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AS PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES APRESENTADAS PELOS PACIENTES RENAIS CRÔNICOS DURANTE AS SESSÕES DE HEMODIÁLISE

Por:   •  17/4/2017  •  Resenha  •  3.163 Palavras (13 Páginas)  •  664 Visualizações

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AS PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES APRESENTADAS PELOS PACIENTES RENAIS CRÔNICOS DURANTE AS SESSÕES DE HEMODIÁLISE

Livy Meirelles Calaes

Rio de Janeiro

2016

HIPOTENSÃO

Para alguns autores, é a principal complicação, e a mais frequente durante a hemodiálise, ocorrendo em até 30% das sessões. (NASCIMENTO & MARQUES, 2005).

A fisiopatologia envolve a taxa de ultrafiltração (UF), a diminuição da osmolaridade, a temperatura do dialisato, redução do volume intravascular, hiponatremia, aumento na liberação de substâncias vasodilatadoras e redução da liberação de vasoconstritoras, conduzindo à redução do débito cardíaco e da resistência vascular periférica (DE DEUS, et al, 2015).

A fisiopatologia da hipotensão relacionada com a UF excessiva é compreendida da seguinte forma: durante a UF, como a água é removida do compartimento intravascular, o volume sanguíneo é mantido pelo movimento da água dos tecidos. Isto ocorre até atingir o peso seco do paciente. A hipotensão ocorrerá se a UF for muito rápida ou excessiva, de modo que impeça um adequado reenchimento capilar (TERRA, et al, 2010; DE DEUS, et. al, 2015).

É o reflexo primário de grande quantidade de líquidos que é extraída do volume plasmático durante uma sessão de rotina da diálise.

Apresenta como sinais e sintomas mais comuns: Tontura, sensação de desfalecimento, dor precordial, sudorese, confusão mental, taquicardia.

Principais causas da hipotensão arterial durante a sessão:  (ARAÚJO & SANTOS,2012; DEUS, et. al, 2015.)

         - Relacionadas ao paciente:

  • Diabetes;
  • Neuropatia autonômica;
  • Disfunção diastólica;
  • Arritimias;
  • Pobre estado nutricional;
  • Ganho excessivo de peso;
  • Ingestão de alimentos durante a sessão;
  •  Hipotensores usados antes da sessão.

- Relacionada ao tratamento:

  • Rápida redução da osmolaridade plasmática;
  • Dialisado acima da temperatura usual;
  • Baixo sódio no dialisado;
  • Bioincompatibilidade dos dialisadores;
  • Ultrafiltração excessiva.

Condutas:  (SANTANA et.al, 2013)

  • O paciente deve ser colocado em posição de Trendelemburg;
  • Deve ser administrado bolus de 100 ml de SF a 0,9% ou mais se indispensável;
  • Velocidade de ultrafiltração deve ser diminuída para o mais próximo possível de zero;
  • Controle ideal do peso seco;
  • Monitoramento cauteloso dos sinais vitais.

Os pacientes com maior risco de apresentar hipotensão durante a diálise são: sexo feminino, pessoas com idade mais avançada, com maior tempo de doença renal crônica, maior índice de massa corporal e sujeitas a um maior volume de ultrafiltração, por maior tempo de intervalo inter-dialítico ou intervalos mais curtos entre as sessões. Acredita-se que estes fatores estão associados a alterações de osmolaridade no filtrado que favorecem a hipotensão. (CAPLIN, B.; KUMAR, S.; DAVENPORT, 2011; SESSO, S.C.; LOPES, A.A; THOMÉ, F.S; et. al 2012)

Em casos refratários, é considerável o uso de midodrina, assim como de L-carnitina antes ou após a diálise ou até mesmo trocar o método dialítico. Com relação à midodrina, existem poucos estudos aplicados a hipotensão em hemodiálise, mas todos mostram benefícios em relação ao placebo, mesmo em pequenas doses. Já a L- carnitina, desde 2000, vem sendo apontada pela Fundação Nacional do Rim, como adjuvante no tratamento hemodiálitico pela capacidade de atenuação de hipotensão e cãibras durante a hemodiálise, principalmente se associada à suplementação de vitamina E. (LEVY. J.; BROWN, E.; DALEY, C.; LAWRENCE, A. 2011; STERN, A.; SACHDEVA, S.; KAPOOR, R.; et. al 2014; MC CAUSLAND, F.R; BRUNELLI, S.M; WAIKAR, S.S; 2013; SANDS, J.J; USVYAT, L.A; SULLIVAN, T.; et al. 2014)

 O perfil plasmático de carnitina poderia ser utilizado como um guia, sendo que níveis subnormais de carnitina livre e uma razão elevada de acilcarnitina/carnitina livre (>0,6) poderiam indicar a necessidade de suplementação, sendo recomendados 20mg/kg de peso corporal após cada sessão de diálise. A maioria dos estudos com pacientes submetidos à hemodiálise utilizam doses entre 5 e 100mg/kg administradas por via intravenosa ou oral. Os resultados dos estudos são contraditórios com relação aos seus benefícios e não há um consenso sobre a eficácia de sua utilização. (CENSO BRASILEIRO DE NEFROLOGIA, 2014; MEREDITH, D.J; PUGH, C.W; SUTHERLAND. S.; et al, 2015; LEVY, J.; BROWN, E.; DALEY. C.; LAWRENCE, A.; 2011; STERN, A.; SACHDEVA, S.; KAPOOR R; et al. 2014)

CÃIBRAS MUSCULARES 

        De Deus (2015) e Nascimento & Marques (2005) afirmam que as cãibras geralmente ocorre no final das sessões e predomina nos membros inferiores, podendo ocorrer juntamente com a hipotensão, embora possam persistir após o restabelecimento da pressão arterial.

Terra et al. (2010) e Castro (2001) dizem que as cãibras estão associadas à elevada taxa de ultrafiltração durante a sessão de hemodiálise, ou seja ao desequilíbrio entre a UF e o preenchimento vascular. Alguns estudos ainda correlacionam com déficit de carnitina.

Os fatores predisponentes mais importantes são: hipovolemia e hipotensão. O uso de solução dialítica pobre em sódio também tem sido associada a uma alta incidência de cãibras musculares. (DALGIRDAS, J.T, 2003; FERMI, M.R.V., 2003; BARROS, E.; MANFRO, R.C.; THOMÉ, F.S. & GONÇALVES, L.F.S, 1999; CALIXTO, R.C.; LORENÇON, M.; CORRÊA, M.S.M.F.; CRUZ, A.P; MARTINS, L.C.; BARRETTI, P.; et al, 2003).

Como geralmente as cãibras musculares ocorrem concomitantemente com a hipotensão, a administração de solução de glicose ou soro fisiológico hipertônico é muito eficaz no tratamento agudo das cãibras musculares, podendo também ser utilizado gluconato de cálcio. Essas soluções também agem transferindo água osmoticamente em direção ao compartimento sanguíneo, auxiliando a manter o volume sanguíneo. A administração de glicose hipertônica é preferida para o tratamento de cãibras em pacientes não-diabéticos (BARROS, E.; MANFRO, R.C.; THOMÉ, F.S. & GONÇALVES, L.F.S, 1999; CALIXTO, R.C; LORENÇON, M.; CORRÊA, M.S.M.F.; CRUZ, A.P.; MARTINS, L.C; BARRETTI, P.; et al, 2003).        

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