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A Biomedicina na Estética Drenagem Linfática e Técnicas de Emagrecimento

Por:   •  30/10/2022  •  Seminário  •  5.804 Palavras (24 Páginas)  •  165 Visualizações

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Angelita de Vrij Barreto Xavier - Matrícula:1976173¹

Krishna Carlim Clemente de Souza - Matrícula 2005664 ¹

Ana Paula Albernaz Soares²

RESUMO

 O biomédico esteta, tem a drenagem linfática como uma de suas atribuições. Agregando a técnica com seu conhecimento amplo, este  profissional pode atuar em algumas modalidades para melhorar fatores do organismo: drenagem linfática corporal, drenagem linfática facial e drenagem linfática para celulite  e pós operatória ,a fim de melhorar a parte estética. A drenagem promove o bem-estar da pessoa, ajuda na circulação, auxilia no emagrecimento e melhora aspectos estéticos. Essa técnica é um procedimento que consiste em uma espécie de massagem com movimentos leves, que tem como objetivo principal a estimulação do sistema circulatório. É bastante benéfica também para o nosso sangue, já que realiza uma limpeza, desempenha um papel de proteção ativando o sistema imune  e livra-o de impurezas e traz muitos resultados favoráveis para os aspectos estéticos.

PALAVRA - CHAVE: Biomedicina na  Estética - Drenagem linfática e técnicas de emagrecimento.

The biomedical esthete has lymphatic drainage as one of his assignments. Combining the technique with his extensive knowledge, this professional can act in three modalities to improve factors of the body: body lymphatic drainage, facial lymphatic drainage and lymphatic drainage for cellulite in order to improve the aesthetic part. Drainage promotes the person's well-being, helps with circulation, helps with weight loss and improves aesthetic aspects. This technique is a procedure that consists of a kind of massage with light movements, whose main objective is to stimulate the circulatory system. It is also very beneficial for our blood, as it cleanses, plays a protective role by activating the immune system and rids it of impurities and brings many favorable results for the aesthetic aspects.

KEYWORD: Biomedicine in Aesthetics - Lymphatic drainage and weight loss techniques.

  1. INTRODUÇÃO

História da Drenagem Linfática:

São diversas as teorias que tentam explicar a origem dos estudos do  sistema linfático. Ainda que os estudos sejam recentes, o sistema linfático e suas  funções já eram conhecidos na antiguidade,

Hipócrates foi uma das primeiras pessoas que mencionou o sistema linfático no século V a.C. , Rufus de Éfeso, um médico romano, identificou os gânglios linfáticos axilares, inguinais e mesentéricos, assim como o timo no início do século II d.C. A primeira menção dos vasos linfáticos ocorreu no século III d.C. por Herófilo, um anatomista grego que vivia em Alexandria (CHIKLY, 1998).

 Emil Vodder (1896-1986), fisioterapeuta e biólogo dinamarquês e sua esposa Estrid Vodder, no ano de 1932, iniciaram seus estudos sobre o sistema linfático, dando origem à drenagem linfática manual Eles observaram que muitas pessoas apresentavam quadros gripais crônicos nos quais se detectava um aumento dos linfonodos na região cervical. Obtiveram a melhora desses quadros com determinados tipos de movimento de estimulação física (massagem) realizados na região envolvida. A partir dessas observações, desenvolveu-se a técnica de drenagem linfática manual, com a sistematização de alguns tipos de movimentos e da orientação do sentido de drenagem (KURZ, 1997).

Em 1967, foi criada a Sociedade de Drenagem Linfática Manual, a qual, a partir de 1976, foi incorporada à Sociedade Alemã de Linfologia. Entre os principais grupos que utilizam a técnica estão: Földi, Leduc, Asley-Smith, Nieto, Ciucci, Beltramino, Mayall e outros. Devemos salientar que tais grupos acrescentaram suas contribuições individuais, principalmente no tratamento de pacientes portadores do linfedema, porém mantiveram os princípios preconizados por Vodder (GODOY; GODOY, 2004).

No Brasil, a esteticista Waldtraud Ritter Winter é a precursora da drenagem linfática manual Vodder Ela .começou a colocar em prática seus novos conhecimentos em em sua sala ,  onde tratava suas clientes de estética, incluindo a drenagem linfática em seus tratamentos. Ela pôde notar que suas clientes relaxavam com mais facilidade, conseguindo também resultados significativos no tratamento de stress e ansiedade (DEVILLA, s.d.).

Atualmente a drenagem linfática manual está representada  principalmente por duas técnicas: a de Leduc e a de Vodder. Ambas são  baseadas nos trajetos dos coletores linfáticos e linfonodos (GUIRRO, 2000).  Porém o método Vodder é voltado para a área terapêutica de redução e  manutenção de edemas, principalmente pós-cirúrgicos, onde pode ter grande  escala. Já o método Leduc foi desenvolvido para estética e redução de edemas  menores.

EMIL VODDER E SUA ESPOSA

 [pic 1]

https://www.espacocorpocampinas.com/blog/estetica-corporal/conheca-a-origem-da-drenagem-linfatica

Anatomia do Sistema Linfático:

Para falarmos de drenagem linfática, é fundamental sabermos as funções, as estruturas, os conceitos, a fisiologia, a anatomia do sistema linfático, quais são fundamentais para a compreensão desta e a aplicabilidade dos recursos estéticos.

A anatomia do sistema linfático, tendo sua origem embrionária no mesoderma, desenvolvendo-se junto aos vasos sanguíneos. Durante a vida intrauterina, algumas modificações no desenvolvimento embrionário podem surgir, constituindo assim, características morfológicas pessoais, que variam entre os indivíduos (GARRIDO, 2000). Este sistema representa uma via auxiliar de drenagem do sistema venoso. Os líquidos provenientes do interstício são devolvidos ao sangue através da circulação linfática, que está intimamente ligada à circulação sanguínea e aos líquidos teciduais (RIBEIRO, 2004).

De acordo com Guirro e Guirro (2004), o sistema linfático se assemelha ao sanguíneo, porém, existem diferenças entre esses dois sistemas, como ausência de um órgão bombeador no sistema linfático, além deste ser microvascular tissular. As artérias e veias do sistema de vasos sanguíneos formam uma circulação completa ou fechada, que é impulsionada pelo coração. O sistema de vasos linfáticos formam apenas uma meia circulação que se inicia cegamente no tecido conjuntivo e desemboca pouco antes do coração, nas veias. O fluxo linfático é feito principalmente pela contração dos linfangions e também através das atividades musculares (HERPERTZ, 2006).

É constituído por:

∙ Linfa

∙ Vias linfáticas:

∙ Capilares linfáticos

∙ Vasos linfáticos (pré-coletores e coletores)

∙ Troncos linfáticos (ducto torácico esquerdo e ducto linfático direito) ∙ Tecidos Linfóides:

∙ Gânglios linfáticos

∙ Baço

∙ Tonsilas (amígdalas)

∙ Timo

E tem como uma de suas funções, ação imunológica à ativação da resposta inflamatória e o controle de infecções. Através de sua simbiose com os vasos sanguíneos, regula o balanço do fluído tissular. Esse delicado balanço é possível pelo transporte unidirecional de proteínas do tecido para o sistema sanguíneo. Em conjunção com o trabalho dos vasos, o sistema linfático mantém o equilíbrio entre a filtração e a reabsorção dos fluidos tissulares (MILLER, 1994).

 As moléculas de proteínas transportam oxigênio e nutrientes para as células dos tecidos, onde então removem seus resíduos metabólicos. Várias moléculas de proteínas que não conseguem ser transportadas pelo sistema venoso são retornadas ao sistema sanguíneo através do sistema linfático. Consequentemente, o líquido linfático se torna rico em proteínas, mas também transporta células adiposas, e outras macromoléculas. A circulação normal de proteínas requer um funcionamento adequado dos vasos linfáticos, caso contrário, os espaços intersticiais podem ficar congestionados (MILLER, 1994).

LINFA

A linfa é um líquido viscoso e transparente, levemente amarelado ou  rosado que é formada a partir do líquido intersticial.

Quando o sangue passa pelos vasos capilares, uma fração líquida de seus  componentes escapa pelas paredes porosas, e vai para o interstício (região entre  as células ou entre os tecidos). Após o líquido intersticial passar para dentro dos  capilares linfáticos recebe a denominação de linfa. A linfa apresenta uma  composição semelhante à do plasma sanguíneo, mas não possui hemácias. Ela  consiste principalmente de água, eletrólitos e de quantidades variáveis de  proteínas plasmáticas que escaparam do sangue através dos capilares  sanguíneos (GUIRRO e GUIRRO, 2002; ZORZI, et al 2005). Além disso,  transporta macromoléculas, como proteínas, mucopolissacarídeos, lipoproteínas, ácidos graxos e também bactérias e fragmentos de células  (ARAUJO e SANTOS, 2012)

A intensidade do fluxo da linfa é determinada pelo produto da pressão do líquido intersticial pela atividade da bomba linfática, e é relativamente lento,aproximadamente três litros de linfa penetram no sistema cardiovascular em 24 horas. Esse fluxo é lento porque, ao contrário do sistema cardiovascular, o sistema linfático para fluir depende de forças externas e internas ao organismo, tais como:

• A força da gravidade.

• As contrações musculares (movimentos corporais): o aumento da pressão força uma maior quantidade de líquido para dentro dos capilares linfáticos,modificando a pressão interna do capilar, desencadeando uma sequência de contrações, que também serão transmitidas para segmentos subsequentes. A Intensa atividade muscular eleva também a temperatura da região, levando a um aumento das contrações da musculatura lisa dos capilares linfáticos. O sistema muscular é o grande impulsionador da linfa nos membros, pois no momento da contração muscular, os troncos linfáticos são comprimidos pelos músculos que os cercam e, graças ao sistema valvular, a movimentação da linfa é enormemente aumentada.

• A pulsação das artérias próximas aos vasos: Os vasos linfáticos se encontram quase sempre nas proximidades dos vasos sanguíneos, de modo que a pulsação das grandes artérias repercute também nos vasos linfáticos, fatos este coadjuvante na motricidade dos vasos linfáticos.

• O peristaltismo visceral (movimento dos órgãos).

• Os movimentos respiratórios: a respiração provoca uma mudança de pressão na caixa torácica, quando, na inspiração, se dilata e seu volume aumenta consideravelmente pela descida do diafragma, mudanças pelas quais estão acompanhadas por uma pressão negativa em relação à pressão atmosférica.

Assim, o vácuo parcial que se forma na caixa torácica não somente impele o

ar para dentro dos pulmões, como também facilita o avanço do fluxo linfático

agindo sobre os canais torácicos direito e esquerdos e sobre os troncos linfáticos

do tórax (CUNHA; BORDINHON, 2004).

A linfa absorvida nos capilares linfáticos é transportada para os vasos pré coletores, passando através de vários linfonodos, sendo aí filtrada e recolocada na circulação até atingir os vasos sanguíneos Toda linfa do organismo acaba retornando ao sistema vascular sanguíneo através de dois grandes troncos: o ducto torácico e ducto linfático direito (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

Sua composição é semelhante à do sangue, mas não possui hemácias, apesar de conter glóbulos brancos dos quais 99% são linfócitos. No sangue, os linfócitos representam cerca de 50% do total de glóbulos brancos. A linfa é transportada pelos vasos linfáticos em sentido unidirecional e filtrada nos linfonodos (também conhecidos como nódulos linfáticos ou gânglios linfáticos). Após a filtragem é lançada no sangue, desembocando nas grandes veias torácicas (CAMARGO, 2000).

A linfa também contém células de linfócitos (principalmente), granulócitos,  alguns eritrócitos, macrófagos e eventualmente células cancerosas. (Winter,  1973).

Os linfócitos estão presentes em todos os tecidos linfóides, no sangue, no  tecido conjuntivo, na linfa e na medula óssea; os linfócitos T são originados ou  modificados no timo, os linfócitos B parecem originar-se na medula óssea. Os  linfócitos exercem um papel importante na defesa imunológica. (Winter, 1973).

Os macrófagos originam-se de monócitos, e têm a capacidade de  fagocitose. O fibrinogênio também está presente na linfa, e ele é responsável  pela coagulação dessa linfa

VIAS LINFÁTICAS: 

As vias linfáticas são compostas de capilares, vasos e troncos linfáticos.  Começam no tecido intersticial por uma rede capilar que se encontra sempre  na proximidade de capilares sanguíneos. Os capilares linfáticos unificam-se,  formando vasos linfáticos que percorrem um ou mais gânglios linfáticos antes de se reunirem em troncos linfáticos. O ponto final das vias linfáticas é o ângulo  venoso, onde os troncos linfáticos despejam a linfa para dentro da circulação  venosa. (WINTER, 1973).

CAPILARES:

Os capilares são os menores vasos do sistema linfático. Eles iniciam-se  no espaço intersticial do tecido conjuntivo. Estão dispostos em uma fina rede  fechada, irregular e extensa, que se espalham por todo o corpo. A função dos  capilares é a absorção de macromoléculas, proteínas e minerais, que são  partículas maiores, e por isso não são absorvidas pelo sistema venoso.  (GARCIA, 2010).

Cerca de 70% dos capilares estão localizados logo abaixo da pele, e o  restante localizam-se ao redor dos órgãos (SILVA, 2006).

Estas são as primeiras estruturas do sistema linfático, onde líquido  intersticial é absorvido por eles e a partir daí passa a ser chamado de linfa.

VASOS LINFÁTICOS:

Os vasos linfáticos formam-se pela confluência de vários capilares linfáticos.  Eles possuem válvulas semelhantes a um rosário, que desempenham papel  importante de manutenção do fluxo unidirecional da linfa, impedindo assim, o  refluxo da mesma. Os vasos podem ser divididos quanto a sua função e  tamanho:

∙ Pré- coletores: Vasos de menor calibre que intermediam capilares e  coletores e dão início à movimentação da linfa levando-a aos coletores  linfáticos. (ARAUJO e SANTOS, 2012; GARCIA, 2010)

∙ Coletores: continuações dos pré-coletores, de maior calibre, cuja função  é conduzir a linfa no sentido centrípeto. (ARAUJO e SANTOS, 2012)

TRONCOS LINFÁTICOS:

Os troncos linfáticos são os grandes vasos que recebem a linfa de grupos  de coletores e drenam regiões amplas do organismo. Estão principalmente  divididos em ducto ou canal torácico, ducto direito e ducto esquerdo.  (SANCHES,1010).

O tronco linfático inicia-se na parte inferior do abdômen, na junção dos  troncos intestinais, intercostais descendentes e lombares. Essa junção forma  uma dilatação denominada cisterna do quilo, que recebe a linfa dos membros  inferiores e dos órgãos abdominais. (RIBEIRO, 2004).

LINFONODOS:

Também chamados de gânglios linfáticos ou nodos linfáticos, os  linfonodos são estruturas ovais, situadas entre os vasos linfáticos trazendo a linfa  e seus componentes com a finalidade de filtrar a linfa circulante. (ARAUJO e  SANTOS, 2012). Eles se dispõem ao longo dos vasos do sistema linfático e seu  tamanho varia uns dos outros, entre o tamanho de uma ervilha (menos de meio  centímetro) ao de um feijão branco (cerca de dois centímetros). No corpo  humano existem cerca entre 600 e 700 que apresentam-se geralmente reunidos  em grupo ou isolados, tanto na superfície, como na profundidade do organismo.  (GUIRRO E GUIRRO, 2002).

A principal função dos linfonodos é filtrar a linfa, passando por um  processo de depuração, neutralizando substâncias estranhas, como vírus,  bactérias, restos celulares, células malignas etc. Eles são capazes de absorver,  metabolizar e destruir esses elementos, criando uma barreira de proteção  imunológica, impedindo a disseminação desses agentes indesejáveis ao nosso  corpo. Como mediadores desse processo temos os linfócitos, leucócitos e os  macrófagos. (GARCIA, 2010; SANCHES, 2010).

Os leucócitos, também conhecidos como glóbulos brancos, são células  especializadas nos processos de defesa do nosso organismo. Os linfócitos são  produzidos pelos gânglios linfáticos. Os macrófagos são células com capacidade  fagocitária, onde levam partículas grandes ou agentes estranhos para seu  interior, destruindo-os. (SANCHES, 2010) Como reação a uma inflamação, o  linfonodo pode intumescer-se e tornar-se doloroso, fenômeno conhecido com o  nome vulgar de

íngua.

Os vasos que chegam ao linfonodo (linfáticos aferentes) são mais  numerosos e mais finos do que os que saem (linfáticos eferentes), e é por esse  motivo que é lento o fluxo nesta região. Quando a linfa chega aos linfonodos,  percorre numerosas cavidades, os seios linfáticos, onde as impurezas são  retidas e passam para a linfa os linfócitos recém produzidos. (GUIRRO, 2002

Os linfonodos estão espalhados por todo o organismo, porém as  principais cadeias ganglionares são:

1. Ducto torácico  

2.  Ângulo venoso  

3. Axilares

4. Supraclaviculares

5. Cubitais

6. Punho

7. Inguinal: cadeia horizontal/proximal  

8. Inguinal: cadeia vertical/distal  

9. Fossa poplítea

10.Cervicais (Pescoço)

TECIDO LINFÓIDE:

O Tecido linfóide se destina à produção de linfócitos (certo tipo de glóbulos  brancos), mas desempenha também a importante função de barreira à disseminação das bactérias, vírus e células cancerosas. São constituídas de  tecidos linfóides as seguintes estruturas e órgãos do sistema linfático:

∙ Linfonodos

∙ Timo: responsável pelo amadurecimento do sistema linfático;

 ∙ Tonsilas: situadas ao redor da garganta, fazem parte do sistema  imunológico do trato gastro e respiratório;

∙ Baço: faz a restrição de células envelhecidas, estimulando a sua  renovação.

Baço

O baço é o maior órgão linfóide secundário do corpo.É um órgão excluído da circulação linfática porém interposto na circulação sanguínea e cuja drenagem venosa passa, obrigatoriamente, pelo fígado. Possui grande quantidade de macrófagos que, através da fagocitose, destroem micróbios, restos de tecidos, substâncias estranhas, células do sangue em circulação já desgastadas como eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Dessa forma, o baço “limpa” o sangue, funcionando como um filtro desse fluído tão essencial. O baço também tem participação na resposta imune, reagindo a agentes infecciosos. Inclusive, é considerado por alguns cientistas, um grande nódulo linfático.

Tonsilas:

São aglomerados de tecido linfóide nodular sob o epitélio da cavidade oral e da faringe, parcialmente encapsulados, que protegem o organismo contra a entrada de antígenos junto com o ar ou com os alimentos. Como resposta de defesa, há a proliferação dos linfócitos B e a sua diferenciação em plasmócitos, os quais produzem imunoglobulinas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013; OVALLE; NAHIRNEY, 2008).

Timo

O timo, um órgão linfóide essencial, ocupa a parte inferior do pescoço e a parte anterior do mediastino superior. É uma glândula plana, cujos lobos têm formato de cantil , situada posteriormente ao manúbrio do esterno e que se estende até o mediastino anterior, anteriormente ao pericárdio fibroso (MOORE, 2014). O timo é envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo denso não modelado, da qual partem trabéculas para o interior, dividindo-o em lóbulos, os quais exibem forma poliédrica e 0,5 a 2mm de diâmetro. A cápsula e as trabéculas contêm vasos sanguíneos, vasos linfáticos (eferentes) e nervos (GARTNER; HIATT, 2007; GENESER, 2003; ROSS; PAWLINA, 2012). Ele não possui nenhum vaso linfático aferente como ocorre com os linfonodos. Este órgão possui origem embrionária dupla. Seus linfoblastos precursores originam-se na medula óssea, migrando e invadindo, posteriormente, o epitélio que se desenvolve vindo do endoderma do terceiro e quarto bolso faringeano do embrião. Este fato difere dos demais órgãos linfóides que se desenvolvem exclusivamente do mesoderma. Cada lóbulo tem uma parte periférica, a zona cortical, e uma parte central, mais clara, a zona medular (PECONICK, 2011).

 No córtex, há uma grande quantidade de linfócitos T em proliferação e maturação. Há ainda macrófagos, células dendríticas apresentadoras de antígenos e as células reticulares epiteliais. Na medula, há linfócitos T imunocompetentes, macrófagos, células dendríticas apresentadoras de antígenos e abundância de células reticulares epiteliais, inclusive com a organização dos corpúsculos tímicos (ou de Hassall) (GENESER, 2003; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013; OVALLE; NAHIRNEY, 2008).

As células reticulares epiteliais secretam substâncias que regulam a proliferação, a diferenciação e a maturação dos linfócitos T (GENESER, 2003; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013; LOWE; ANDERSON, 2015; OVALLE; NAHIRNEY, 2008; ROSS; PAWLINA, 2012; WEISS, 1981). Após a puberdade, o timo sofre involução gradual e é substituído por gordura em sua maior parte. A substancial irrigação arterial do timo provém principalmente dos ramos intercostais anteriores e mediastinais anteriores das artérias torácicas internas. As veias do timo terminam nas veias braquiocefálica esquerda, torácica interna e tireóidea inferior. Os vasos linfáticos do timo terminam nos linfonodos paraesternais, braquiocefálicos e traqueobronquiais (MOORE, 2014). O timo confere a determinados linfócitos a capacidade de se diferenciarem e maturarem em células que podem efetuar o processo de imunidade mediada por células. Há certas evidências de que o timo também produz um hormônio que pode continuar a influenciar os linfócitos após eles terem deixado a glândula (YAMATO, 2007).

SISTEMA LINFÁTICO E SUA RELAÇÃO IMUNOLÓGICA

O sistema imunológico, como o próprio nome já explica, é responsável pela imunização do organismo. De forma genérica, as células que compõem o sistema imunológico podem ser vistas como um exército, dado que cada tipo de célula é responsável por exercer uma determinada função para proteger e imunizar o organismo (CORTEZ; MEJIA, s.d.). Um dos principais componentes do sistema imunológico é o sistema linfático, pois colabora com glóbulos brancos para proteção contra bactérias e vírus invasores (NETTER, 2008).

Possui três funções inter-relacionadas:

• A remoção de fluidos em excesso dos tecidos corporais.

• Absorção dos ácidos graxos e transporte subsequente da gordura para o sistema circulatório.

 • Produção de células imunológicas, como linfócitos, monócitos e células produtoras de anticorpos conhecidas como plasmócitos (GUYTON; HALL, 2006).

Quando microrganismos invadem o corpo ou ele encontra outro antígeno, estes são transportados do tecido para a linfa. A linfa é conduzida pelos vasos linfáticos para o linfonodo regional. No linfonodo, os macrófagos e células dendríticas fagocitam os antígenos, processando-os, e apresentando os antígenos para os linfócitos, os quais podem então iniciar a produção de anticorpos ou servir como células de memória para reconhecer o antígeno novamente no futuro (SEELEY, 2001).

DRENAGEM LINFÁTICA :

O tecido linfóide também está associado às mucosas e pode ser encontrado em uma grande diversidade de locais anatômicos, como o trato digestivo, respiratório e genitário. Ele é composto pelos microcompartimentos, como as placas de Peyer, os nódulos mesentéricos linfáticos, o apêndice e os folículos solitários no intestino, além das tonsilas e adenóides no trato aéreo-digestivo, envolvendo para isso uma rede de mecanismos imunológicos .

A drenagem linfática manual, através dos seus movimentos suaves, tem a função de impulsionar o líquido intersticial para dentro dos capilares linfáticos, promovendo um aumento da velocidade da linfa que é carreada, aumentando a filtração e a reabsorção dos capilares sanguíneos, promovendo oxigenação dos tecidos, aumentando a quantidade de líquidos excretados, diminuindo edema e desconfortos (CEOLIN, 2006). Ao retirar a linfa que fica acumulada entre as células, o que pode ser ocasionado por um retardo da pessoa na produção da linfa, por exemplo, ou por dificuldades da absorção por parte das células, ocorre a diminuição do edema. O procedimento melhora também a circulação em geral, relaxa o corpo e aumenta o metabolismo do local (SOARES, 2005). Dentro das fundamentações gerais sobre a drenagem linfática manual, para a aplicação desse recurso de maneira adequada, deve-se respeitar a anatomia e a fisiologia do sistema linfático, além da integridade dos tecidos superficiais. Para tanto, a drenagem linfática manual precisa ser realizada de forma suave, lenta e rítmica, sem causar dor, danos ou lesões aos tecidos do paciente (TACANI; TACANI, 2008). Sendo a drenagem linfática a técnica manual mais eficaz no auxílio da função do sistema linfático, ela é um recurso fundamental na fisioterapia e na estética.

3. METODOLOGIA

EFEITOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL

Aumento da capacidade de admissão dos capilares linfáticos;

Aumento da velocidade da linfa transportada;

Aumento da quantidade de linfa filtrada processada pelos gânglios  linfáticos;

Aumento da oxigenação e desintoxicação da musculatura esquelética;

Aumento do peristaltismo intestinal;

Aumento da diurese;

Otimização das imunorreações celulares;

Diminuição das aderências e retrações cicatriciais;

Maior eficiência celular;

Maior eficiência da nutrição dos tecidos.

INDICAÇÕES:

Edemas (faciais e corporais)

 Linfedema

Lipodistrofia ginóide (Celulite)

Pré e pós cirúrgicos faciais e corporais

Relaxamento

Varizes

Varicoses

Hematomas

Equimoses

Cansaço e dor em MMII

Acne

Rosácea

Revitalização facial

Rejuvenescimento cutâneo

Cicatrização;

Prevenção da cicatriz hipertrófica e queloidiana

Circulação sanguínea de retorno comprometida

Queimaduras (após sua cicatrização)

Desintoxicação orgânica e tecidual

Aumento geral da defesa imunológica

TPM

Menopausa

Obesidade

Gestação (após três meses)

Sistema nervoso abalado;

∙ Pós traumatismos

CONTRA-INDICAÇÕES:

Neoplasias (suspeita ou e tratamento)

 Febre

Afecções cutâneas

Processos infecciosos

Asma

Hipertireoidismo

Insuficiência cardíaca

Insuficiência renal

Insuficiência hepática

Distúrbios da tireóide

Hipotensão

Hipertensão

Inflamações e infecções agudas Processos viróticos;

Edemas de origem cardíaca ou renal Gestação de alto risco

Trombose

Tromboflebite

Erisipela (em fase aguda)

Asma brônquica (crise)

É realizada através de movimentos com pressões leves que jamais devem  provocar qualquer forma de dor e desconforto. Seu ritmo é lento para favorecer  as contrações dos linfangions (vasos linfáticos), pois o caminho da linfa é de  2,5cm/seg., com pressão mínima, que não provoque hiperemia e obedecendo a  anatomia e fisiologia do sistema (LEDUC; LEDUC 2007). Praticamente não  existe pressão nessa técnica, apenas o peso da mão é suficiente para mover a  linfa pelos vasos superficiais. A direção da manobra é sempre para o grupo  proximal de gânglios imediato, em direção centrípeta (em sentido ao coração).  (CASSAR, 2001)

A TÉCNICA:

Três processos muito diferentes contribuem para a evacuação desses  líquidos intersticiais.

O primeiro processo é a captação, realizada pela rede de capilares  linfáticos.

A captação é a consequência do aumento local da pressão tissular.  Quanto mais a pressão aumenta, maior é a recaptação pelos capilares linfáticos.  Esta manobra é realizada através de leves tracionamentos na pele e seu retorno  em toda extensão do trajeto da linfa dos gânglios linfáticos correspondentes.

O segundo processo consiste na evacuação, longe da região infiltrada,  dos elementos recaptados pelos capilares. Esse transporte de linfa que se  encontra nos vasos é efetuado pelos pré-coletores em direção aos coletores.

 A  evacuação é realizada sobre os linfonodos e em outras vias linfáticas com o  objetivo de descongestioná-los.

O terceiro é o bombeamento, cuja manobra facilita o escoamento da  linfa ao seu ponto final, ductos torácico e linfático. Esse procedimento pode ser  uni ou bi manual, envolvendo o segmento a ser tratado obedecendo o sentido da  drenagem fisiológica. (LEDUC; LEDUC 2007).

Técnicas aplicadas na drenagem, está representada principalmente pelas técnicas de Vodder e Leduc. A diferença entre elas está no tipo de movimento. Vodder utiliza movimentos circulares, rotatórios e de bombeio, já Leduc propõe movimentos mais restritos (PICCININI et al., 2009). Ambas as técnicas associam três categorias de manobras: captação, reabsorção e evacuação da linfa. Tais manobras são realizadas com pressões suaves, lentas, intermitentes e relaxantes (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Para Ribeiro (2003) as diversas manobras de DLM são realizadas em todos os segmentos do corpo, sendo que cada manobra é realizada sobre o mesmo local de cinco a sete vezes. Alguns autores recomendam iniciar a DLM pelo segmento proximal, processo de evacuação, obtendo, assim, um esvaziamento prévio das vias pelas quais a linfa terá que fluir (GUIRRO; GUIRRO, 2004)

Esclarecendo algumas dúvidas.

Não faltam benefícios na drenagem linfática, mas não faltam também dúvidas sobre o procedimento, que estimula o sistema linfático e ajuda na eliminação de toxinas e líquidos que o corpo acaba retendo no dia a dia. Mas ela emagrece, ajuda na celulite e TPM?

Drenagem ajuda a diminuir celulite?Sim. Uma das causas da celulite é a retenção de líquidos, e é nisso que a drenagem ajuda. - A retenção não permite a oxigenação do tecido, dando origem a nódulos.

Beber água antes da drenagem potencializa os efeitos da massagem, beber antes e depois da massagem, a água ajuda a melhorar a retenção de líquido e eliminar toxinas. É mito achar que quem sofre com inchaço não deve beber/ ingerir tanta água. Água é importante sempre, independentemente da condição.

Grávidas podem fazer drenagem..Elas podem e devem sim fazer o procedimento, uma vez que na gravidez a mulher retém muito líquido, principalmente nos últimos três meses. Drenagem ajuda a melhorar sintomas de TPM. Sim, sim, sim! Drenagem pode fazer milagres para a tensão pré menstrual. - Ela atua na liberação de líquidos, combatendo o inchaço, que é um dos sintomas da TPM, além de ajudar no controle da ansiedade, por ter um efeito relaxante.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

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