Neuropatia Diabética
Por: rayane01santos • 19/5/2022 • Trabalho acadêmico • 2.240 Palavras (9 Páginas) • 119 Visualizações
Neuropatia Diabética
O sistema nervoso é composto por nervos que apresentam fibras aferentes e eferentes, tais fibras são responsáveis por levar informações para o cérebro (aferentes) e trazer informações do cérebro os órgãos (eferentes).
Algumas doenças afetam diretamenteesse sistema. Uma das mais populares é o diabetes, que pode ocasionar um distúrbio nervoso nominado de Neuropatia Diabética. O artigo Neuropatia diabética, escrito por Osvaldo Nascimento, et al (2016). Evidencia que o distúrbio afeta diretamente as aferências e pode se expressar ou se apresentar de diversas formas, sendo elas formas assimétricas ou simétricas.
(...) um grupo heterogêneo de manifestações clínicas ou subclínicas, que acometem o sistema nervoso periférico (SNP) como complicação do diabetes mellitus (DM)". Dessa forma, pode apresentar-se de diferentes formas clínicas, mecanismos fisiopatológicos, instalação e evolução.
Segundo artigo, formas assimétricas são:
“Mononeupatias agudas: Referem-se ao acometimento de início agudo de um ou mais nervos, geralmente associado a sintomas sensitivos (dor e parestesias) e motores no território suprido por aquele nervo”.
Essas se apresentam mais em idosos, e afetam diretamente os nervos cranianos e os nervos mais periféricos.
“Mononeuropatias compressivas crônicas: em locais específicos de compressão como o nervo mediano no punho (síndrome do Túnel do Carpo - STC), ulnar no cotovelo, fibular comum na cabeça da fíbula e nervos plantares lateral e medial na síndrome do túnel do tarso”.
Esses se apresentam desde sintomas sensitivos a acometimento motor, podendo culminar na compressão do nervo.
“Radiculoplexoneuropatias (RPNP) afetam diretamente nervos periféricos dos MMII. Apesar da gravidade do acometimento das fibras nervosas, o prognóstico geralmente é favorável, mesmo sem intervenção terapêutica”.
Já as formas simétricas são:
“Neurite insulínica: Sua primeira descrição foi feita por Carvati27, quando observou pacientes com sintomas sensitivos distais em MMII após o início da terapia insulínica. Seu mecanismo fisiopatológico é desconhecido, sendo seu curso geralmente benigno”.
“Neuropatia Hipoglicêmica: Complicação aguda da descompensação glicêmica, geralmente experimentada por pacientes com DM tipo 1. Mostram padrão de polineuropatia predominantemente motora, com recuperação rápida eespontânea”.
“Neuropatia sensitiva dolorosa aguda: Também conhecida como neuropatia da caquexia do diabetes, assim denominada por geralmente desenvolver-se após perda ponderal importante, secundária ao descontrole glicêmico do DM”.
“Neuropatia associada à intolerância à glicose: Manifesta-se com sintomas predominantemente sensitivos e autonômicos com maior acometimento de fibras finas”.
“Neuropatia autonômica (NA): a desordem que afeta o sistema nervoso autonômico, envolvendo fibras finas amielínicas (fibras C) do SNP, resultante de alterações metabólicas da hiperglicemia crônica.
Este ultimo é uma das formas de apresentação mais silenciosas e pode “esultar em acometimento dos sistemas cardiovascular, gastrointestinal, urogenital, da função sudomotora e da motilidade pupilar”, além disso,
As funções sensitivas, motoras e secretórias do sistema gastrointestinal podem ser acometidas na NA diabética, produzindo sintomas como náusea, saciedade precoce, vômitos, alternância entre diarreia e constipação e, em casos mais graves, hipotensão e síncope pós-prandial37.Dentre as alterações autonômicas da ND, a disfunção erétil pode ser a primeira manifestação da doença, porém compartilha outros mecanismos patogênicos, como aterosclerose da artéria pudenda interna. Apresenta grande impacto psicossocial, levando à importante redução da qualidade de vida38. Acistopatia diabética compreende complicações urinárias, decorrentes de alterações na musculatura lisa do detrusor e disfunção urotelial, secundárias ao acometimento autonômico do sistema urogenital. Seus principais sintomas incluem disúria, polaciúria, noctúria, urgência urinária e esvaziamento vesical incompleto. Estes fatores, somados à imunossupressão relacionada ao DM, aumentam a prevalência de infecção do trato urinário de repetição, contribuindo para o desenvolvimento da insuficiência renal entre esses pacientes39.A disfunção sudomotora da NA diabética resulta em alterações tróficas das extremidades, estando associada à artropatia de Charcot, úlceras e amputações de MMII. Geralmente apresenta-se com alterações da coloração e temperatura distal dos MMII, somadas à perda de pêlos, intolerância ao calor, ressecamento da pele, redução da sudorese e mal perfurante plantar40.Não raramente, encontram-se alterações pupilares, como a presença da pupila de Argyll Robertson, que se caracteriza ao exame por tornarem-se menores e apresentarem dissociação entre as reações à luz e à de convergência. Ou seja, reagem nada ou fracamente à luz, porém muito bem à proximidade. Isto ocorre pelo acometimento de fibras parassimpáticas do nervo oculomotor. (NASCIMENTO,Osvaldo.et al.2016)
“Polineuropatia simétrica distal (PSD): Classicamente, distribui-se distalmente nos MMII com progressão comprimento-dependente, acometendo então os MMSS, região central do abdômen e vértice, padrão este conhecido como "meias, luvas e avental".
“Patogênese: A patogênese da PSD está associada a múltiplos fatores relacionados às vias metabólicas, vasculares, inflamatórias e neurodegenerativas”.
As formas de apresentação a seguir, embora ainda sejam formas simétricas, afetam mais consideravelmente o o sistema nervoso, já que os impactos são maiores.
“Via metabólica: A glicose penetra em níveis elevados nos nervos periféricos e gera diferentes reações metabólicas patológicas. Exemplo disso é a via do polyol, que transforma a glicose em sorbitol, por meio da ação da enzima aldose redutase. O acúmulo de sorbitol e frutose intracelular provoca diminuição do transporte ativo de vários metabólitos”. Seguinte a isso,
...alterando a função intracelular de várias proteínas, modificando componentes extracelulares como laminina e fibronectina, que são essenciais para a regeneração axonal e, finalmente, promovendo a ligação irreversível em receptores de macrófagos e das células endoteliais. Estas alterações resultam em estresse oxidativo, secreção de citocinas e degradação da matriz extracelular, culminando em apoptose celular.
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