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FALTAM AS REFERENCIAS E MUDAR PROBLEMÁTICA

Por:   •  22/8/2021  •  Relatório de pesquisa  •  2.312 Palavras (10 Páginas)  •  141 Visualizações

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O que a literatura revela sobre a COVID-19 e pessoas em sofrimento psíquico?

FALTAM AS REFERENCIAS E MUDAR PROBLEMÁTICA

Introdução

Problemática do estudo

         Desde a ocorrência de um surto de doença respiratória na cidade de Wuhan, na China que ocorreu no final de dezembro de 2019 e foi notificado à Organização Mundial de Saúde (OMS), a sociedade têm se mantido em alerta. Foi identificado como agente etiológico, um novo coronavírus: SARS-COV-2, que produz a doença COVID-19 também chamada de Doença do Coronavírus 2019.

         No início de janeiro de 2020, foi constatado o crescimento no número de casos e a disseminação do vírus para outros países. Já no final de janeiro, a OMS declarou uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Em 11 de março de 2020, o COVID-19 foi caracterizado como uma pandemia. (WHO, 2020)

         Ainda não há informações precisas sobre a história natural, o que se sabe é que o vírus diz respeito a uma zoonose classificado como um betacoronavírus, pertencente a uma grande família viral conhecida desde meados de 1960, que causam infecções respiratórias do mesmo subgênero da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), porém referente a um novo subtipo.  (BRASIL, 2020; WHO, 2020)

        As infecções por coronavírus possuem alta transmissibilidade e ocorrem principalmente com o contato de gotículas respiratórias. Podem provocar uma Síndrome Respiratória Aguda que varia de casos leves em cerca de 80%, a casos muito graves em 5 a 10% que apresentam insuficiência respiratória, além de casos assintomáticos. (BRASIL, 2020)

        A taxa de letalidade do vírus aumenta conforme a faixa etária e quanto às comorbidades pré-existentes. O quadro clínico inclui febre, tosse, dispneia, mialgia, fadiga, náuseas, vômitos, sintomas respiratórios superiores e ainda sintomas gastrointestinais, como diarreia em casos mais raros.  (BRASIL, 2020; HUANG et al 2020)

        No Brasil, o primeiro caso de COVID-19 foi confirmado em 26 de fevereiro de 2020, sem evidência de transmissão local. A rápida disseminação do vírus em várias regiões do mundo leva a grande preocupação global. O Sistema Único de Saúde (SUS) passou a dispor de protocolos, procedimentos e guias para identificação e monitoramento em resposta à emergência de saúde pública (BRASIL, 2020).

A partir do histórico de epidemias, estima-se que a metade da população pode manifestar sintomas psicopatológicos, caso não sejam realizados intervenções no âmbito da Saúde Mental. As reações mais frequentes durante a COVID-19 incluem: o medo de adoecer e morrer ou morte de entes queridos; perda dos meios de subsistência; ser excluído socialmente por estar associado à doença; afastamento de sua rede de apoio; não receber um suporte financeiro; e transmissão do vírus a outras pessoas. (FIOCRUZ, 2020)

É esperada a sensação recorrente de impotência perante os acontecimentos com irritabilidade, angústia e tristeza. Tais sensações podem ser intensificadas em casos de isolamento, uma das medidas adotadas a fim de combater o surto, levando a reações comportamentais como: alterações ou distúrbios de apetite; alterações ou distúrbios do sono; conflitos interpessoais; violência; e pensamentos recorrentes relacionados a morte e ao morrer.  (FIOCRUZ, 2020)

Diferentes estratégias de cuidados psíquicos devem ser levadas em consideração. Investir em exercícios e ações que auxiliem na redução do nível de estresse (meditação, leitura, exercícios de respiração, entre outros mecanismos que auxiliem a situar o pensamento no momento presente); caso esteja trabalhando, ficar atento a suas necessidades básicas, garantindo pausas sistemáticas; manter a rede socioafetiva ativa, mesmo que virtualmente; evitar o uso de álcool, tabaco e outras drogas para lidar com emoções; reduzir o tempo assistindo cobertura midiática sobre a doença; reenquadrar planos e estratégias de vida; reconhecer e acolher seus medos, procurando pessoas de confiança para conversar, entre outros.

Caso as estratégias recomendadas não sejam suficientes para o processo de estabilização emocional, é fundamental o auxílio de um profissional. O mesmo deve incluir ações de cuidado com o objetivo de não cronificar as reações e sintomas considerados “normais” em uma situação “anormal” e ainda oferecer a não medicalização do cuidado, diferindo as pessoas que apresentam sofrimento psíquico de doentes psiquiátricos. (FIOCRUZ, 2020)

Dentre as intervenções profissionais prestadas no âmbito da Saúde Mental devem ser incluídas: informações educativas sobre a doença, capacitação de equipes profissionais, preparação de grupos de apoio emocional e psicológico, favorecer a construção de redes solidárias, acolher situações emergenciais, como tentativa de suicídio e crise psicótica, entre outras (FIOCRUZ, 2020b; WHO, 2011).

Sendo assim é de suma importância que a fase da pandemia e seus impactos psicossociais apresentem direcionamento as ações nos serviços de saúde mental, demandando de assistência humanizada e de ajuda prática para apoiar indivíduos que sofreram sérias situações de crise, proporcionando saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social (OMS,2020).

         As práticas assistenciais nos serviços de saúde mental, na perspectiva do modelo de atenção psicossocial, proposto pela Reforma Psiquiátrica abrange a perspectiva de cuidado com base na articulação com outros serviços, oferecendo um atendimento multiprofissional de caráter interdisciplinar, dentro dos serviços territoriais, denominados Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) (BRASIL, 2011).

          O cuidado à pessoa portadora de sofrimento psíquico é um processo complexo com demanda de cuidados abrangentes que vão além da prevenção de internação e controle dos sintomas. Logo esse processo requer uma visão de diferentes vertentes de cuidado que transcorrem para além dos cuidados voltados à pratica assistencial e sua ligação com atividades intra-hospitalares, cuidados físicos e administração de medicamentos  (SILVEIRA; ALVES 2003).

           Os CAPS possuem a missão de atender às pessoas em sofrimento psíquico severo e persistente, num dado território, oferecendo cuidados clínicos e de reabilitação psicossocial. São serviços de saúde municipais abertos, comunitários, que oferecem atendimento diário realizando acompanhamento clínico e reinserção social de seus usuários por meio de acesso ao trabalho, ao lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários (DELGADO et. al 2007, p.59).

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