Resenha - Muito Alem do Peso
Por: Vinibujin • 14/5/2017 • Resenha • 909 Palavras (4 Páginas) • 1.380 Visualizações
O documentário “Muito Além do Peso”, mostra como a epidemia de obesidade infantil faz com que crianças apresentem sintomas de doenças de adultos, como por exemplo problemas de coração, respiração, depressão e diabetes tipo 2. O foco dos idealizadores é elucidar o papel e o envolvimento do governo, das escolas, dos pais e da publicidade na temática.
De acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde, cerca de 33,5% das crianças entre 5 a 9 anos apresentam sobrepeso, o que significa que uma em cada três crianças está acima do peso recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
Os números de sobrepeso e obesidade infantil triplicaram no Brasil desde 1974: passou de 9,7% para os atuais 33,5%. Na adolescência o número diminui um pouco, mas ainda é considerado alto, com 20,5% dos jovens apresentando quadro de sobrepeso e obesidade. A pesquisa também mostrou que o estado nutricional na primeira infância repercute na vida adulta. Uma criança até os 10 anos que apresente quadro de obesidade possui 50% de chance de se tornar um adulto obeso. Ao ultrapassar essa faixa etária e manter o quadro, a probabilidade aumenta para 80%.
Tendo esses dados em mente, podemos ver que a obesidade infantil é um problema de saúde pública que merece uma abordagem ampla e interdisciplinar na discussão de suas causas e consequências. No documentário vemos diversos depoimentos de especialistas do Brasil e do exterior em várias áreas de conhecimento, que foram consultados tendo como foco apresentar casos de obesidade infantil de diversas regiões do nosso país.
Notamos em diversas cenas do filme onde as crianças só se alimentam de produtos industrializados como batata frita, salgados e bebidas como sucos artificiais e refrigerantes. A obesidade se faz presente em todos os lares do mundo onde essa alimentação artificial e industrializada se encontra. Assim também se originou grandes problemas para as condições de vida e saúde da sociedade. O Palestrante adverte que os nossos filhos irão viver 10 (anos) a menos por causa da alimentação. Alguns dos especialistas atribuem a falta de atividade física, aos brinquedos cada dia mais voltados para a tecnologia, às crianças que passam mais de 5 (cinco) horas na TV como fatores que aumentam ainda mais a obesidade, porque a criança consome mais calorias do que gasta. O problema é tão sério que as crianças não reconhecem frutas e legumes, mais não esquecem o nome e os sabores dos alimentos industrializados que oferecem alto índice de gordura e açúcar.
O filme contextualiza aspectos importantes da dinâmica político-econômica na obesidade infantil. Com espírito crítico, expõe a influência gigantesca e desleal da indústria de alimentos e bebidas em decisões do governo e também no dia-a-dia da população, a polêmica questão da publicidade voltada ao público infantil, a falta de educação nutricional aliada ao excesso de produtos processados presente na merenda escolar, a falta de segurança pública necessária para prática de atividades físicas, a quantidade alarmante de horas gastas em frente à TV e, ainda, a dificuldade de acesso físico a alimentos mais saudáveis. A obesidade infantil tem sido um problema crescente de saúde pública, tornando-se uma epidemia mundial, além de ser uma das patologias nutricionais que mais tem apresentado aumento na prevalência.
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Crianças obesas podem fazer parte dos grupos de risco com maiores probabilidades de virem a sofrer enquanto criança e na idade adulta, distúrbios nas esferas orgânicas, além de graves problemas psicológicos que podem interferir no seu desenvolvimento. Assim sendo, a obesidade é considerada uma enfermidade multifatorial, que pode ter como causas, diversos fatores genéticos, fisiológicos (endócrinos metabólicos), condições socioambientais (prática alimentar
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