PREPARAÇÃO DO PROFESSOR PARA ESCOLA INCLUSIVA: OS PROFESSORES ESTÃO REALMENTE PREPARADOS PARA INCLUSÃO?
Por: Carolina Pesse • 11/9/2018 • Relatório de pesquisa • 2.541 Palavras (11 Páginas) • 339 Visualizações
Introdução
O presente trabalho abordará o tema da educação/escola inclusiva dentro dos aspectos das deficiências, mostrando se as escolas e os professores estão preparados para essa inclusão.
A educação inclusiva é considerada como uma proposta de aplicação prática ao campo da educação e faz parte de um movimento mundial, denominado inclusão social. Trata-se de um novo paradigma, ligado a construção de uma sociedade democrática, na qual todos conquistam sua cidadania, e a diversidade é respeitada, aceita e reconhecida politicamente.
De acordo com Carvalho (1998) e Oliveira e Poker (2002), o paradigma da escola inclusiva pressupõe, conceitualmente, uma educação apropriada e de qualidade dada conjuntamente para todos os alunos – considerados dentro dos padrões da normalidade com os com necessidades educacionais especiais – nas classes do ensino comum, da escola regular, onde deve ser desenvolvido um trabalho pedagógico que sirva a todos os alunos, indiscriminadamente. Sendo assim, o ensino inclusivo é a prática da inclusão de todos, independente de seu talento, deficiência e origem sócio-econômica, étnica ou cultural.
A entrada das crianças com necessidades educativas especiais na escola, verdadeiramente representou um marco social, fruto de uma enorme conquista histórica, porém ainda há muito há fazer para a construção de uma escola que seja realmente inclusiva e comprometida com a diversidade.
A inclusão exige da escola muito esforço de atualização e reestruturação das condições atuais, para que o ensino se modernize e para que os professores se aperfeiçoem, adequando as ações pedagógicas à diversidade dos alunos.
Pode-se considerar, portanto, que o sucesso da inclusão escolar vai depender, em grande medida, do trabalho pedagógico do professor da classe comum, pois este deve ser qualificado para responder as necessidades diferenciadas de seus alunos, para propor situações de ensino aprendizagem satisfatória para todos: Uma política de formação de professores é um dos pilares para a construção da inclusão escolar, pois a mudança requer um potencial instalado, em termos de recursos humanos, em condições de trabalho para que possa ser posta em prática. (MENDES, 2004, p. 227)
Deficiência auditiva
A inclusão dos deficientes auditivos na escola regular está sendo discutida a partir de diferentes óticas, dentre elas os direitos da pessoa com deficiência e o exercício da cidadania, a exposição à língua de sinais ou ao português e a modalidade de ensino. Porem, ainda há pouca discussão sobre a implementação da inclusão escolar, em especial sobre a percepção dos professores envolvidos nesse processo.
As crianças que são ouvintes vivenciam e adquirem conhecimento, muitas vezes de maneira automática, pois logicamente ouvem e tem uma linguagem comum com a maioria das pessoas, o que para as crianças surdas muitas vezes é limitado em função da falta dessa língua comum a ser compartilhada com os ouvintes. Por não terem acesso à oralidade, a maioria é então privada de atividades que envolvem a linguagem, o que também ocorre na escola, dificultando o processo de aprendizagem da leitura e escrita.
Ao analisar a educação especial no Brasil, em particular do deficiente auditivo, Bueno (1994) aponta que a falta de uma clara delimitação entre as responsabilidades dos serviços de saúde e de educação especial impede o estabelecimento de políticas que respondam efetivamente a essas necessidades. O autor alerta que, quando os programas de reabilitação são incorporados pelo sistema escolar, sob a capa de programas de educação precoce ou de atividades especificas de linguagem, as duas áreas de ação, saúde e educação, se confundem.
Deficiência visual
A inclusão do deficiente visual em uma escola regular e a sua relação com a mesma e com o professor, ainda é um assunto que gera muita dúvida e ainda não é aceito de forma natural. Os professores não podem ser considerados multidisciplinares principalmente na questão da deficiência, considerando que não basta colocar um aluno deficiente visual no meio de todos os outros sem uma estrutura, um respaldo.
Tanto professores, como escolas devem estar cientes que alunos portadores de deficiência visual, possuem uma grande dificuldade, já que uma criança que enxerga normalmente observa as atitudes e comportamento dos adultos e de outras crianças, assimilando-o e uma criança cega, obviamente, não terá esse meio de aprendizado. Terá de haver o maior envolvimento do professor, em relação a ajudar essa criança a adquirir o conhecimento de outras formas.
O professor do ensino regular deve dispensar ao aluno deficiente visual a mesma atenção que dá aos outros alunos, não deve haver diferença em ter regras ou um nível de exigência menor; também deve fornecer aos professores de apoio as tarefas e trabalhos de casas, que sejam necessários a transcrição para o Braille.
O professor do ensino especial deve dar apoio ao professor de ensino regular, adaptando os materiais para o Braille, fazendo sugestões de melhorias e procedimentos diferentes para aprimorar o conhecimento da criança, ele será uma espécie de link entre a casa e escola, estando atento aos avanços da criança no conhecimento.
Deficiência física
A deficiência física pode ser considerada uma complicação que leva um indivíduo se limitar em sua mobilidade. Suas causas podem ser várias, como por exemplo, neurológicas, má formações congênitas ou acidentes.
Os principais tipos de deficiências físicas podem ser considerados: perda total das funções motoras dos membros inferiores (paraplegia); perca total dos quatros membros – tetraplegia e hemiplegia sendo a perca total de um hemisfério do corpo.
Crianças com deficiência física, devido ao comprometimento da coordenação motora, algumas vezes podem apresentar dificuldades para escrever. A linguagem é adquirida sem grandes problemas, porem de forma mais lenta, a não ser em casos de lesão cerebral grave.
Existem alguns tipos de tecnologias assistivas ou aumentativas que podem auxiliar essas crianças em seu aprendizado como engrossadores de lápis, apoio para braços, tesouras adaptadas ou quadros magnéticos, além disso, as escolas precisam se adequar em suas estruturas, necessitando de haver elevadores, rampas, corrimãos e banheiros com adaptações. Os alunos podem precisar também de cuidados especiais, necessitando de cuidadores para suas atividades no cotidiano escolar.
Deficiência
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