Resenha Documentário Home

Resenha crítica do documentário Home, de Yann Arthus-Bertrand

        O documentário trata de problemáticas relacionadas ao uso irresponsável de recursos naturais renováveis e não renováveis. Ele conta, brevemente, a história do surgimento do planeta Terra, mencionando que tudo que há nele provém de poeira das estrelas, e em seguida, desenvolve de forma mais detalhada os pontos importantes da história humana, relacionados ao uso dos recursos advindos da natureza para subsistência (como era nos primórdios), até o uso nos dias atuais, onde os recursos são explorados demasiadamente, com o intuito de prover lucros exorbitantes a grande empresas.

        São mostradas imagens de diversos países, retratando locais onde pessoas ainda vivem como nossos antepassados, cultivando pequenas e médias porções de terra, de forma manual, onde o produto colhido é utilizado para alimentar pequenas comunidades. Em muitos destes locais, o recursos para a agricultura são mínimos (solos pobres, falta d’água, pouca mão-de-obra, pragas e doenças nas plantações, grandes distâncias de centros urbanos), já em grandes potências, o produtores, que muitas vezes contam com o apoio financeiro do governo, possuem tecnologia de ponta para plantar clones selecionados, com maquinário moderno, podendo utilizar defensivos agrícolas e com transporte garantido para todo o globo.

        Uma das críticas trazidas no documentário é justamente essa discrepância entre o nível de exploração de recursos naturais feita por grandes e pequenos produtores. Enquanto muitas comunidades produzem o essencial para sobreviver, em outros lugares prevalece o desejo por acumulo de capital e poder, onde os grandes produtores do agronegócio, do setor florestal e da mineração, retiram da natureza muito mais do que o necessário, a impossibilitando de se regenerar de forma natural e, muitas vezes, não havendo manejo da área por parte das empresas. É feita também uma critica relacionada à capacidade que determinados povos têm de desenvolver métodos altamente tecnológicos para explorar os poucos recursos que tem, enquanto outros, com quantidades consideráveis de recursos, o utilizam de forma inconsequente. Dubai é um excelente exemplo. A cidade possui poucos recursos naturais, sendo um dos únicos o petróleo. Através da exportação desse recurso, a cidade compra de outros países todos os demais produtos que necessita e mão-de-obra. Atualmente Dubai possui alguns dos maiores arranha-céus do mundo, possui uma estação de esqui no meio do deserto, tem tecnologia pra dessalinizar água do mar, dentre outras tecnologias.

        Outra crítica importante feita pelo documentário se relaciona à quantidade de recursos explorados da natureza e à quantidade de pessoas que terão acesso a estes recursos. Apesar da grande produção de grãos no mundo, uma grande parcela da população ainda se encontra abaixo da linha da pobreza, pois a maior parte desses se destina à produção de ração para gado ou para geração de biocombustíveis. Maior parte dos minerais retirados dos solos, se destina à produção de objetos com preços finais inacessíveis à maior parte da população. Quase todo o combustível fóssil retirado da natureza se destina às grandes geradoras e distribuidoras de energia, enquanto isso, muitas pessoas ainda utilizam em casa o carvão vegetal.

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