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RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

Por:   •  23/9/2019  •  Relatório de pesquisa  •  2.809 Palavras (12 Páginas)  •  387 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ – UNIFAP

DEPARTAMENTO DE CIENCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE FARMÁCIA

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

Luanne Christinne França Cancela

Vinícius Magno Monteiro de Oliveira

Macapá - AP

Agosto/2019

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ – UNIFAP

DEPARTAMENTO DE CIENCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE FARMÁCIA

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

Luanne Christinne França Cancela

Vinícius Magno Monteiro de Oliveira

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Macapá - AP

Agosto/2019

  1. INTRODUÇÃO

A experimentação animal consiste em qualquer prática que utiliza espécimes para fins científicos ou didáticos (GREIF; TRÉZ, 2000). Em pesquisas biológicas, o emprego de animais de laboratório simboliza um dos impasses mais conflitantes no debate bioético. Assim, a reflexão acerca da imprescindibilidade de um modelo biológico e a pertinência do estudo devem ser aspectos essenciais para a decisão de um pesquisador ao realizar um projeto com a manipulação de animais (SCHNAIDER; SOUZA, 2003).

Os animais utilizados para experimentação laboratorial são empregados em pesquisas com o objetivo de se alcançar resultados mais seguros e com maior credibilidade no que se refere ao desenvolvimento de fármacos, cosméticos, métodos cirúrgicos e vacinas, ratificando a sua grande importância para os avanços na área da saúde (LAZZARI et al., 2018).

Através de uma série de estudos, é possível constatar que a sensibilidade do animal é similar à humana em relação à dor, memória, angústia e instinto de sobrevivência, sendo necessário o emprego de todos os meios possíveis para reduzir o sofrimento do animal. Dessa forma, os procedimentos experimentais devem ser efetuados de maneira ética e justificada (NEVES, 2013). Nesse sentido, no Brasil, a Lei Arouca (11.794/2008) que determina que todas as instituições de pesquisa brasileiras que utilizarem animais em seus estudos devem possuir uma Comissão de Ética em Uso de Animais- Ceua, o Decreto n° 6899/2009 e a Resolução Concea n°12/2013, sobre a Diretriz Brasileira para o Cuidado e a Utilização de Animais para fins Científicos e Didáticos, são as legislações que tratam acerca dos aspectos éticos do uso de animais em pesquisas (GUIMARÃES et al., 2016).

O ensaio experimental é fundamental para definir a investigação em questão de forma segura, possibilitando a elaboração de protocolos para o registro disciplinado das observações e resultados obtidos durante a análise das etapas desenvolvidas nos procedimentos laboratoriais (DAMY et al., 2010). Quando há descoberta de um fármaco promissor, são realizados ensaios de triagem antes que sejam estudados em seres humanos, sendo grande parte eliminada nessa fase, denominada pré-clínica. O pesquisador ao longo do estudo treina e aprende a lidar com as particularidades de cada animal, substância e de cada técnica específica a ser empregada, de modo a obter a maior uniformidade possível em sua metodização (FERREIRA et al., 2009).

Nesse sentido, a via de administração escolhida é aquela que se pretende usar no futuro medicamento, sendo que as mais empregadas são divididas em parenteral, que incluem as injeções podendo ser intramuscular, intravenosa e subcutânea), e a via enteral são as drogas de uso retal, sublingual e oral (VASQUEZ et al., 2010). As vias são escolhidas de acordo com suas vantagens e desvantagens para cada procedimento, como pode ser visto no caso da intramuscular, rápida para a aplicação de anestesia geral, porém inadequada ao procedimento cirúrgico (SCHNAIDER; SOUZA, 2003).

O biotério consiste no local onde são criados e/ou mantidos animais vivos de qualquer espécie para estudo laboratorial, funcionando com seus próprios recursos. É construído numa área adequada onde as atividades são exercidas por pessoas treinadas e qualificadas, com água limpa sempre disponível e alimentação específica para cada animal (DAMY et al., 2010). No Brasil, as espécies mais utilizadas são o rato, principalmente pelo porte e elevada quantidade, o coelho, devido à sua facilidade de manuseio e mansidão, e o cão por seu porte e constituição anatômica, destacando as necessidades e particularidades destes (CUNHA, 2007).

Um biotério de experimentação deve apresentar um ambiente padronizado em relação à temperatura, umidade, iluminação, ciclos de luz/escuridão, qualidade do ar através da filtração eficiente para que não haja recirculação, devendo ser tais condições controladas por ajustes automáticos, visto que estas alterações influenciam os processos metabólicos e se relacionam à toxicidade das drogas e a maior suscetibilidade a infecções, além da intervenção do ritmo circadiano nas atividades do organismo e consequentemente nos resultados experimentais (RAYMUNDO; GOLDIM, 2009).

É relevante abordar acerca da importância da aclimatação do animal ao laboratório, que é de aproximadamente de três dias para ratos, principalmente no sentido do ambiente enriquecido, que consiste na modificação do cativeiro para aumentar o bem-estar físico e psicológico, proporcionando estímulo para os animais encontrarem suas necessidades espécie-específicas, diminuindo seu estresse fisiológico agudo (DAMY et al., 2010).

        No contexto de pesquisa e experimentação animal, é relevante ressaltar a eutanásia, a qual consiste na morte humanitária de um animal executada através de um método que produza inconsciência rápida e subsequente morte sem evidência de dor ou agonia ou através de técnicas que utilizem drogas anestésicas em doses suficientes para a produção de perda indolor da consciência seguida de parada cardiorrespiratória. Sua aplicação no âmbito científico é utilizada principalmente para a colheita de materiais que não poderiam ser obtidos de outra maneira, porque os espécimes não poderiam mais ser usadas em outros experimentos ou para o treino de técnicas cirúrgicas convencionais (OLIVEIRA et al., 2003).

Russel e Birch (1959) conseguiram sumarizar em três palavras o Princípio Humanitário da Experimentação Animal, sendo este o Princípio dos 3 Rs, que consiste na aplicação das palavras replacement, reduction e refinement (RIVERA, 2001). Replacement fundamenta-se na execução de métodos alternativos, para que, sempre que possível, possam ser aplicados materiais sem sensibilidade na substituição de animais. Reduction direciona-se à utilização da menor quantidade de animais, empregando somente o número necessário para o fornecimento de resultados experimentais precisos. Refinement refere-se ao refinamento das técnicas, objetivando evitar a dor e o sofrimento desnecessários, além de requerer profissionais treinados na efetuação dos procedimentos menos invasivos (PEREIRA et al., 2000).

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