RESUMO COMENTADO : A definição de cuidado, sofrimento, pessoa e território; Loucura e Liberdade: Saúde Mental em Barbacena
Por: jrseros • 10/9/2016 • Resenha • 1.246 Palavras (5 Páginas) • 1.293 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE ENFERMAGEM
RESUMO COMENTADO :
A definição de cuidado, sofrimento, pessoa e território;
Loucura e Liberdade: Saúde Mental em Barbacena
Belo Horizonte
2016
MARCELLA MARINHO DUTRA
JENNIFER RIBEIRO SANTOS
RESUMO COMENTADO :
A definição de cuidado, sofrimento, pessoa e território;
Loucura e Liberdade: Saúde Mental em Barbacena
Trabalho apresentado à disciplina Saúde Mental, da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais.
Belo Horizonte
2016
No decorrer da história, houve mudanças na forma de olhar, pensar e cuidar da pessoa em sofrimento psíquico, deixando as práticas desumanas existentes, até então, nos Hospitais Psiquiátricos. Portanto o objetivo do presente estudo foi compreender como é reconhecido a autonomia e como se constrói a subjetividade do indivíduo em sofrimento psíquico nos novos dispositivos de atenção à saúde mental, como também, a integração entre corpo e mente que nos constitui. Para a efetivação desse novo modelo e compreensão do processo saúde-doença faz-se necessário o entendimento de alguns conceitos como: 1-O que é uma pessoa? 2-O que é sofrimento? 3-O que é cuidado? e 4-Territórios existenciais e 5-coesão social, que aqui serão pontuados.
No dia-a-dia de forma coloquial, a palavra pessoa refere-se a um ser humano racional sensível que possui autonomia. No âmbito do direito, uma pessoa é todo ente ou organismo susceptível de adquirir direitos e contrair obrigações. Já para a ciência, uma pessoa é um ser composto por matéria orgânica, reações fisiológicas, físicas, bioquímicas e genéticas. Embora existam vários conceitos, pode-se dizer que uma pessoa é um ser humano concreto, isso significa que há aspectos físicos e psíquicos do sujeito que o definem pelo seu caráter singular e único. Cada sujeito possui uma história, memórias, desejos, medos, relacionamentos e crenças que o tornam construtor de sua própria imagem. São muitas as esferas que compõe uma pessoa e tamanha é a sua complexidade. A partir do momento que as pessoas interagem entre si e com o ambiente que habitam, essas esferas que estão em processo próprio dinâmico vão influenciando umas às outras e outros conjuntos que constituem um sujeito. Dessa forma mesmo sendo autônomas elas tornam-se interdependentes. Apesar de estarem em estado de equilíbrio, se uma dessas esferas é lesada pode haver uma desarmonia do processo e gerar então sofrimento, e ao ignorar isso o profissional da saúde pode perder a suposta causa do sofrimento.
Diante do assunto tratado anteriormente, considerando pessoa um sujeito complexo, podemos compreender a doença como a aparição de uma nova esfera que irá provocar deslocamento e modificação do conjunto como um todo. Isso acarretará na interrupção da identidade e possivelmente um sofrimento. É importantíssimo desmistificar as visões acerca das pessoas em sofrimento mental e para romper com essas visões é essencial possibilitar habilitação psicossocial através da construção de uma rede de possibilidades que explore a autonomia dos que estão em tratamento, promovendo trabalhos de desconstrução dos rótulos atribuídos à doença mental.
Seguindo a perspectiva de que cada indivíduo é um conjunto, um todo, é de extrema importância que o cuidado seja feito de forma integral, identificando quais mudanças ocorreram e como cada uma delas afetou as diversas esferas que constituem o sujeito, achando assim a(s) fonte(s) do adoecimento, presente ou de um que possa vir a ocorrer, bem como aquilo que traz estabilidade e coesão. Só assim então, poderemos pensar nas melhores estratégias (Projeto Terapêutico Singular) de intervenção nas esferas que formam o usuário, em uma “lógica” propícia, com o intuito de reduzir/acabar com o sofrimento e reconquista da vida. Vale ressaltar que o próprio profissional é também um conjunto de dimensões que também se modifica a cada encontro, e que as medidas tomadas por ele transformam, em algum nível, não só o paciente, mas também a família e a comunidade.
Um conceito fundamental no campo da Saúde, e, principalmente na Atenção Básica, é o de território, pois é a partir dele que dividem-se as equipes de saúde que serão responsáveis pela cobertura populacional. Não deve ser entendido, porém, apenas a noção geográfica do mesmo (enquanto limites físicos precisos), é preciso que se leve em conta a sociodinâmica que é estabelecida entre as pessoas, incorporando a concepção de territórios existenciais. Estes representam espaços e processos de circulação das subjetividades das pessoas, que são flexíveis, podendo mudar sua configuração de acordo com a coesão social, as relações criadas entre os indivíduos.
É interessante por em pauta a lógica do compartilhamento e do encaminhamento como conceitos que devem andar em conjunto (acompanhar os casos dos pacientes do início ao fim para que esse receba todo cuidado necessário), para que assim, o paciente não se encontre “desamparado/perdido” durantes os processos e fases da rede de assistência.
A saúde mental depara-se então, com diversos desafios de recursos materiais, financeiros e humanos, bem como da infraestrutura dos serviços. A conexão entre as redes de serviço existe, mas ainda apresenta falhas (como é o caso de pacientes da saúde mental que precisam de atendimento em outros hospitais- por motivos não relacionados a problemas mentais- mas não são aceitos ou encontram grande dificuldade para achar vaga, o que ocorre por, discriminação, medo/receio de lidar com pacientes psiquiátricos).
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