AVALIAÇÃO TEÓRICA DA EFICÁCIA FARMACOLÓGICA DAS PLANTAS MEDICINAIS MAIS UTILIZADAS PELOS ALUNOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA FACULDADE DOM LUIZ DE ORLEANS E BRAGANÇA

AVALIAÇÃO TEÓRICA DA EFICÁCIA FARMACOLÓGICA DAS PLANTAS MEDICINAIS MAIS UTILIZADAS PELOS ALUNOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA FACULDADE DOM LUIZ DE ORLEANS E BRAGANÇA

Daiana Dantas Miranda, Franciely Santos Dias, Geiciane dos Santos Goes, Josefa Carleane Pereira de Oliveira, Maurício Gama Bitencourt, Raquel de Santana Correia e Robson Santos de Oliveira, Guilherme Rodolfo Souza de Araujo.

RESUMO

O uso populacional de plantas medicinais é uma prática muito recorrente para o tratamento de diversas enfermidades desde as primeiras civilizações. No Brasil, o uso intenso de plantas medicinais se deve principalmente por sua flora nativa possuir uma rica diversidade de espécies. Como também, pelo acesso restrito aos médicos e medicamentos por parte das populações afastadas dos centros urbanos, bem como por serem consideradas muitas vezes inofensivas a saúde por grande parte da população. Dessa maneira, o presente estudo etnobotânico tem como objetivo explicar o mecanismo de ação das plantas medicinais mais utilizadas pelos alunos do curso de pedagogia da faculdade Dom Luiz de Orleans e Bragança. Este trabalho foi realizado através de aplicação de questionário abordando o uso de plantas medicinais, no qual foi aplicado em sala de aula aos alunos de diferentes semestres do curso de pedagogia da faculdade Dom Luiz de Orleans e Bragança, localizada no município de Ribeira do Pombal, Bahia. Com base nos dados coletados foram mencionadas pelos estudantes vinte e cinco espécies de plantas medicinais, sendo a erva-cidreira 66,10% e o boldo 49,15% as mais citadas. A indicação terapêutica para uso dessas plantas está relacionada ao tratamento de manifestações agudas e transitórias, como cólicas, cefaleia, indigestão e calmante.

ABSTRACT

The population use of medicinal plants is a very recurrent practice for the treatment of various diseases since the earliest civilizations. In Brazil, the intense use of medicinal plants is mainly due to its native flora possessing a rich diversity of species. As well as restricted access to doctors and medicines by populations away from urban centers, as well as being considered often harmless to health by a large part of the population. Thus, the present ethnobotanical study aims to explain the mechanism of action of medicinal plants most used by students of the course of pedagogy of the Dom Luiz de Orleans and Bragança faculty. This work was carried out through the application of a questionnaire about the use of medicinal plants, which was applied in the classroom to students from different periods of the pedagogy course of the Dom Luiz de Orleans and Bragança faculty, located in the municipality of Ribeira do Pombal, Bahia. Based on the collected data, twenty-five species of medicinal plants were mentioned by the students, being the lemon balm 66.10% and the boldo 49.15% the most cited. The therapeutic indication for use of these plants is related to the treatment of acute and transient manifestations, such as colic, headache, indigestion and tranquilizer.

1. INTRODUÇÃO

 A utilização das plantas medicinais como medicamento é muito antiga e datada desde os primórdios da civilização. Na China, há registros de cultivo de plantas medicinais que datam de 3.000 a.C. Pouco tempo depois (2.300 a.C.), os egípcios, assírios e hebreus também as cultivavam e as utilizavam como vermífugos, purgantes, cosméticos, diuréticos e produtos líquidos e gomas para embalsamar múmias. Na Grécia, Hipócrates (460-377 a.C.) o “Pai da Medicina”, escreveu sobre doenças e remédios provenientes de plantas para combatê-las.

Atualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) refere-se às plantas medicinais como “espécies vegetais a partir das quais produtos de interesse terapêutico podem ser obtidos e usados na espécie humana como medicamento”. Portanto, são plantas que produzem substâncias químicas farmacologicamente ativas para o organismo humano e quando administradas amenizam algum mal.

Já para a população, a planta é considerada medicinal caso ela seja eficaz na prevenção ou tratamento de uma doença ou para alívio de um sintoma. O problema, é que não é possível saber se o uso da planta é suficiente para tratar a doença ou mal-estar, ou se a planta usada como remédio será melhor ou mais potente que o medicamento da farmácia e se será segura o suficiente para o uso geral.

As ações farmacológicas das plantas medicinais são causadas pela presença de substâncias químicas, os princípios ativos. Alguns medicamentos, os fitoterápicos, são preparados exclusivamente com fitofármacos, que são extraídos e purificados a partir das plantas medicinais.

De acordo com estatísticas a OMS, 80% da humanidade não têm acesso ao atendimento primário de saúde, por residirem distantes dos centros de saúde ou por falta de condições de adquirir medicamentos, o que tornam as terapias alternativas, como o uso de plantas medicinais, as principais formas de tratamento, principalmente em países subdesenvolvidos.

No Brasil, o uso intenso de plantas medicinais se deve, principalmente, à riqueza e variedade de espécies da flora nativa. Esse conhecimento voltado para o uso de plantas no tratamento de doenças é uma alternativa utilizada pela maioria da população brasileira, principalmente quando o acesso a médico e medicamentos é restrito. Por mais que esse método tradicional seja eficaz, deve-se tomar cuidado com as substâncias ingeridas.

Portanto, os estudos etnobotânicos são fundamentais, pois ao se dedicar ao estudo das interações entre populações humanas e plantas identifica-se o que pensam as populações a respeito do uso das plantas medicinais, o nível de conhecimento que possuem e quais são os tratamentos feitos com os remédios caseiros.

Assim, o objetivo deste trabalho foi observar o uso de plantas medicinais pelos alunos do curso de Pedagogia da Faculdade Dom Luiz de Orleans e Bragança na cidade de Ribeira do Pombal, Bahia, explicando o mecanismo de ação das plantas mais utilizadas e suas indicações.

1. METODOLOGIA

Os dados foram coletados por meio de aplicação de questionário abordando o uso de plantas medicinais (OLIVERA et al, 2011). Tal instrumento foi aplicado em sala de aula aos alunos do curso de pedagogia, de diferentes semestres, da faculdade Dom Luiz de Orleans e Bragança, no município de Ribeira do Pombal, Bahia.

Participaram da pesquisa, de forma voluntária, um total de 60 alunos presentes em sala, de ambos os gêneros e maiores de 18 anos. O público foi orientado sobre como responder o questionário, o qual conteve questões a respeito de idade, sexo, período da faculdade, se faz uso de plantas medicinais, seu preparo, indicação, avaliando ainda se os alunos buscam ou não profissionais da saúde para se informarem sobre plantas medicinais.

A partir da aplicação de 60 questionários, os dados obtidos foram avaliados de forma qualitativa e quantitativa com auxílio do programa Microsoft Office Excel 2016.