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Perfil Epidemiológico dos Pacientes Queimados

Por:   •  13/6/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.696 Palavras (7 Páginas)  •  476 Visualizações

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Perfil Epidemiológico dos Pacientes Queimados

no Hospital Regional de Urgência e Emergência

de Campina Grande - Paraíba – Brasil

RESUMO

Objetivo: Delinear o perfil epidemiológico de pacientes queimados, admitidos no Hospital Regional de Campina Grande-Paraíba-Brasil. Material e Métodos: Foram selecionados para o estudo 163 pacientes de ambos os sexos, abrangendo todas as faixas etárias. Os parâmetros investigados incluíram idade, sexo, etiologia da queimadura e gravidade. A obtenção dos dados ocorreu por meio do levantamento de prontuários de pacientes internados na Unidade de Queimados do Hospital. Resultados: Em relação ao sexo, observou-se uma prevalência dos casos de queimaduras para o sexo masculino 104 (63,8%), e quanto à idade ocorreu uma predominância para a faixa etária de 0 a 20 anos (61,4%). Segundo a gravidade das queimaduras, foi encontrada uma prevalência para as lesões moderadas

com 103 casos (63,2%), seguido pelas lesões leve e grave com 30 casos (18,4%). Foram observadas associações estatisticamente significantes entre idade e agentes etiológicos (p= 0,03) e idade e gravidade das lesões (p= 0,03), o mesmo ocorreu entre as variáveis agentes etiológicos e gravidades das lesões (p= 0,01). Conclusão: A prevalência das queimaduras para a faixa etária de 0 a 20 anos e para as lesões moderadas, mostra a necessidade de modificar o perfil epidemiológico dos queimados, especialmente quanto à gravidade das lesões. A importância desse perfil, favorece a identificação dos grupos de risco, proporcionando condições de organizar campanhas preventivas que possam contribuir para a redução da magnitude desse tipo de trauma, propiciando uma diminuição no número de internações hospitalares.

As queimaduras são acidentes relativamente comuns que requerem  tratamento hospitalar específico multiprofissional. As repercussões para a vítima  variam de uma lesão superficial ao óbito, dependendo da gravidade e extensão, profundidade e localização das lesões, com a possibilidade de tempo prolongado de internação, de tratamento doloroso e de alto custo com sequelas físicas, psíquicas e sociais com resultados funcionas estéticos, que nem sempre são satisfatórios.

Anualmente no Reino Unido 250 mil pessoas sofrem queimaduras, 13 mil são hospitalizadas, 1.000 necessitam de medidas de ressuscitação hidroeletrolítica e 300 evoluem para óbito. Os números são mais alarmantes nos países em desenvolvimento, onde a mortalidade pode atingir 17 vezes o índice britânico.

Segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras, nos Brasil um milhão de casos de queimaduras ocorrem a cada ano, 200 mil são atendidos em serviços de emergência, e 40 mil demandam hospitalização. As queimaduras como causa de morte no Brasil, perde apenas para outras causas como acidentes de transporte e homicídios (BRASIL, 2000). Estudo no Distrito Federal demonstrou taxa de mortalidade de 6,2% entre os queimados internados em hospital de emergência.

As queimaduras têm uma causa importante de morte acidental principalmente em crianças, um alto número delas continuam a se acidentar frequentemente com substancias e produtos de uso domestico, como, escaldamento por água fervente e líquidos quentes, costumando ser superficiais, porém mais extensas (VALE, 2005).

Nas grandes queimaduras, além da resposta local, o dano térmico desencadeia ainda uma reação

sistêmica do organismo, em conseqüência da liberação de mediadores pelo tecido lesado. Ocorre extenso dano à integridade capilar, com perda acelerada de fluidos, seja pela evaporação através da ferida ou pela sequestração nos interstícios, que é agravada por subprodutos da colonização bacteriana (VALE, 2005).

Existem numerosas classificações das queimaduras, entretanto, atualmente as mais aceitas são as que

procuram evidenciar a quantidade de tecido agredido. Uma avaliação precisa da queimadura deve considerar a área e a profundidade, pois esta última é tão importante quanto à extensão, principalmente quanto à morbidade. Assim, as classificações mais úteis são as que adotam a profundidade como critério básico, associado a um método com precisão adequada ao uso clínico.

As queimaduras são classificadas de acordo com a gravidade em leves, moderadas e graves. As queimaduras leves classificam-se quanto ao grau em 1° grau em qualquer extensão, 2°grau menores que 10% e 3° grau menores que 2%. As queimaduras moderadas classificam-se em 2° grau entre 10% a 20% e 3° grau entre 3 a 5%, enquanto as queimaduras graves podem se apresentar em 2° grau quando

superior a 20% da superfície corpórea total (SCT) e 3° grau ao exceder 10% da SCT.

Os dados adquiridos a partir do levantamento de prontuários dos pacientes internos na Unidade de

Queimados do Hospital Regional de Campina Grande- Paraiba-Brasil nos permitiu delinear um perfil, levando em consideração vários aspectos comuns e expressivos desses pacientes com ênfase epidemiológica, objetivando reconhecer e analisar estas características com o intuito de orientar futuras campanhas preventivas.

MATERIAL E MÉTODOS

Um estudo retrospectivo e descritivo foi realizado sobre todos os pacientes admitidos na Unidade de

Queimados do Hospital Regional de Campina Grande- Paraíba- Brasil, com uma amostra de 163 pacientes de ambos os sexos, abrangendo todas as faixas etárias, no período de 1º de abril de 2002 a 26 de janeiro de 2003. Os critérios de inclusão foram pacientes que sofreram lesões por queimadura e que se encontravam internados na Unidade de Queimados do Hospital Regional de Campina Grande- Paraíba- Brasil, no período anteriormente mencionado, sob assistência de equipe multiprofissional especializada, composta por fisioterapeuta, médico, cirurgião plástico, enfermeira, psicólogo

e assistente social.

Os parâmetros investigados incluíram idade dos pacientes, sexo, etiologia da queimadura, gravidade,

data de internação e data da alta hospitalar. A obtenção dos dados foi feita por meio de uma pesquisa documental, cuja coleta foi realizada através de prontuários dos pacientes da Unidade de Queimados do Hospital Regional de Campina Grande - Paraíba - Brasil. O processo metodológico utilizado consistiu, em

fazer um cruzamento simples das variáveis, relacionando- as entre si. Os dados foram analisados por meio do Statistical Package for Social Science (SPSS) – Versão 9.0, através da análise bidimensional (cruzamento entre duas variáveis) e o uso do Software Excel (Versão 2000) para elaboração de tabelas e gráficos. Para análise de correlação entre as variáveis idade, agente etiológico e gravidade, foi utilizado o teste de Qui-quadrado de Peasrson com significância para p 0,05.

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