Resenha Dinosauros no Nordeste
Por: Vitor Bernardes • 17/9/2019 • Resenha • 599 Palavras (3 Páginas) • 207 Visualizações
A origem da vida é um mistério que há muito tempo vem despertando a curiosidade humana, e para desvendá-la a comunidade científica tem buscado vestígios de materiais biológicos. Vitalizando os recursos tecnológicos, aliados à cultura de cada tempo e lugar, os pesquisadores descobriram os “fósseis”, considerados os mais antigos vestígios de vida no planeta.
O estudo dos fósseis e como eles são formados permite a criação de hipóteses que auxiliam na compreensão da evolução biológica. A paleontologia é a ciência que se ocupa em estudar os fósseis e, com base neles, auxiliar no reconhecimento da história da Terra.
O documentário “Em busca dos dinossauros”, que foi gravado em 2001 e passou por sítios paleontológicos nos estados do nordeste brasileiro, tem como objetivo principal mostrar a rotina dos pesquisadores do Museu Nacional/UFRJ, Centro de Cultura, Informação e Meio Ambiente (CIMA) e da Fogo-Fátuo Expedições, atrás de fósseis de dinossauros brasileiros.
A expedição que coletou desde somatofósseis, que são partes de seres vivos preservadas na Chapada do Araripe no Ceará e também nas lajes dos lençóis maranhenses, até icnofósseis, ou seja, evidências indiretas dos seres vivos como as pegadas no Vale dos Dinossauros em Sousa, na Paraíba teve grande importância no sentido de mostrar aos brasileiros o grande patrimônio fossilífero que temos em nosso país, para que num cenário futuro, consequentemente, possamos valorizá-los e dar o devido respeito à esta ciência que tanto contribui com a história e com a cultura do nosso país, mas que vem sofrendo com o descaso da população, da educação e também do Ministério da Cultura – como prova desse desdenho podemos citar os cortes no orçamento do Museu Nacional (que abrigava inúmeras coleções científicas/históricas), que culminou num catastrófico incêndio no dia 2 de Setembro de 2018, destruindo fósseis de grande valor para a história de nosso país, como o esqueleto de Luzia, o fóssil humano mais antigo encontrado na América, com cerca de 12.500 a 13.000 anos.
O documentário levantou dados muito interessantes, mostrando a semelhança da fauna de dinossauros da Laje do Coringa no Maranhão com vestígios da fauna africana, comprovando assim a teoria da Pangea, mostrando que o nordeste brasileiro foi um dos últimos pontos de ligação entre a América do Sul e a África, porque permitia a migração desses animais de um ponto ao outro. Informações como esta dão mais prestígio e seriedade ao trabalho feito pelos paleontólogos. Tempos mais tarde foi descoberto em Santa Maria um indivíduo do novo grupo dos Prosauropoda, um dos primeiros tipos de dinossauros a surgir na Terra (quando os atuais continentes ainda formavam um único e contínuo bloco), e que até então só tinham sido encontrados na Argentina, Alemanha e Groelândia.
Mas o fator X que diferencia esta obra cinematográfica das demais de cunho paleontológico é que a mesma não se preocupou só em abordar ciência. A película também ganha pontos no que diz respeito em mostrar a opinião leiga dos moradores locais. Os mesmos trazem consigo diversas teorias sobre a origem da vida, com base em crenças que foram passadas de geração para geração, inspirando lendas e mitos.
Foi uma via de mão dupla, os paleontólogos que estiveram presentes na expedição compartilharam seus conhecimentos com a população dessas áreas fossilíferas e mostraram a importância da conservação dos sítios paleontológicos para a ciência brasileira, visto que os mesmos, sem saber, utilizavam os fósseis como material para construção de suas casas. Em troca, receberam opiniões diversas a respeito dos fósseis, que só enriquecem a cultura brasileira.
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