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RESUMO COMENTADO: GEOGRAFIA POLÍTICA E GEOPOLÍTICA: DISCURSO SOBRE TERRITÓRIO E O PODER - CAPÍTULOS: 2 A 4

Por:   •  23/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  5.679 Palavras (23 Páginas)  •  2.897 Visualizações

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COSTA, Wanderley Messias da. Geografia Política e Geopolítica: Discursos sobre Território e o Poder. 2ª ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.

Neste contexto, o autor aborda a evolução dos estudos da Geografia Política e da Geopolítica, desde o início dos primeiros trabalhos até os dias atuais, evidenciado o que foi produzido por ambas as ciências, de modo que, destaca a relação entre território e poder, exatamente, como uma visão holística no território como objeto e meio do poder de Estado. Primeiramente, o autor registra a evolução da Geografia Política, tendo um crescente interesse em estudar os próprios temas e evoluído na produção dos trabalhos acadêmicos publicados nas últimas décadas. Por outro lado, há uma contradição, havendo pouca produção de estudos Geopolíticos, referindo-se a vertente tradicional, na busca de conexão lógica e histórica em sua evolução, pois nos dias atuais os estudos estão restritos aos meios estratégicos e especializados. Segundo aspecto, marca a influência dos estudos geográfico-político na evolução das ciências sociais, revelando os autores e suas obras, enfatizando cada autor de determinado país, pois, estão relacionadas ou não aos objetivos de determinado Estado, sobretudo na produção de uma geografia política que se fundamenta na conjuntura político e territorial. Destacando os estudos pioneiros, pois lançaram as primeiras poucas obras que serviram de bases para um conhecimento fundamental, que hoje atravessam fronteiras e geram polêmicas nos meios acadêmicos e nos dias atuais, que o autor qualifica de obras clássicas. Nesse sentido, o autor coloca que as fronteiras entre geografia política e geopolítica, à primeira vista, não são identificáveis, mais existe uma distinção entre ambas, ressaltando que são inúmeros os especialistas que se dedicaram a trabalhos voltados as duas ciências.

Dentre as ciências mencionadas, destaca também o importante papel do Estado Moderno como instituição que exerce suas múltiplas atividades, sendo o responsável por delegação constitucional, autoproclamação e condução dos problemas territoriais, na busca de formulação e execução de políticas públicas, voltados a estratégias de alcance nacional e internacional. Cabe então, interpretar a Geografia Política e a Geopolítica, não como uma ideologia de estado e sim como um novo campo das ciências adentrando a espaço acadêmicos. Teoricamente os problemas envolvidos nesse campo de estudos tem efeitos contraditórios a respeito da discursão entre Geografia Política e Geopolítica, nesse caso, o autor reconhece que parte da vertente tradicional identifica Geografia Política, como conjunto de estudos sistemático, tendo mais afinidades com a geografia e limitando as relações entre o espaço e o Estado, questões pertinentes a posição, situação, características das fronteiras, enquanto que a Geopolítica, caberia a formular teorias, projetos e estratégias de ação voltados para a relação de poder entre os Estado (tanto para territórios nacionais e estrangeiros). Vale ressaltar que as bases conceituais e teóricas que são comuns a ambas é fundamental resgatar as contribuições da obra que fundamenta a geografia política de F. Ratzel, intitulado como Geografia Política, a mesma que fundamenta a geopolítica, segundo os mais renomados geopolíticos, como o sueco R. Kjéllen que anos mais tarde reconheceu esse feito.

A GEOGRAFIA POLÍTICA CLÁSSICA

Dedica-se as ideias importante do alemão F. Ratzel, como fundador da Geografia Política e a sua obra como responsável pela sistematização dos primeiros estudo, como Geografia Política, de 1897, além de comentar a obra de Camille Vallaux, o Solo e o Estado, de 1910, que produziu a primeira análise crítica detalhada das ideias do geógrafo alemão.

RATZEL E OS FUNDAMENTOS DE UMA GEOGRAFIA DO ESTADO

As ideias de Ratzel, baseia-se no contexto intelectual e político no qual desenvolveu seus trabalhos, pois sofreu uma forte influência de Haeckel e do darwinismo, onde chegou a publicar trabalho com forte conteúdo naturalista-evolucionista. Ratzel, preocupado com os destinos da Alemanha no início do século XX, que estava sob o comando de Bismark, fez uma análise como uma unificação mal concluída da Alemanha, pois apresentava-se fragmentada, tanto na questão social como na questão político-territorial e tinha plena consciência do atraso político da Alemanha em relação as demais potências europeia, centralizando suas ideias na Inglaterra e na França. Outra situação que marcou as concepções de Ratzel, foi a dos povos alemães que moravam fora da Alemanha, mais precisamente na Europa de centro e de leste.

Para Ratzel, na sua concepção sobre os fundamentos do Território e do Estado, enfatiza que, os estados são organismo que devem ser concebidos em sua íntima conexão com o espaço, daí a ideia de organismo, na qual o solo dar condições a novas formas de vida, por esse motivo faz uma analogia entre o solo e o estado, pois tenderiam a nascer, avançar, recuar estabelecer relações, declinar etc., ou seja, o solo pode favorecer ou não o desenvolvimento dos Estados, de modo que, o estado dependeria das condições naturais para sua evolução. Para isso, Ratzel concebe o Estado como dependente de determinadas condições materiais, para estreitar relações de coesão e unidade de modo a atingir toda a extensão do ecúmeno; o estado como um organismo espiritual e moral, referente ao seu papel político entre a sociedade; a ideia de um estado forte e centralizador, trata-se de uma unidade nacional-territorial comandada pelo poder; interessa-se pelo desenvolvimento desigual entre as regiões, pois para Ratzel o sistema econômico de cada região estabelece o desenvolvimento desigual e as diferenças entre as relações centro e periferia, daí a importância da estrutura de circulação, definindo o fenômeno de centralidade e finalmente para Ratzel, pensar o desenvolvimento político das nações, como espaço dominante nas políticas territoriais de estado é formular e pôr em práticas as estratégias destinada a manter a todo custo o que chama de coesão interna.

CAMILLE VALLAUX E GEOGRAFIA POLÍTICA COMO CIÊNCIA SOCIAL

O centro dos trabalhos de Vallaux fundamenta-se no conteúdo das teorias do trabalho de Ratzel, Vallaux apresenta sua concepção acerca dos problemas da teoria e dos métodos ratzelianos, divergindo, concordando ou inovando, mas sempre tendo como referência o trabalho do alemão. Nesse sentido, serão traçados os pontos divergentes e convergente na obra de Vallaux, relacionado acerca da concepção de Estado e como ele define

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