TARJA BRANCA: A REVOLUÇÃO QUE FALTAVA
Por: Camila Braga • 23/10/2018 • Resenha • 805 Palavras (4 Páginas) • 639 Visualizações
TARJA BRANCA: A REVOLUÇÃO QUE FALTAVA
Resenha a partir do filme Tarja Branca: a revolução que faltava, com a finalidade de ser apresentada para disciplina de Cultura Lúdica e Teoria do Jogo, do curso de Licenciatura em Educação Física, da Universidade Federal do Ceará.
Filme: Tarja Branca: a revolução que faltava. Direção de Cacau Rhoden. Produção Executiva de Estela Renner, Luana Lobo e Marcos Nisti. Roteiro de Cacau Rhoden; Estela Renner; Marcos Nisti. Intérpretes: Domingos Montagner; Wandi Doratiotto; Antônio Nóbrega; José Simão. Música: André Caccia Bava. São Paulo: Maria Farinha Filmes, 2014.
O filme traz uma reflexão quanto a importância do ato de brincar. Com base em depoimentos de inúmeras pessoas, sejam artistas, professores e trabalhadores em geral, o vídeo nos apresenta os relatos das experiências com brincadeiras na infância dessas pessoas já adultas. É exposto também o valor que o brincar tem na socialização e construção psicossocial dos indivíduos desde sua inserção na sociedade. “Na concepção sócio-histórica de educação, o brincar é contemplado como atividade fundamental, uma vez que representa um espaço privilegiado de interação infantil e de constituição do sujeito-criança como sujeito humano, produto e produtor de história e de cultura.” (BOIKO, ZAMBERLAN, 2001, p. 9)
Dessa forma, o enredo nos traz diferentes tipos de infância, onde alguns puderam desfrutar das brincadeiras e outros que perderam esse momento devido atribulações que afetaram, consequentemente, sua infância. Todavia, todos concordam que o brincar é ter liberdade. Um ponto interessante exposto pela trama é o tripé do brincar, onde apenas se necessita de liberdade de tempo, liberdade de espaço e liberdade de criação para se ter a brincadeira. Desse modo o brincar se exprime com um bem bastante simples, onde até os debilitados fisicamente, se tiverem esses três elementos podem fazer de seus momentos os melhores, como é apontado na fala: “Sopro no coração...enquanto meus irmãos jogavam bola, eu ia ler...era onde eu sofria, torcia por alguém, enfrentava monstros tenebrosos, moinhos de vento com Dom Quixote, corria com os ‘Capitães da Areia’” (TARJA BRANCA: a revolução que faltava, 2014, trecho 5:53 min).
O enredo se mostra bastante preocupado em enfatizar a importância do brincar nas diferentes fases da vida, vem tentando resgatar o Ser Brincante morto dentro da grande maioria dos adultos na sociedade atual. Tenta mostrar a cultura por trás das brincadeiras, toda ciência envolvida em cada atividade, e como essa expressão tem uma linguagem própria, espontânea, podendo até mesmo ser considerada, usando as palavras da pedagoga Maria Amélia Pereira, presente no filme no trecho 8:30 min, uma linguagem da alma.
Entretanto a maior crítica presente na história está no esquecimento desse bem precioso. Devido a constante busca pela sobrevivência, e na sociedade capitalista em que estamos inseridos, a busca pelo sucesso exacerbado, ganância extrema, e priorização dos bens materiais, sem contar o alto teor de exploração do proletário, faz com que deixemos de lado a nossa criança interior, desconsiderando, quase que totalmente, o brincar no nosso cotidiano. O documentário exprime vigorosamente uma discordância quanto a vida estressante, a constante sensação
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