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A Paternidade na Adolescência

Por:   •  26/11/2017  •  Projeto de pesquisa  •  3.465 Palavras (14 Páginas)  •  549 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO[pic 1]

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

O início do desejo sexual é uma das mais constrangedoras situações apresentadas durante a adolescência, está associado ao início da puberdade e surge com a maturidade dos órgãos sexuais e com a consequente elevação dos níveis hormonais, neste período, os jovens buscam traçar seus próprios caminhos e nesses caminhos exercitam sua capacidade de autonomia e independência, buscando desenvolver-se plenamente o que inclui o exercício de sexualidade. (BARRETO et al., 2010).

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a juventude compreende o período dos 15 aos 24 anos, e a adolescência dos 10 aos 19 anos. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente define a adolescência entre 12 e 18 anos (BRASIL, 2005).

A gravidez, entre mulheres com a faixa etária compreendida entre 10 e 19 anos, continua sendo uma das principais causas de internações hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS). Desde 2000 esta estimativa corresponde à aproximadamente 50% do total de internações dessa faixa etária e 15% dos óbitos maternos. Os filhos dessas mulheres correspondem a 22% do total de nascidos vivos no país e cerca de 17% dos óbitos fetais, o que representa mais de 5.000 óbitos a cada ano. Soma-se a isso a prática ilegal do abortamento que, segundo estimativas, vem crescendo no país e é uma das principais causas de morte entre as adolescentes (BRASIL, 2006).

A paternidade na adolescência é uma transição para a parentalidade de um indivíduo que ainda não completou 20 anos de idade, ressaltando a interdependência no que se refere à faixa etária da parceira envolvida na reprodução. Além disso, a paternidade na adolescência promove mudanças e readaptações de ordem psicossocial, estabelecendo novos papéis para a organização de vida do adolescente, podendo atuar como um fator importante no processo de inserção no mundo adulto, na medida em que implica novos arranjos no cotidiano de vida. Para o adolescente o pai tem seu papel no contexto da paternidade como mantenedor, que é o responsável pelo sustento e mantém os recursos para a manutenção familiar. Entretanto, trazendo tal realidade para o pai adolescente, evidenciamos que, muitas vezes, ele mesmo é mantido por seu provedor, seja seu pai ou até mesmo sua progenitora (BARRETO et al., 2010).

Segundo Meincke e Carraro (2009), em se tratando da gravidez na adolescência, especificando a paternidade na adolescência, estudos demonstram que a maternidade é bem superior ao de paternidade, configurando uma tendência apontada pela literatura de reduzida porcentagem de pesquisas sobre paternidade adolescente. Essa temática vem sendo debatida há mais de 30 anos, a temática da gravidez na adolescência tem preocupado profissionais de saúde, assim como diferentes segmentos sociais; entretanto, a maior parte dos estudos aborda as questões relacionadas ao sexo feminino, possivelmente resultado da influência sociocultural na qual a mulher é considerada a principal responsável pela gestação e pelo cuidado com a criança.

1.2 PROBLEMA

A adolescência é a trajetória do indivíduo em transição, e é neste período de vida que ocorrem grandes transformações somáticas, psicológicas e sociais. Umas das principais transformações é a sexualidade, que está presente em toda a trajetória de vida do ser humano, com isso, há uma grande necessidade despertar o interesse dos adolescentes sobre as formas preventivas de uma gravidez, sendo esta encarada neste período como indesejada. Mediante este questionamento, pergunta-se: Houve mudanças na vida pessoal e socioeconômica dos adolescentes após a experiência com a paternidade?

1.3 HIPÓTESES

1.3.1 HIPÓTESE ALTERNATIVA

Houve mudanças na vida pessoal e socioeconômica dos adolescentes devido a paternidade.

1.3.2 HIPÓTESE NULA

Não houve mudanças na vida pessoal e socioeconômica dos adolescentes devido à paternidade.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 OBJETIVO GERAL

  • Verificar a existência de mudanças acontecidas entre os adolescentes após a experiência da paternidade.

1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Investigar o perfil socioeconômico e demográfico dos adolescentes;
  • Apontar as principais mudanças ocorridas na vida pessoal e socioeconômica dos adolescentes após a paternidade;
  • Verificar a relação afetiva dos mesmos com os filhos.

1.5 JUSTIFICATIVA

O interesse em realizar o estudo surgiu após a leitura de vários trabalhos a respeito da gravidez na adolescência e ter notado a existência de poucos estudos a respeito da paternidade nessa faixa etária. Optou-se em desenvolver um estudo com a população masculina deste grupo etário, afim de, identificar as mudanças ocorridas através de relatos após vivenciar tal experiência.

Além disto, pretende-se mostrar à sociedade, que os estigmas sobre a sexualidade e os métodos de prevenção de uma gravidez indesejada podem ser vencidos, através do conhecimento desses métodos nessa faixa etária, partindo da conscientização da sociedade sobre o quanto é importante a abordagem da temática em questão. Para isto é necessário o uso da linguagem apropriada de acordo com o nível cultural, além de proporcionar a confiança e o respeito aos adolescentes que forem a procura de informações.

Nesse sentido, esta pesquisa servirá de fonte de pesquisa para posteriores trabalhos sobre o conhecimento dos adolescentes sobre as mudanças na vida dos adolescentes após a paternidade, enfocando que os adolescentes e profissionais de saúde demonstrem maior interesse pelo tema, e assim qualificar de forma a contribuir a comunidade científica e possibilitar ao setor local de saúde um planejamento para necessidade de controlar o aumento de novas adolescentes grávida precocemente.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA ADOLESCÊNCIA

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a adolescência é o período compreendido entre 10 e 19 anos marcado pelo crescimento e desenvolvimento acelerado, caracterizada por mudança corporal, com surgimento de algumas estruturas do corpo e amadurecimento de outros através do próprio organismo e precisamente pela produção de hormônio. No início da adolescência, as transformações biológicas e as alterações na personalidade ocorrem juntas e assim como o corpo vai adquirindo uma nova forma modifica-se também a imagem mental, onde o adolescente passa a crer que sua imagem corporal está desproporcional à imagem idealizada (BRANCO et al., 2006; RODRIGUES et al., 2005).

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