O “CORPO NA ESCOLA” E O “CORPO DA ESCOLA”: UMA ANÁLISE À LUZ DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Por: 22041987 • 28/8/2018 • Artigo • 2.676 Palavras (11 Páginas) • 337 Visualizações
INSTITUTO PARÂMETRO DE EDUCAÇÃO - IPAE
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
O “CORPO NA ESCOLA” E O “CORPO DA ESCOLA”: UMA ANÁLISE À LUZ DA EDUCAÇÃO FÍSICA
BARRA DO CORDA - MA
2016
ANTONIO SANDRO MACIEL DA SILVA
O “CORPO NA ESCOLA” E O “CORPO DA ESCOLA”: UMA ANÁLISE À LUZ DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Artigo apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em educação física escolar, do Instituto Parâmetro de educação – IPAE. Orientador: Profº Frairon Cesar
BARRA DO CORDA - MA
2016
SUMÁRIO
Página
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5DELIMITAÇÃO DO TEMA......................................................... | 09 |
6HIPÓTESES............................................................................... | 09 |
7OBJETIVOS...............................................................................
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8METODOLOGIA........................................................................ | 11 |
9CRONOGRAMA......................................................................... | 12 |
REFERÊNCIAS............................................................................. | 13 |
1 PROBLEMATIZANDO O TEMA
Jamais o corpo mereceu tanto cuidado como na atualidade. Desde os aparatos, adereços, vestuários até os inúmeros métodos e técnicas e as possibilidades de transformação corporal através de cirurgias plásticas, o corpo se tornou um verdadeiro objeto de consumo. Com isso, a preocupação dos indivíduos, as expectativas em corresponder a sua aparência corporal ao corpo veiculado e difundido no discurso midiático como modelo, padrão, exemplo de perfeição e beleza a ser alcançado por todos que desejam fazer sucesso frente à sociedade (KLEIN 2005 apud SILVA, 2006).
A mídia difunde um modelo padrão de corpo como sendo ideal, muitas vezes aceito pelos jovens. Observa-se isso nas atitudes das pessoas e dos alunos na escola, em relação aos gordinhos, aos mais altos e aos baixinhos, assim como aos negros e deficientes físicos.
Sabendo que a Educação Física tem o corpo como seu objeto de estudo e que deve constituir-se em um fator pedagógico que vise a libertação integral do homem e à recuperação de sua dignidade corporal ela deveria, através da cultura corporal, propiciar aos alunos sentir, perceber, expressar, entender, respeitar e vivenciar o corpo plenamente, partindo do respeito ao seu corpo e ao corpo do outro.
Diante dessa problemática, busco compreender como a Educação Física, no espaço escolar, vem contribuindo para desconstruir o projeto midiático de corpo estereotipado na nossa sociedade.
A importância de refletirmos sobre este fenômeno se dá pelo fato de que somos nosso corpo, sentimos e respondemos com ele. No entanto, a Educação Física valoriza de tal forma a parte intelectual do estudante e despreza o corpo que acaba produzindo uma prática pedagógica dicotomizada entre corpo e mente.
2JUSTIFICATIVA
O corpo tem assumido o papel central em nossa sociedade. A família, a religião, a escola e a política, meios tradicionais de construção e afirmação de identidades, têm se tornado cada vez mais frágeis, fazendo com que os indivíduos busquem em seu corpo essa construção e afirmação. Diante disso, a Indústria Cultural tem se apropriado do corpo e das práticas corporais, contribuindo assim, para a internalização de valores e modelos estéticos preestabelecidos a serviço do mercado consumidor.
Todas essas questões me fazem refletir como a escola, e principalmente a Educação Física, vem contribuindo para a formação de pessoas sem autonomia, que desconhecem seus próprios corpos, suas possibilidades e seus limites.Daí a necessidade de entendermos até que ponto a Indústria Cultural, dotada de seus aparatos ideológicos, torna a busca do corpo belo mais um instrumento mercadológico a serviço do mercado consumidor.
Estapesquisa tem como objetivo geral “evidenciar como o corpo vem sendo utilizado como objeto de intervenção para reproduzir, na escola, os interesses das classes dominantes” e, como problema, “entender como a Educação Física Escolar tem contribuído para (des)construir o projeto midiático de corpo estereotipado em nossa sociedade”.
O que se nota é uma produção pouco expressiva de estudos sobre o corpo no espaço escolar, o que permite constatar que há muito ainda a ser investigado. Este trabalho tem como meta tentar desmistificar certos modelos de corpo, propostos ideologicamente em nossa sociedade pela lógica capitalista e visa maiores esclarecimentos sobre tais problemáticas.
Diante do exposto, é de extrema urgência repensar o papel da Educação Física nesta sociedade contemporânea, cujos valores são intensamente propagados pela mídia, conforme vimos anteriormente e que somente com um olhar crítico de nós profissionais sobre a busca compulsiva pela beleza física, poderá coibir os excessos a que estamos assistindo hoje.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo Trinca (2007), as modificações no corpo estiveram presentes em diferentes épocas e civilizações. A ornamentação e as marcações utilizadas no neolítico, as tatuagens e brincos dos povos maoris (nativos da Nova Zelândia), o embranquecimento da pele na antiguidade, o espartilho da era moderna, entre muitos outros, serviram aos mais diversificados fins: para embelezar, para marcar uma classe social, como meio de divindade, como modo de pertencimento ou de exclusão a um grupo ou em relação ao mundo natural etc.
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