BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO DE FORÇA EM PORTADORES DE DIABETE MELLITUS
Por: Nathan Oliveira • 27/9/2021 • Monografia • 7.808 Palavras (32 Páginas) • 261 Visualizações
BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO DE FORÇA EM PORTADORES DE DIABETE MELLITUS
Winglison Marques Pereira
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Educação Física para licenciados em Educação Física (2482850) – Trabalho de Graduação
Data: 23/11/2020
RESUMO
Este trabalho de conclusão de curso, busca, através de uma extensa revisão bibliográfica a respeito dos estudos dentro da área de educação física, na execução de treinamento de força em pacientes portadores de Diabete Mellitus tipo 1 e 2. No Brasil e em todo o mundo, diversas pessoas sofrem com os efeitos dessa doença, que priva o ser humano e muitas vezes este não tem outra escolha a optar pelo uso de medicamentos a fim de manter os níveis glicêmicos em homeostase. A prática de exercícios regulares, tem sido defendida pelos autores citados neste trabalho, como uma alternativa de melhoria no controle de valores glicêmicos, assim como um melhor condicionamento físico deste em todos os aspectos. Este trabalho tem como objetivo a revisão de literatura com o objetivo de verificar a importância da prática de exercícios físicos com enfoque no treinamento de força (TF), assim como mostrar todos os benefícios trazidos pela adoção de prática de TF, sem deixar de lado as recomendações médicas e profissionais propostas ao paciente que deseja começar uma rotina mais saudável.
Palavras – Chave: Diabete Mellitus; Educação Física; Treino de Força; Qualidade de vida; saúde.
1 INTRODUÇÃO
De acordo com. Alexandrino et al. (2019) existem aproximadamente meio bilhão de pessoas que sofrem de Diabete Mellitus tanto tipo 1 quanto tipo 2, assim como sintomas e possíveis casos futuros. As projeções realizadas para o ano de 2025, mostram que esse número aumente a níveis ainda mais alarmantes podendo acometer mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo, em especial, nos países desenvolvidos ou em desenvolvimento, fator esse que pode ocorrer devido ao envelhecimento acelerado da população, obesidade, distúrbios alimentares, sedentarismo e etc.
Gil e Oliveira (2015) definem a Diabete Mellitus como uma doença metabólica de condições hiperglicêmicas, proveniente de complicações nos produtores de insulina nos tecidos periféricos. É considerado uma doença crônica e degenerativa, ocorrente do aumento de níveis de glicose no sangue, aumento esse ocorrente devido á muito baixa produção de insulina pelo pâncreas, fazendo com que sua produção seja ineficiente e que não funcione de forma adequada.
Embora sejam muito parecidos os efeitos, Gil e Oliveira (2019) explicam que existem dois tipos de diabetes Mellitus, o tipo 1 (perda do pâncreas na habilidade de produzir insulina) e tipo 2 (resistência gradativa das células à absorção de insulina).
A prática de exercícios de força, tais como a musculação, é uma ferramenta de considerável importância para a prevenção e tratamento de pacientes portadores de diabete mellitus 1 e 2, podendo até mesmo ajudar na prevenção de doenças relacionadas à diabetes, assim como o melhor condicionamento físico e mental do praticante.
Frente a isso, este trabalho busca fazer uma breve análise sobre o que é o diabete mellitus, assim como seus riscos e uma programação de exercícios físicos com enfoque no treino de força (TF), assim como recomendações, cuidados ao receitar uma dieta voltada para pacientes com DM, e todos os seus efeitos naquele que os executa.
2 DISCUSSÃO
2.1 Diabete mellitus
De acordo com Guytow e Esberald (1988) a literatura da medicina cita diversas definições para a patologia de Diabete Mellitus (DM). Santos et al. (2018) define o DM como a condição na qual o pâncreas deixa de produzir insulina ou as células param de responder à produção de insulina, fazendo com que a glicose sanguínea não seja absorvida de forma correta pelas células do organismo, causando o aumento de seus níveis na corrente sanguínea.
“A insulina é responsável pela redução da glicemia ao permitir que o açúcar presente no sangue possa penetrar dentro das células, sendo convertido em fonte de energia. A falta desse hormônio ou mal funcionamento dele, causa um aumento na produção de glicose, levando consequentemente ao diabetes” (HEIMBECHER; HÖFLING, 2020, pg.01).
As complicações causadas pelo diabetes são diversas e podem atingir diversas partes do corpo comprometendo as suas funcionalidades, suas complicações mais comuns incluem problemas respiratório, cegueira, problemas do sistema nervoso central, ausência de sensibilidade das mãos e dos pés, disfunção sexual, impotência e etc.
Heimbecher e Höfling (2020) define os seguintes casos de diabetes como os mais comuns:
- Tipo I: O pâncreas perde a capacidade natural de produção de insulina devido a um defeito no sistema imunológico, fazendo com que os anticorpos ataquem as células que produzem o hormônio. Acomete vítimas em sua fase de infância, fazendo com que essas necessitem de injeções diárias de insulina.
- Tipo II: Causada pela combinação de dois fatores: diminuição da secreção de insulina e um defeito na sua ação (resistência à insulina). Este tipo de diabetes pode ser tratado com remédios injetáveis ou orais. Todavia, a doença pode agravar com o tempo. O diabetes tipo 2 é o principal tipo de diabetes, e acomete cerca de 90% dos casos.
- Pré-diabetes: Termo usado para indicar que o paciente pode desenvolver a doença, sendo considerado um estado entre um caso saudável e diabetes tipo 2. A pessoa nasce com uma predisposição genética ao problema e a impossibilidade de produzir insulina.
Existem casos como o de Diabetes gestacional, que pode ser considerado qualquer tipo de intolerância à glicose (de magnitude variável) com início ou diagnóstico durante a gestação. Esse tipo de diabetes apresenta semelhanças com o diabetes tipo 2, e está associado tanto à resistência à insulina, quanto a diminuição de células tipo beta (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2015-2016).
É também comum outros tipos de diabetes decorrentes de defeitos genéricos ou causada por uso de medicamentos e substancias (HEIMBECHER; HÖFLING, 2020). São elas:
- Diabetes por defeitos genéticos da função da célula beta;
- Por defeitos genéticos na ação da insulina;
- Diabetes por doenças do pâncreas exócrino (pancreatite, neoplasia, hemocromatose, fibrose cística etc.);
Diabetes por defeitos induzidos por drogas ou produtos químicos (diuréticos, corticoides, betabloqueadores, contraceptivos etc.).
2.2 Fatores de risco
Dentre as breves complicações apresentadas anteriormente, o DM apresenta uma gama de complicações ao seu portador, complicações estas que são encaradas pelos profissionais da saúde como verdadeiros fatores de risco da doença, sendo o mais comum deles, a hiperglicemia, que resulta no acumulo excessivo de glicose no sangue (ASSUMPÇÃO et al., 2009).
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