O Mecanismo Imunológico
Por: Yasmin Camile • 5/5/2023 • Trabalho acadêmico • 2.743 Palavras (11 Páginas) • 67 Visualizações
HIV NO BRASIL
A sigla HIV vem do inglês americano: Human Immunodeficiency Virus, que traduzindo para o português sua sigla é desassociada como: vírus da imunodeficiência humana. Devido as variações de nomenclatura, no português não existe exatamente a sequência de letras, porém a sigla americana se tornou um padrão para identificar e padronizar os estudos referentes a imunodeficiência adquirida. Válido mencionar que o HIV pode ser referido como AIDS no inglês Acquired Immunodeficiency Syndrome, quando traduzido para o português como: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
Baseado em artigos, foi identificado que os primeiros casos de HIV no mundo foram identificados nos EUA (Estados Unidos da América), Haiti e África Central em 1977 e 1978.
Alguns cientistas identificaram o HIV em um chimpanzé na África ocidental como fonte de infecção por HIV em seres humanos. Supõe que a versão do vírus da imunodeficiência dos chimpanzés provavelmente foi transmitida aos seres humanos e se transformou em HIV quando os seres humanos caçavam e se alimentavam de sua carne, o que levou ao contato com o sangue infectado, de forma a infectar também quem ingeriu a carne.
Estudos apontam que o primeiro caso de HIV no Brasil foi registrado em 1980 na cidade de São Paulo, mais especificamente no Hospital Emílio Ribas. Contudo, ainda foi necessários dois anos de pesquisas para que o diagnostico fosse nomeado como AIDS.
Ainda na década de 80, especificamente no ano de 1983 algumas mulheres profissionais da saúde e outros indivíduos foram diagnosticados como portadores do vírus. Nesse mesmo ano mais de mil pessoas vieram a óbito em decorrência da contaminação pelo vírus HIV. Em decorrência de muitas contaminações, em 1984 o governo de São Paulo foi pioneiro no controle e prevenção da AIDS no país.
Em um determinado momento entre o caos da contaminação, foi efetivado o isolamento do vírus, por uma companhia francesa e em 1985 surgiu o primeiro teste sorológico para diagnóstico do HIV, por meio da detecção de anticorpos no organismo do portador e em bancos de sangue. Já em 1986, foi desenvolvido o Programa Nacional de DST e AIDS do Ministério da Saúde.
Logo em seguida, em 1987 o Instituto Oswaldo Cruz conseguiu isolar o HIV1, tornando o Brasil o primeiro país da América Latina conseguir esse feito. Nesse mesmo ano, deu início a administração do AZT (Zidovudina) para pacientes aidéticos no mundo. Em 1989 teve-se um avanço significativo em relação ao preço do AZT, de forma que pudesse ser adquirido por uma parte maior da população. Um marco entre o final da década de 80 para a metade da década de 90, foram dois grandes nomes artísticos que vieram a óbito devido complicações da AIDS, Renato Russo e Cazuza.
Precisou de alguns anos e implantações de alguns projetos de prevenção e pesquisa da AIDS para que enfim pudessem chegar em um medicamento que até então não curava, mas garantia um pouco de estabilidade na saúde dos portadores do vírus, ainda incluindo a AZT.
Passando-se quase 20 anos do primeiro caso e com todo o avanço nas pesquisas e controles, no inicio de 2001 os óbitos em decorrência da AIDS já tinham reduzido em 50% e a contaminação em 80%, mesmo com todo esse avanço, ainda não parou de haver contaminação pelo vírus.
SINTOMAS
A doença pode ser assintomática durante o período de exposição, ao evoluir e chegar no estágio de AIDS é o momento no qual os sintomas geralmente são identificados.
Sendo eles:
- febre,
- diarreia,
- suores noturnos
- emagrecimento
É de suma importância mencionar que a AIDS é uma doença oportunista, no qual atinge e compromete diretamente o sistema imunológico da pessoa infectada. Com isso, ocorre diversas complicações na saúde do indivíduo, pois com a fragilidade imunológica, o corpo não tem forças o suficiente para combater as partes afetadas por outros fatores. Por esse motivo, muitas pessoas ainda vão ao óbito e classifica que o mesmo se deu por única e exclusivamente culpa da AIDS, esquecendo que ela em si não matou sozinha e sim fragilizou o sistema imunológico até não haver mais capacidade de resistência.
MECANISMO IMUNOLOGICO – HIV
A primeira fase é chamada de infecção aguda, momento que ocorre a incubação do HIV, sendo o tempo de exposição ao vírus até os primeiros sinais da doença. Esse período varia de três a seis semanas.
A defesa do organismo humano é realizada por várias células de diferentes tipos e funções, conhecido como sistema imunológico, ele é o responsável por manter o corpo sadio e funcionando.
O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ataca o sistema imunológico, e pode infectar células de várias partes do corpo, como pele, cérebro, trato genital, coração e rins, e causar danos a esses órgãos. Os linfócitos T CD4+ são as células mais atingidas, isso pois o vírus altera o DNA da célula e faz copias de si mesmo, se multiplicando. Depois o linfócito é destruído e o vírus vai em busca de novos para repetir todo o processo da infecção.
O HIV se liga ao CD4, que é um componente da membrana celular do linfócito T, e penetra em seu interior para se multiplicar. Como resultado, o sistema de defesa perde gradualmente sua capacidade de responder adequadamente, tornando o corpo mais suscetível a doenças. Quando o corpo não tem mais forças para lutar contra esses antígenos, a pessoa começa a adoecer com mais facilidade, e então pode-se dizer que ela tem AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida).
As defesas do corpo contra a infecção pelo HIV iniciam quando o vírus passa pela barreira epitelial, com os receptores de quimiocinas CCR5 (atuando principalmente no controle da migração de monócitos/macrófagos e linfócitos T) e CXCR4 (fator quimiotático liberado pelos neutrófilos ainda na imunidade inata) e a molécula de superfície celular CD4.
Ocorre o encontro com as células dendríticas, por meio do reconhecimento PAMP-TCR e a maturação das mesmas, que irão conduzir os antígenos aos linfonodos, iniciando a apresentação aos linfócitos T que, num contexto favorável, se ativam. Através de uma transmissão sináptica infecciosa, os vírus podem danificar os linfócitos T CD4+ de memória efetora, seu principal alvo.
Por ser um retrovírus, o HIV usa o RNA para guardar suas informações genéticas e não DNA, como a maior parte dos outros seres vivos. Uma vez no interior de um linfócito T CD4+, O HIV libera RNA, que possui seu código genético no interior da célula. Para que haja a replicação do vírus, seu RNA tem que se converter em DNA. Através de uma enzima produzida pelo HIV, chamada transcriptase reversa, o RNA é convertido e o vírus passa por uma mutação com facilidade, pois a transcriptase reversa tende a cometer erros durante essa conversão. Essas mutações tornam o controle do HIV mais difícil, pois elas aumentam as chances de produzir um vírus mais resistente ao sistema imunológico e/ou aos medicamentos antirretrovirais. Após essa mutação, o DNA viral entra no núcleo da célula e com a ajuda de uma enzima chamada integrase (igualmente produzida pelo HIV), a cópia do DNA do HIV é incorporada ao DNA do linfócito infectado que passa a produzir RNA viral assim como proteínas que são necessárias para formar um novo HIV.
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