Fundamentos da Química do Solo
Por: Renata Lima • 17/9/2024 • Bibliografia • 11.318 Palavras (46 Páginas) • 26 Visualizações
[pic 1][pic 2]
[pic 3]
[pic 4]
Thiago T. C. Pereira1*; Fábio S. Oliveira2; Diana F. Freitas3; Bruna D. Damasceno1; Adriana C. Dias4
1
Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Frutal. Av. Prof. Mário Palmério nº1000, Universitário. CEP: 38200-000 Frutal MG, Brasil.
t2hiago.pereira@uemg.br* (autor correspondente). 3Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais. Av. Antônio Carlos nº 6627, Pampulha. CEP: 31270-901 Belo Horizonte MG, Brasil. 4Universidade Federal do Ceará. Av. da Universidade nº2853, Benfica. CEP: 60020-181 Fortaleza CE. Universidade Federal de Viçosa. Av. Peter Henry Rolfs s/n, Centro. CEP: 36570-900 Viçosa MG.
Recebido em 1 de setembro de 2019, aceito em 15 janeiro de 2020
Resumo: O estudo de mineralogia de solos tropicais possui grande amplitude cientifica e prática, Palavras-Chave: Latossolos; Óxidos de considerando que boa parte de todo processo de sorção e nutrição das plantas está associado à matriz ferro; Gibbsita; Caulinita.[pic 5]
mineral dos solos. Assim, o objetivo deste estudo é apresentar uma revisão do estado da arte da caracterização mineralógica dos solos tropicais brasileiros, de modo a fomentar informações sobre a gênese dos solos nesses ambientes, bem como analisar a relação mineralogia x uso e manejo dos solos. Em uma visão global, o entendimento da mineralogia se faz necessário nos sistemas tropicais devido à enorme abrangência em termos quantitativos, qualitativos e geográficos, dos minerais constituintes dos solos, sobretudo nos Latossolos cauliníticos, oxídicos (Fe), e mesmo gibbsíticos, além daqueles contidos nos Argissolos e Cambissolos, dentre outros. Neste caso, a magnetita e maghemita também poderiam ter uma maior ponderação dentro da taxonomia devido à grande ocorrência em solos brasileiros e a relação existente entre a susceptibilidade magnética e algumas práticas de manejo. Desta forma, sistemas de classificação são preparados tendo como base os conhecimentos adquiridos e ordenamentos a partir dos estudos de solos, incluindo a mineralogia, que repercutem diretamente no auxílio ao manejo das áreas.
Abstract: The mineralogy of the tropical soils: state-of-the-art linked with land use and management. Part of Keywords: Latosols (Oxisols); Iron the whole sorption and plant nutrition process are associated with the mineral matrix of soils. The goal of oxides; Gibbsite; Kaolinite.[pic 6]
this study is to present a review of state-of-the-art about mineralogical characterization in the Brazilian tropical soils, in order to show details about soil genesis, as well as to analyze the mineralogy versus land use and management. In general, the understanding of mineralogy is necessary in tropical systems due to enormous quantitative, qualitative and geographic coverage of minerals constituting soils, especially in kaolinitic, oxydic (Fe) Latosols, and even gibbsites, besides those contained in Argisols and Cambisols, mainly. Thus, magnetite and maghemite could also have a greater a ention within soil classification system due to a large occurrence in Brazilian soils and relationship between magnetic susceptibility and some management practices. In this way, classification systems are prepared based on the knowledge and ordering from soil studies, including mineralogy, that directly affect the management of agricultural areas, as well as those for
environmental recovery and conservation.
INTRODUCÃO
O território brasileiro contém a maior porção de solos em clima tropical úmido do planeta, que têm sido associados, desde o início da colonização, a vários tipos de culturas agrícolas (Anjos et al., 2018). Segundo os autores, foi somente a partir de 1950, porém, que houve uma expansão sistemática de pesquisas sobre os solos brasileiros, garantindo atualmente uma base e referência para tomadas de decisão.
Nas regiões tropicais, os solos são mais desenvolvidos do que em ambientes frios, devido às altas temperaturas e chuvas, que facilitam, principalmente, a hidrólise dos silicatos (Silva et al., 2012). Os perfis de solos são mais profundos e apresentam mudanças relacionadas à neoformação de minerais de argila (sintetizados a partir dos produtos iônicos ou coloidais oriundos da intemperização). A caulinita é o mineral de argila dominante (Silva et al., 2012), associada a grandes concentrações de óxidos de Fe e Al em muitas situações, além das presenças de ilita e montmorilonita em alguns casos.
Nas áreas geologicamente estáveis dos trópicos nas quais Latossolos, Cambissolos e outros ocorrem, existe uma evolução histórica complexa causada por mudanças climáticas múltiplas e ciclos geomórficos,
[pic 7]
10.18285/geonomos.v28i1.29650
cuja evolução química dos solos tende a uma parcial ou completa remoção de Si e bases, e acumulação de elementos menos móveis, com tendência à permanência de materiais aluminoférricos (Muggler et al., 2007).
O estudo de mineralogia de solos tropicais possui grande amplitude cientifica e prática, considerando que boa parte de todo processo de sorção e nutrição das plantas está associado à matriz mineral dos solos. Além disso, fontes de reserva nutricional em solos também estão relacionadas aos minerais constituintes. Assim, o estudo de mineralogia de solos em si tem uma grande importância ambiental e forte conotação com o uso e manejo dos solos, além de ser um influenciador da sua taxonomia.
O objetivo deste estudo é apresentar uma revisão do estado da arte da caracterização mineralógica dos solos tropicais brasileiros, de modo a fomentar informações sobre a gênese dos solos nesses ambientes, bem como analisar a relação mineralogia x uso e manejo dos solos referenciada no 5º nível categórico do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa, 2018). O foco está na definição provisória do sub-item “mineralogia”, que trata dos aspectos relacionados à qualificação e quantificação das frações areia, silte e argila. Sobretudo para as frações
...