômica e medicinal, como é o caso da vinca-do-madagascar usada no tratamento de leucemia, e diversas espécies que são usadas na extração da madeira (JUDD et al.,2009).

A mandevila é conhecida pela beleza das flores de coloração atraente e que atingem até aproximadamente 10 cm de diâmetro, são aromáticas e sua seiva é considerada tóxica, podendo provocar irritações na pele (SOUZA; LORENZI, 2012). As flores são tubulares e os órgãos reprodutivos se encontram no interior do tubo, a porção superior do tubo e a superfície dos filamentos são recobertos por inúmeros tricomas e o nectário pode estar presente, podendo ser encontrado em diferentes regiões do tubo de acordo com a espécie. Na espécie estudada está localizado ao redor do ovário.

OBJETIVO

 

O presente trabalho tem como objetivo analisar as estruturas morfológicas da mandevila (M.splendens) cultivado em jardim, bem como a sua polinização.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado com exemplares da planta, o material foi coletado em um jardim residencial, localizado na rua Belo Horizonte, no município de Santa Helena – PR.  A planta foi observada por três dias em três horário diferentes para identificar os agentes da polinização. Foram feitos registros da planta que estarão inseridos no trabalho.

Utilizou-se uma lâmina cortante de aço para realizar cortes transversais nas estruturas reprodutoras da flor, posteriormente os cortes foram depositados em uma placa de petri e observados em lupa.  

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir das análises com a planta foi possível descrever suas características taxonômicas. A mandevila apresenta disposição das folhas do tipo oposta, sendo duas folhas por nó, suas folhas pecioladas e simples estão dispersas por todo caule. É do tipo pilosa, pois possui tricomas na sua face abaxial e não possui texturização, sendo caracterizada como lisa. As nervuras partem de uma nervura central mais espessa caracterizando-a como peninérvea, tendo sua folha flexível do tipo coriácea, de margem inteira com limbo elíptico, base cordada e ápice acuminado.

Conforme a classificação da flor foi considerada uma flor pentâmera, de inflorescência racemosa, ou seja, suas flores pediceladas estão inseridas em diferentes alturas no eixo principal. O perianto é completo e composto por sépalas e pétalas livres entre si e distintos, denominadas diclamídea heteroclamídea. Devido aos cruzamentos realizados por produtores, não possuem simetria, sendo considerada por vez assimétrica. Seus estames fundiram-se à corola impossibilitando a contagem dos filetes e anteras. A flor é considerada hipógina e bilocular, pois possui o ovário súpero, localizado acima do perianto e gineceu. O gineceu é sincárpico, formado pela junção de dois carpelos que deram origem a dois lóculos com placentação axilar.

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