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Resenha de quanto vale ou é por quilo

Por:   •  25/9/2019  •  Resenha  •  714 Palavras (3 Páginas)  •  206 Visualizações

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Paloma Cosendey

plmcosendey@hotmail.com

“Quanto vale ou é por Quilo? ”

Quando o lucro é visto como caridade

MCB117 – Estudos Sociantropológicos

MACAÉ/RJ

JUNHO DE 2017

“Quanto vale ou é por Quilo” - Quando o lucro é visto como caridade

Analisando o filme “Quanto vale ou é por quilo ?“ é possível correlacionar aspectos do Brasil colonial com o Brasil  atual,através de uma analogia entre como eram os costumes e os métodos das classes dominantes no passado  e a exploração das classes menos favorecidas no presente.O filme usa o mesmos atores em cenas de épocas diferentes justamente para enfatizar como as mesmas atitudes presentes antes no sistema escravocrata , são ainda realidades no Brasil, entretanto,hoje é infelizmente relacionado ao  sistema de caridade .

Como ,por exemplo, temos a escrava Lucrécia que apesar de ter mais de 50 anos não conseguia  dinheiro suficiente pra comprar sua carta de alforria ,assim pede que sua nova amiga a comprasse de seu antigo dono ,no entanto,tinha a condição de paga-lá em  1 ano toda a quantia  mais as taxas de juros ,dívida está que se prolongou por 3 anos e resultou num lucro gratificante para tal amiga . Em comparação, logo em outra cena,Monica pede ajuda a sua patroa pra custear o casamento de sua sobrinha ,a mesma,considerada muito caridosa ,concede tal a ajuda,no entanto,tinha a condição também de paga-lá em 1 ano através de trabalho integral .

O uso do sofrimento alheio pra beneficio próprio também é visto quando  Adão, escravo, é acusado de roubo e preso, seu patrão Bernardino paga a quantia do suposto roubou  e sua fiança ,não satisfeito com o prejuízo ,recorre a justiça para reaver tal dinheiro, assim é indenizado e ainda obtém lucro .  O que também vemos atualmente quando algumas ONG’s, que teoricamente visam ajudar os carentes, usam da imagem dos menos favorecidos ,especialmente  negros,para beneficio próprio ,através de caixa 2 ou até mesmo do uso de laranjas ,como visto no filme onde uma simples faxineira possuía 500 mil reais na conta e não fazia ideia .

         O obsoleto mercado de compra e venda de escravos, se mostra não tão obsoleto assim, no passado características como “ é de confiança ,faz de tudo ,não come quase nada” foram usadas por Maria Antonia para venda de uma escrava, já em outra cena,atual, as mesmas características  foram usadas quando se tratava de uma menina que fora usada como moeda de pagamento da dívida entre Monica e sua patroa .

Através dos exemplos dados é possível observar que a política do benefício próprio é culturalmente histórica no país, a prática de “ olhar para o próprio umbigo” nunca foi tão evidente. O sistema escravocrata ,foi dado como abolido em 1888 ,mas não quer dizer que suas práticas foram erradicadas,permanecem na sociedade a vista de todos  mesmo que digam o contrário.No sistema de caridade atual o egoísmo, ao invés do altruísmo, se faz presente .Pessoas que só praticam o bem se forem lhe render algum tipo de vantagem ,seja para fins lucrativos ,para sua imagem ou pra lhes dar alguma sensação de redenção .

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