A Introdução a Farmacocinética
Por: Malú Diniz- M. de Lourdes • 20/9/2021 • Abstract • 1.108 Palavras (5 Páginas) • 127 Visualizações
Universidade Federal do Amapá[pic 1]
Curso de Ciências Farmacêuticas
Disciplina: Farmacologia Geral
Profa.: Alessandra Azevedo do Nascimento
EXERCÍCIO FARMACOLOGIA GERAL
Introdução à Farmacocinética – Biodisponibilidade
A farmacocinética estuda a absorção, distribuição, metabolismo e eliminação (ADME) dos fármacos. Antes de um fármaco poder ser absorvido por um determinado sistema biológico, tem que ser libertado da sua forma de dosagem (por exemplo um comprimido) e dissolvido nos fluidos biológicos. A disponibilidade biológica de um fármaco depende de vários fatores incluindo as características físicas e químicas do fármaco, as características da forma de dosagem (por exemplo a natureza dos ingredientes adicionais que compõem a formulação farmacêutica), e o método de confecção do fármaco. A área de estudo que lida com as propriedades dos fármacos e as formas de dosagem que influenciam a libertação do fármaco para exercer actividade biológica é a biofarmacêutica. O termo biodisponibilidade refere-se à fracção da dose de fármaco administrada que entra na circulação sistémica numa forma não alterada. Quando os estudos de dissolução ou absorção de um determinado fármaco demonstram consistentemente que apenas uma fracção de fármaco numa determinada forma de dosagem (por exemplo um comprimido) se encontra disponível para absorção biológica, o factor de biodisponibilidade do fármaco F (percentagem decimal de fármaco disponível) pode ser usado para determinar a fracção de fármaco biodisponível. Por exemplo, se 100 mg de um fármaco forem administrados a um paciente e apenas 70 mg atingem a circulação sistémica então F é 0,7, ou a biodisponibilidade desse fármaco 70%.
Após a administração de um medicamento, amostras sanguíneas podem ser recolhidas do paciente em intervalos de tempo específicos, e o seu conteúdo em fármaco analisado. Os dados resultantes podem ser apresentados graficamente de modo a obter um gráfico da concentração do fármaco no sangue (ou plasma) em função do tempo. Tipicamente, o eixo vertical apresenta a concentração de fármaco no sangue e o eixo horizontal os tempos para os quais foram obtidas as amostras após administração do fármaco. Quando o fármaco foi administrado (tempo zero), a concentração no sangue também deverá ser zero. Assim que um fármaco administrado oralmente passa pelo estômago e/ou intestino, é libertado da sua forma de dosagem, e dissolve-se totalmente ou parcialmente, e é absorvido. Com a continuação, as amostras de sangue revelam concentrações aumentadas de fármaco até atingirem um pico máximo de concentração (Cmáx). Depois, os níveis sanguíneos de fármaco decrescem progressivamente e se não é administrado mais fármaco.
poderá eventualmente baixar para zero. Para formas de dosagem convencionais como comprimidos e cápsulas, a Cmáx ocorre num único ponto de tempo referido como Tmáx. A quantidade de fármaco é normalmente expressa em termos da sua concentração em relação a um volume específico de sangue ou plasma. A quantidade de dose administrada e a sua biodisponibilidade, dissolução e absorção influenciam a sua concentração sanguínea. A taxa ou velocidade a que um fármaco é absorvido determina o Tmáx, o tempo de maior concentração no sangue após administração; quanto mais rápida a taxa de absorção, mais cedo será atingido o Tmáx.
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Neste exemplo, a Cmáx é 4 μg/mL e o Tmáx 2 horas.
Num gráfico da concentração de fármaco versus tempo, a “area under the curve” (área sob ou debaixo da curva da concentração versus tempo) ou AUC é considerada representativa da quantidade total de fármaco absorvido na circulação sistémica. A biodisponibilidade (F) de um fármaco pode ser determinada pela razão entre a AUC para uma forma de dosagem particular e a AUC para a forma intravenosa, uma vez que por definição a extensão de absorção de um fármaco administrado intravenosamente é de 100%, uma vez que todo o fármaco administrado entra em circulação.
F = AUC outra forma dosagem / AUC forma intravenosa
F = (AUC outra forma dosagem / AUC forma intravenosa) x (dose intravenosa / dose outra forma de dosagem)
Dois fármacos dizem-se bioequivalentes se possuem biodisponibilidades comparáveis e tempos similares para atingirem concentrações máximas no sangue. A biodisponibilidade de um fármaco pode variar quando se encontra em formas de dosagem diferentes ou na mesma forma de dosagem mas elaboradas em diferentes laboratórios. Logo pode ser necessário calcular doses equivalentes de dois produtos não equivalentes (que possuam diferentes biodisponibilidades).
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