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Análise Geral da Desnutrição Grave e Ações Terapêuticas

Por:   •  27/9/2016  •  Artigo  •  3.292 Palavras (14 Páginas)  •  501 Visualizações

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ANÁLISE GERAL DA DESNUTRIÇÃO GRAVE E AÇÕES TERAPÊUTICAS

Assucena Santos Bezerra [1]

Camilla Cardoso da Silva1

Francineura de Lima1

Hellem Eduarda Martins Vieira1

Izaura Sued Quaresma de Queirós1

Jéssica Roberta Borges Arruda1

Josikelly Rodrigues Reis1

Maraina Martins Ribeiro1

Marina de Lima Mota1

Marquinamara Neres da Silva1

Railene Clemente Alves Costa1

Juliano Vidal[2]

RESUMO

Para conservar constante as condições de vida, o corpo mobiliza os mais diversos sistemas, como o sistema endócrino, o excretor, o circulatório, o respiratório bem como os demais que compõem o corpo humano. Como consequência das alterações na quantidade e qualidade dos alimentos ingeridos, todo o organismo organiza-se para economizar energia em forma de gordura afim de garantir a sobrevivência em situações adversas. Essa situação é chamada de desnutrição e quem a regula é o sistema nervoso, em conjunto com hormônios como o cortisol, glicocorticoides, entre outros. A falta de acessibilidade ao alimento com alto valor nutritivo é a principal causa de desnutrição.  A amamentação inadequada, a ingesta de alimentos pouco nutritivos, a falta de orientação sobre o valor nutricional dos alimentos, e os hábitos alimentares pobres favorecem o aumento das taxas de desnutrição no Brasil. O sucesso no tratamento da desnutrição grave não requer instalações e equipamentos sofisticados, é necessário essencialmente, que cada indivíduo seja acompanhado por alguém próximo à ele, tratada com cuidado necessário e afeição e que cada fase do tratamento seja executada de forma apropriada por profissionais de saúde qualificados, como enfermeiros, nutricionistas e médicos.

Palavras-Chave: Desnutrição grave; SISVAN; Enfermagem, Vitaminas; Megadose; Crianças.

  1. INTRODUÇÃO

        Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a desnutrição é um problema de saúde pública mundial. Especula-se que no mundo inteiro existam mais de 100 milhões de pessoas em estado de desnutrição. Em algumas regiões do Brasil essa realidade é sentida com mais intensidade e seus índices estão sempre atrelados à pobreza e consequentemente, consideráveis números de patologias associadas a mesma. No cenário mundial, os maiores índices estão na África, Ásia e América Latina, porém é observada em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde sua instalação em 1936 é o principal provedor de dados e informações que atendem às necessidades dos diversos seguimentos da sociedade civil. Dentre suas explorações, destacam-se o Estatuto Nacional da Despesa Familiar (ENDEF), e a Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN). O ENDEF é uma pesquisa de cobertura nacional sobre a questão alimentar e nutricional do país, realizado entre 1974 e 1975, onde são levantadas informações sobre a extensão, gravidade e concentração da fome, assim como hábitos alimentares e orçamentos familiares da população brasileira.

Em 1989 surgiu a necessidade de se fazer uma pesquisa através da PNSN para determinar os níveis de desnutrição da população através de medidas como peso, altura, sexo e idade. Os resultados obtidos com a PNSN indicam que 31% das crianças brasileiras menores de 5 anos já são desnutridas desde os seis primeiros meses de vida, isso acontece porque as mães acabam não amamentando os filhos até o sexto mês, ou então complementam o aleitamento materno com outros alimentos durante esse período.

GRÁFICO:

 [pic 1]

Figura 1: Prevalência (%) de desnutrição em crianças menores de 5 anos à faixa etária. Brasil 1989 – Fonte: SISVAN.

        Na Região Nordeste o índice de desnutrição é de 46,1%, ou seja, duas vezes superior aos das demais regiões do país, com exceção do Norte, que apresenta um perfil semelhante ao do Nordeste. A região centro-oeste apresenta um quadro de desnutridos parecido com o Sudeste. A situação mais favorável se encontra na região sul.

A situação socioeconômica da população da Região Nordestina se agrava pelas precárias condições de higiene, saneamento básico, moradia, emprego e outros fatores. Na Região Sul a situação socioeconômica é bem mais favorável, e com isso o índice de desnutrição é menor.

TABELA: Prevalência (%) de desnutrição em crianças menores de 5 anos por região e tipos de desnutrição (leve, moderado e grave).

- PNSN, 1989.

REGIÃO

TODOS OS TIPOS DE DESNUTRIÇÃO

TIPOS MODERADOS E GRAVES

Norte

42,3

7,6

Nordeste

46,1

9,6

Centro-oeste

25,7

2,1

Sudeste

21,7

2,7

 Sul

17,8

1,7

TABELA: Prevalência (%) de desnutrição nas áreas rural e urbana do Brasil.

        Percebe-se que os índices mais elevados encontram-se nas regiões Nordeste e Norte respectivamente.

ÁREA

PORCENTAGEM

Rural

49,4

Urbana

29,5

TABELA: Prevalência (%) de desnutrição nas áreas rural versus urbana no Brasil.

        Ao compararmos os dados atuais do ENDEF e do PNSN podemos avaliar que o problema de desnutrição entre crianças menores de cinco anos de todo país é menor hoje do que na década de 70, tendo uma diminuição de quase dois terços. Essa trouxe como consequência, uma melhora em outros aspectos da saúde pública, tais como progressos ocorridos na área de saneamento básico, o declínio da mortalidade infantil, a realização do pré-natal, o aumento da frequência do aleitamento materno e o processo de modernização em quase todos os setores.

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