O TREINAMENTO DE FORÇA NA REABILITAÇÃO DO EQUILÍBRIO E MOBILIDADE DE IDOSOS
Por: Wagnerhb • 18/12/2020 • Artigo • 5.575 Palavras (23 Páginas) • 292 Visualizações
TREINAMENTO DE FORÇA NA REABILITAÇÃO DO EQUILÍBRIO E MOBILIDADE DE IDOSOS
TRAINING OF FORCE IN THE REHABILITATION OF EQUILIBRIUM AND MOBILITY OF ELDERLY
Wagner Hormanez Baltazar
wagnerhormanez@gmail.com
Orientadora: Profa. Dra. Carla Manuela Crispim Nascimento
RESUMO
Introdução: Com o envelhecimento, surge um aumento da densidade na cartilagem e nos tecidos ao seu redor, além da tendência à perda da elasticidade dos músculos, ao desenvolvimento da artrite e de outras patologias do aparelho locomotor, que intensificam a restrição do movimento articular, reduzindo a flexibilidade. Devido a esse processo, os indivíduos vão gradualmente perdendo a força, o que dificulta a execução das atividades diárias. Portanto, a manutenção da força muscular, ou o seu aprimoramento, permite a qualquer indivíduo executar as tarefas diárias com menos estresse fisiológico. Objetivo: o presente estudo tem como objetivo analisar os déficits funcionais do envelhecimento relacionados à redução do equilíbrio e discutir os principais mecanismos pelos quais o treinamento de força pode contribuir na mobilidade dos idosos. Materiais e Métodos: Trata-se de uma revisão bibliográfica baseada na literatura através da consulta à artigos científicos selecionados através da busca nas bases eletrônicas Science Direct e Pubmed. Resultados: Dentre os diversos fatores que têm contribuído para esse fenômeno estão a preocupação com o estilo de vida e o incremento da atividade física. Isso significa que a implementação de um programa de exercícios, mesmo em idades extremas, é capaz de minimizar ou mesmo evitar o declínio funcional acentuado, amenizando os efeitos das doenças, ou mesmo prevenindo-as. Conclusão: A prática do treinamento de força apresentou inúmeros benefícios para quem adere, dentre eles aumento da força muscular e flexibilidade, contribuindo em um melhor desempenho na mobilidade e redução de quedas.
PALAVRAS CHAVE: Idosos, treinamento de força, equilíbrio, mobilidade.
ABSTRACT
Introduction: With aging, there is an increase in the density of cartilage and surrounding tissues, as well as the tendency to lose elasticity of muscles, the development of arthritis and other locomotor disorders, which intensify the restriction of joint movement, reducing flexibility. Due to this process, individuals gradually lose their strength, which makes it difficult to perform daily activities. Therefore, maintenance of muscle strength, or its enhancement, allows any individual to perform daily tasks with less physiological stress. Objective: This study aims to analyze the functional deficits of aging related to the reduction of balance and discuss the main mechanisms by which strength training can contribute to the mobility of the elderly. Materials and Methods: This is a bibliographical review based on the literature through the consultation of scientific articles selected through the search in the electronic databases Science Direct and Pubmed. Results: Among the several factors that have contributed to this phenomenon are the concern with the lifestyle and the increase of the physical activity. This means that the implementation of an exercise program, even at extreme ages, is able to minimize or even avoid marked functional decline, mitigating the effects of illness, or even preventing it. Conclusion: The practice of strength training presented numerous benefits for those who adhere, among them increased muscle strength and flexibility, contributing to a better performance in mobility and reduction of falls.
KEY WORDS: Elderly; strength training; balance; mobility.
INTRODUÇÃO
O envelhecimento como um processo progressivo e inevitável, caracterizado pela diminuição das funções fisiológicas e de todas as capacidades físicas, o qual torna essa população dependente de terceiros para que conseguir realizar as atividades cotidianas(39). Estimativas têm sido levantadas, sinalizando que no ano de 2020 a população mundial com idade superior a 65 anos estará aumentada em 82% em relação à atual (33). É esperado também que em 2025 as pessoas com mais de 60 anos representem um terço da população total em países desenvolvidos.
Sabe-se que o indivíduo desenvolve suas capacidades até mais ou menos os 25 anos e, após essa idade, seu desempenho funcional vai declinando até atingir patamares indesejáveis, comprometendo a capacidade de realização de tarefas cotidianas (43).
Durante este processo, frequentemente ocorrem declínios fisiológicos, caracterizados pela dificuldade no desempenho de certos componentes da capacidade funcional, alterações bioquímicas e psicossociais que possuem um importante impacto no comprometimento de certas atividades da vida cotidiana (26).
Os efeitos deletérios na capacidade funcional e a deterioração da mobilidade ocorrem, com o avanço da idade, sobretudo pela perda gradativa da massa muscular e, consequentemente, da força muscular. A sarcopenia tem impacto significante na saúde pública, sobretudo na população idosa, por suas bem conhecidas consequências funcionais no andar e no equilíbrio, que aumentam o risco de queda e levam à perda da independência física funcional, contribuindo para a ampliação do risco de doenças crônicas como diabetes e osteoporose (32).
Nos idosos, a elasticidade de tendões, ligamentos e cápsulas articulares diminui devido a deficiências no colágeno (47). Durante a vida ativa, indivíduos adultos perdem cerca de 8-10 cm de flexibilidade na região lombar e no quadril. Particularmente, a flexibilidade dos músculos isquiotibiais durante a senescência tem importante papel no equilíbrio postural, na manutenção completa da amplitude de movimento do joelho e quadril, na prevenção de lesões e na otimização da função musculoesquelética (8).
Dentre as capacidades perceptivo-motoras importantes para manter a funcionalidade destaca-se a propriocepção, que é uma variação especializada da modalidade sensitiva do tato. Especificamente, propriocepção é a informação nervosa cumulativa que vai até o sistema nervoso central a partir de mecanorreceptores existentes nas cápsulas articulares, ligamentos, músculos, tendões e pele, envolvendo a identificação senso-receptora das características de movimento do corpo e dos membros (17). A descrição desse mecanismo neuromuscular foi proposta por Sherrington em1906, para descrever todas as informações neurais originadas das articulações, músculos e tendões (2).
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