Relatório de Experiência Referente à Visita ao Bairro Pescaria
Por: Nayara Adriana • 23/10/2016 • Relatório de pesquisa • 1.543 Palavras (7 Páginas) • 499 Visualizações
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Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL
Saúde e Sociedade I
Enfermagem
Nayara Adriana da Silva
Relatório de experiência referente à visita ao bairro Pescaria em Maceió – AL.
Maceió - AL
2016
Nayara Adriana da Silva
Relatório de experiência referente à visita ao bairro Pescaria em Maceió – AL.
Relatório apresentado como requisito à obtenção de nota na disciplina de Saúde e Sociedade I, do curso de Enfermagem, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia e Fisioterapia, em planejamento e gerenciamento estratégico da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, sob orientação dos professores David dos Santos Calheiros e José Robson Soares Rocha. |
Maceió - AL
2016
A Unidade de Saúde Familiar (USF) do bairro Pescaria (litoral norte de Maceió, Alagoas) está localizada na rua Irene Cavalcante, número 13 e presta atendimento de segunda a sexta-feira, das 7 horas da manhã as 18 horas da tarde. Funciona em uma casa alugada pela prefeitura numa rua onde o esgoto corre a céu aberto pela frente do local e é possível notar pilhas de lixos acumulando-se há uma pouca distância dali, não possui a mínima estrutura para acolher a demanda de pessoas para o atendimento e suportar todos os setores necessários para a realização da prestação de serviços, mas onde mesmo assim é realizado atendimento de maneira quase precária, em salas apertadas e corredores estreitos. Outro problema observado é a dificuldade que as pessoas que moram nas partes mais altas do bairro tem para ter acesso a unidade, já que o bairro apresenta ladeiras extremamente íngremes que apresentam um perigo para alguns grupos, como idosos, crianças, gestantes e mães com crianças pequenas, que também é uma problemática para os agentes de saúde que tem de realizar serviço nessas áreas. Por se tratar de um local que não foi planejado para instalação de uma USF, diversos problemas são notados na infraestrutura, como a falta de condições de acessibilidade para deficientes físicos, idosos e cadeirantes, já que há poucas rampas de acesso entre áreas e diversos degraus e batentes, as portas são estreitas (um cadeirante, por exemplo, não conseguiria passar por elas), os corredores apertados e apinhados de gente não facilitam em nada o deslocamento dessas pessoas, além da falta de presença de banheiros adaptados com barras e piso antiderrapante, é possível notar que o trabalho dos próprios profissionais de saúde também é prejudicado, por terem de atender o dia todo em consultórios adaptados, pequenos e quentes, que mal suportam o necessário para a realização satisfatória de suas atividades, funcionários estes que enfrentam diversas dificuldades e insatisfações com o atual governo do município de Maceió que acabou dificultando o acesso aos remédios, provocando a falta de muitos deles na farmácia da Unidade, além da ameaça de corte de orçamento para os ESF - Estratégia de Saúde da Família, antigamente conhecido como PSF, Programa de Saúde da Família, a mudança de nome se deu pelo fato de que uma estratégia é uma ação continuada, enquanto um programa pode acabar – que são tidos pelo atual prefeito como um ‘custo’ ( são gastos cerca de 56 mil reais por equipe de ESF), quando na verdade, é um investimento, e ainda com a atual proposta da PEC 241 que segundo alguns deles ”tira os direitos do usuário de serviço de saúde que são garantidos na Constituição de 88”. Uma das situações mais marcantes que se pode notar a respeito da displicência do governo, é que recentemente a unidade pediu um lote de macas hospitalares para os consultórios e o que receberam foi um carregamento de macas usadas em necrotério, macas estas que tiveram de ser adaptadas e usadas para o atendimento da população.
A Unidade de Saúde possuí sala de espera, recepção, sala de triagem/pré-consulta (ambos os procedimentos acontecem no mesmo corredor, o que acaba causando um acúmulo de pessoas e dificultando o trabalho dos profissionais de enfermagem por conta do barulho e do calor ), sala de vacina que passou por reformas para finalmente funcionar de forma adequada ( é interessante ressaltar a falta de adesivos, uma atitude simples mas que evita a proliferação de bactérias e fungos ), consultório odontológico, sala de administração, setor de assistência social, farmácia, setor do CORA ( que fica no primeiro andar, no alto de uma escada em caracol, o que dificulta o acesso da população a esse serviço) atendimento médico/ de enfermagem ( acontecem no mesmo local e em conjunto, por isso não é possível ver uma grande separação entre os dois) e alguns consultórios, os serviços de saúde são realizados e garantidos pelos profissionais da ESF ( que tem como principal objetivo a prevenção da existência de doença em todas as faixas etárias para toda a população que viva entre o Mirante da Sereia e Ipioca) que conta em sua equipe básica ( que realiza 40 horas semanais) com um médico generalista, enfermeira, três auxiliares de enfermagem e seis agentes de saúde e pela equipe de demanda específica ( atende qualquer individuo que procure cuidados e também a população da ESF ) que é formada por um pediatra, assistente social, ginecologista, cinco auxiliares administrativos, um diretor médico, um diretor administrativo, dois clínicos gerais e um farmacêutico ( realizam 30 horas semanais). Outros profissionais também atuam no bairro, como os agentes de endemias – não existem clinicas privadas e nem a ação de um vigilante sanitário -. Apesar de todas as dificuldades encontradas para a realização de uma prestação de serviço adequada, os profissionais da Unidade de Saúde da Família de Pescaria tem uma relação sincera de carinho para com a população ( que também é observado de forma reciproca) e fazem o que é possível para prestar um atendimento de saúde adequado para estes cidadãos que são deveras vezes esquecidos ou ignorados pelo governo.
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