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Farmacologia Especial Gestantes

Por:   •  28/7/2016  •  Trabalho acadêmico  •  795 Palavras (4 Páginas)  •  1.192 Visualizações

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  1. Prescrição de Medicamentos na Gravidez e Pediatria

  1. Introdução

Os contextos fisiológicos nos quais as leis farmacológicas operam são diferentes em gestantes e em lactentes em rápido desenvolvimento. Por isso a necessidade de conhecer esses aspectos torna-se essencial para profissionais de saúde que lidam com esses pacientes.

  1. Terapia farmacológica na gravidez
  • Farmacocinética
  • A) Lipossolubilidade: a passagem de fármacos pela placenta depende da lipossolubilidade e grau de ionização, de forma que, substâncias lipofílicas tendem a se difundir pela placenta e entrar rapidamente na circulação fetal. Em gradientes materno-fetais altos o suficiente, os compostos polares atravessam a placenta em quantidades substanciais.
  • B) Peso molecular e pH:

o peso molecular influencia na velocidade de transferência e a quantidade do fármaco transferida pela placenta.

Peso Molecular (g)

Como atravessam a placenta

250 a 500

Atravessam facilmente a placenta, dependendo de sua lipossolubilidade e grau de ionização.

500 e 1000

Comparado ao anterior, tem mais dificuldade para atravessar a placenta.

> 1000

Muita dificuldade para atravessar a placenta.

        O sangue materno tem pH= 7,4, já o sangue fetal tem pH= 7,3. As substâncias que são bases fracas, com pKa > 7,4 estarão ionizadas no compartimento fetal, o que pode levar a maiores concentrações no feto, em detrimento de aprisionamento iônico.

  • C) Transportadores placentários:

P-glicoproteína: bombeia de volta à circulação materna diversas substâncias, incluindo fármacos usados no tratamento de câncer (vimblastina e dexorrubicina). Inibidores das proteases virais (substratos da P-glicoproteína) atingem baixas concentrações no feto – o que pode aumentar o risco, por exemplo, de transmissão vertical de HIV.

  • D) Ligação proteica: o grau com que o fármaco se liga às proteínas plasmáticas (principalmente albumina) pode afetar a quantidade e a taxa de transferência. No caso de um composto muito lipossolúvel, sua transferência não será muito afetada pelo grau de ligação a proteínas. A transferência varia em função do fluxo sanguíneo placentário (a difusão de substâncias lipossolúveis é muito rápida pela placenta).

Se uma substância for pouco lipossolúvel e estiver ionizada, a transferência será lenta e provavelmente bloqueada por estar ligada a proteínas plasmáticas maternas.

  • Sulfonamidas, barbitúricos, fenitoína e agentes anestésicos locais: fármacos que apresentam maior ligação a proteínas plasmáticas maternas do que às fetais – com as quais possuem menor afinidade.
  • E) Metabolismo placentário e fetal dos fármacos:
  1. Placenta: barreira semipermeável e local de metabolização de algumas substâncias que passam por ela. A capacidade metabólica da placenta pode levar à produção de metabólitos tóxicos.
  2. Fármacos que atravessam a placenta entram no feto via veia umbilical. De 40% a 60% do fluxo sanguíneo venoso umbilical entram no fígado fetal e o restante é desviado do fígado e entram na circulação fetal geral

Um fármaco que entra na via hepática pode ser parcialmente metabolizado antes de ganhar a circulação fetal. Uma grande proporção do fármaco presente na artéria umbilical pode sofrer desvio através da placenta retornando à veia umbilical e novamente ao fígado.

  • Farmacodinâmica
  • A) Ações maternas do fármaco: efeitos dos fármacos sobre os tecidos reprodutores da gestante podem ser alterados pelo ambiente endócrino próprio da gravidez. Os efeitos farmacológicos sobre outros tecidos da mãe, como coração, pulmões, SNC não são significativamente alterados pela gravidez, embora o contexto fisiológico como débito cardíaco, fluxo sanguíneo renal, possa estar alterado, requerendo a utilização de fármacos que não seriam necessários para a mesma mulher não gestando.
  • B) Ações terapêuticas dos fármacos no feto:
  • Terapêutica fetal: administração de fármacos à gestante tendo como alvo o feto. Exemplo: administração de corticosteroides para estimular a maturação pulmonar fetal quando espera-se parto prematuro.
  • C) Ações tóxicas previsíveis em fetos: uso de opióides pela gestante pode induzir dependência do feto e recém-nascido, podendo provocar Síndrome da Abstinência no neonato.
  • D) Ações teratogênicas dos fármacos: uma exposição isolada a m fármaco pode afetar a estrutura fetal em rápido desenvolvimento no momento da exposição.
  • Teratógeno: substância que produz conjunto característico de malformações, indicando seletividade para determinados órgãos-alvo e que produz seus efeitos num estágio particular do desenvolvimento fetal. Além disso, apresenta incidência dose-dependente.

Exemplo: Talidomida -> capaz de afetar o desenvolvimento dos membros, com exposição breve, principalmente no momento crítico do desenvolvimento dos membros (quarta e sétima semanas de gestação).

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