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Relato De Caso: Hiperplasia Microglandular

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Por:   •  20/7/2014  •  1.066 Palavras (5 Páginas)  •  3.562 Visualizações

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INTRODUÇÃO: A hiperplasia microglandular (HMG), compõe um grupo de alterações reativas não específicas do epitélio glandular endocervical.* Foi descrita, pela primeira vez, em 1967 por Taylor*. A etiologia desta entidade está relacionada ao efeito de hormônios, principalmente a progesterona, usualmente aplicados à terapia hormonal, contracepção ou gravidez, sugerindo que o progestágeno, mesmo em preparações do tipo combinado, favorece a proliferação glandular, a qual progride, conforme o tempo de uso*. No entanto, há casos onde não se evidencia a ação hormonal exógena*. É mais frequente em mulheres jovens, contudo há relatos de ocorrer em mulheres na pós-menopausa*. As características citopatológicas que favorecem o diagnóstico de hiperplasia microglandular é a presença de células de aspecto cuboidal, exibindo citoplasma orangiofílico e núcleo picnótico, arranjadas de forma linear, recebendo a denominação de pseudoparaqueratose, podendo simular uma neoplasia intraepitelial escamosa de alto grau *. As alterações histopatológicas se caracterizam por redução dos espaços entre as glândulas que tendem a confluir constituindo espaços císticos e projetarem-se no lúmem, formando pontes. Estas formações císticas contém muco fluido em meio ao qual neutrófilos, macrófagos e células de revestimento descamadas são encontrados. As células exibem aspecto colunar ou cubóide, em camada única ou exibindo pseudo-estratificação, caracteres que podem ser interpretado como adenocarcinoma INCIDÊNCIA desta ocorrência. RELATO DE CASO: Paciente SKS, 21 anos, encaminhada pela sua ginecologista para avaliação colposcópica da cérvice uterina por apresentar exame citopatológico constando atipias escamosas de significado indeterminado, não descartando tratar-se de uma lesão intraepitelial de alto grau ( ASC-H), segundo a nomenclatura brasileira para laudos citopatológicos, 2011. A história ginecológica pregressa revelou menarca aos 11 anos, IAS aos 17 anos e uso de contraceptivos hormonais há três anos. Gesta 0p/0. Não referiu queixas para os demais órgãos ou sistemas. A avaliação colposcópica mostrou colo uterino de tamanho médio, banhado por conteúdo mucóide, turvo, em discreta quantidade, apresentando zona de transformação onde foram encontrados orifícios glandulares e óvulos de naboth, achados considerados normais. Exteriorizando-se através do orifício cervical externo, havia formação polipoide única, pediculada. A junção escamo-colunar foi totalmente visualizada. A lesão polipóide exibiu áreas de epidermização, levemente reagentes ao ácido acético, em meio à úvulas que representavam o epitélio glandular que compunha a lesão. Mediante a ausência de achados anormais, contrapondo-se ao resultado do exame citopatológico, procedemos à retirada da formação polipoide, encaminhando-a para avaliação histopatológica a qual revelou lesão representada por intensa proliferação glandular, compostas por glândulas atípicas, mostrando células com núcleos aumentados, hipercromáticos, alguns mostrando nucléolo evidente, além de algumas figuras de mitose, levando ao diagnóstico inicial de adenocarcinoma de colo uterino. Relacionando-se os achados histopatológicos com dados clínicos de importância, como faixa etária e a influência de hormônios exógenos administrados como método contraceptivo, optou-se por realizar um estudo imuno-histoquímico adicional, utilizando-se os imunomarcadores: Ki-67 (marcador de proliferação celular) e antígeno carcinoembrionário – CEA (caracteriza o sítio da lesão). O resultado da avaliação imuno-histoquímica foi negativo para o CEA e fracamente positivo (esparsos focos) para o ki-67, demonstrando não tratar-se de um adenocarcinoma, onde encontraríamos positividade franca para ambos os imunomarcadores utilizados. O conjunto dos achados morfológicos, correlacionados à imuno-histoquimica e dados clínicos da paciente, levou a conclusão de tratar-se de uma neoplasia benigna do epitélio glandular endocervical denominada hiperplasia microglandular. DISCUSSÃO: O diagnóstico morfológico da HMG requer acurado conhecimentos dos aspectos morfológicos que caracterizam esta lesão tanto na cito quanto na histopatologia, evitando diagnósticos falso-positivos como lesões intraepiteliais de alto grau ou adenocarcinoma, respectivamente*. Os aspectos observados na citopatologia são células cuboidais, exibindo citoplasma orangiofílico e núcleo irregular em seu contorno, hipercromáticos, picnóticos em algumas vezes, as quais se arranjam formando “fila indiana”, à semelhança do que ocorre com o carcinoma escamoso in situ do colo uterino, justificando ser este o diagnóstico diferencial mais frequente

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