O Lúdico no Aprendizado de Natação
Por: Flavia Pereira • 4/10/2019 • Trabalho acadêmico • 1.824 Palavras (8 Páginas) • 224 Visualizações
FLAVIA REGINA VIEIRA PEREIRA (8031936)
Bacharelado em Educação Fisica
O APRENDIZADO DE NATAÇÃO EM CRIANÇAS DE 03 A 06 ANOS
Orientadora: Profª MS Marciana Roberta de Oliveira
Claretiano - Centro Universitário
CAMPINAS
2019
CONTEXTUALIZAÇÃO/REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Devido à necessidade da prática da natação para subsistência e sobrevivência da humanidade desde os tempos mais remotos, suas origens se confundem. A história da natação começa na Antiguidade, onde registros de pinturas rupestres encontradas no deserto da Líbia, datam nove mil anos atrás, representando homens no ato de nadar. Na Pré-História, o nadar possuía uma função utilitária, revelando, com o ato de nadar, um corpo útil, útil para sua sobrevivência em busca de alimento ou na fuga dos perigos terrestres (ANDRIES JUNIOR; PEREIRA; WASSAL, 2002). A natação é uma atividade completa, que pode ser praticada de forma recreativa, competitiva ou por método terapêutico, indicada para qualquer faixa etária.
Objetivou-se nesse artigo a aprendizagem da natação, adaptando-se ao meio líquido por meio da ludicidade, para crianças de 03 a 06 anos. Segundo Barbosa (2007) na expectativa do comportamento motor, a faixa etária de 3 a 6 anos se encaixa na fase dos movimentos aplicados no estágio transitório e ao dos movimentos especializados aos esportes. O desenvolvimento das crianças entre 3 e 6 anos, possuem uma fase essencial do ciclo de desenvolvimento da criança e um dos mais formativos na influência sobre os anos subsequentes. A habilidade motora de uma criança, ou o movimento que a criança é capaz de realizar em termos de desenvolvimento, vai desempenhar um papel crítico no progresso da criança. A rapidez com que uma criança aprende qualquer habilidade esportiva é limitada por seu desenvolvimento de habilidades motoras. Naturalmente, à medida que as crianças crescem, suas habilidades motoras melhoram. Experiências positivas prévias na água e oportunidades práticas adicionais aumentarão a taxa de melhora da criança, enquanto quaisquer experiências negativas anteriores podem certamente impedir a capacidade da criança de progredir a uma taxa normal. O estágio de 3 a 6 anos é particularmente sensível às aprendizagens que são importantes para a maturação dos processos cognitivos e motor.
Incluir o lúdico faz a criança a entrar em contato com o meio liquido através de brincadeiras e métodos pedagógicos criativos.
Venditti Júnior e Santiago (2008) alegam que no momento em que a criança começa a aprender diferentes movimentos, ela passa a brincar com aquilo e desenvolver novas formas de executar esses movimentos. Levando à criança aprender movimentos dos nados e conseguir executá-los, e de acordo com que ela vai brincando com esses movimentos ela passa a ter maior controle sobre eles, aprendendo assim a nadar.
“O brincar proporciona a aquisição de novos conhecimentos, desenvolve habilidades de forma natural e agradável. Ele é uma das necessidades básicas da criança, é essencial para um bom desenvolvimento motor, social, emocional e cognitivo (MALUF, 2003:7)”
Nessa idade, as crianças frequentam as aulas para brincar. Os pais geralmente tem intenção que eles aprendam a nadar, tendo em vista maior segurança com seus filhos em uma piscina ou mesmo por recomendações medicas.
O professor de Educação Física deve proporcionar prazer e criatividade nas aulas de natação, tanto para a criança com menos habilidade quanto para a acriança que tem maior facilidade, utilizando-se de brincadeiras e a fantasia para que as crianças executem movimentos básicos e fundamentais da natação. Propondo desafios e ensinando novas habilidades.
Mesmo a água sendo propícia ao relaxamento e aos processos de aprendizagem, segundo Palmer (1990), algumas crianças tem medo da piscina, frequentemente por algum trauma causado por acidentes, ou apenas pela falta de seu contato físico com a água:
“A tensão muscular também pode ser de origem psicológica. O medo do ambiente aquático também pode resultar em impulsos motores eferentes, sendo transmitidos do cérebro para os músculos, causando contrações das fibras e cansaço prematuro (PALMER, 1990: 23)”.
Um outro aspecto que o lúdico oferece, é a motivação, que produz emoções positivas, facilitando realizar atividades físicas como uma prática habitual.
No livro A ciência do ensino da natação, de Palmer (1990), a proposta do ensino da natação, na fase de adaptação, segue: exercícios de confiança, flutuação, recuperação do pé na posição pronada e supinada, impulsão e deslizamento pronado e supinado, nado cachorrinho.
Em Pré-escola da natação, de Turchiari (1996), a proposta é: reconhecimento do ambiente externo e interno da piscina, entrada na piscina, reconhecimento da piscina, controle respiratório, contato com a água, submersão da cabeça na água, flutuação em decúbito ventral, flutuação em decúbito dorsal, deslocamento sem auxílio de apoio dos pés no fundo, adaptação e deslocamento em piscinas com maior profundidade.
A fase de adaptação das crianças ao meio líquido deve-se ter uma duração de 30 a 40 minutos, aplicando atividades lúdicas, jogos e brincadeiras para estimular a criança nesta fase inicial de aprendizagem (MANOEL, 1994).
Na etapa de adaptação da criança, o autor BUENO (1998), ressalta que ocorre o contato com o meio líquido, que para criança é algo completamente novo, onde ela vai se familiarizar e descobrir a resistência da água, a pressão que o corpo dela ocupa naquele espaço, o empuxo, a entrada da água nos orifícios da cabeça. DEPELSENEER (1989) afirmou que a adaptação ao meio líquido, é fundamental a importância de se familiar com esse novo meio, para que o aluno possa conhecer, sentir e encontrar prazer de mover-se livremente nele com uma maior segurança e em seguida gerando uma autoconfiança na realização das brincadeiras.
A prática de natação traz benefícios tantos nas habilidades motoras: reflexa, rudimentar, fundamental, especializada. Como nos fatores físicos: Força agilidade, velocidade, flexibilidade e resistência. A natação vem como tática para ajudar na construção de um alicerce para a criança, no ponto de vista moral, afetivo, psicológico e motor.
Quando o professor promove aulas com atividades lúdicas, provocam na criança prazer e elas ficam ali, por satisfação e não por uma obrigação. Santos (1996) também tem a mesma proposta de Venditti Júnior e Santiago (2008) que quando se emprega atividades lúdicas nas aulas, a criança pode evoluir em todos os aspectos pois o professor tornará a aula mais prazerosa. As aulas precisam ser divertidas e atrativas possibilitando à criança uma sensação de satisfação e realização nos aspectos cognitivos, fisiológicos e sociais.
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