A VALORIZAÇÃO DO TREINAMENTO MUSCULAR EXCÊNTRICO NA FISIOTERAPIA DESPORTIVA
Por: camisss • 11/5/2015 • Resenha • 1.386 Palavras (6 Páginas) • 622 Visualizações
A VALORIZAÇÃO DO TREINAMENTO MUSCULAR EXCÊNTRICO NA FISIOTERAPIA DESPORTIVA
A fisioterapia desportiva é a área que vem ganhando grande destaque. Apesar de todas as cobranças e pressões que o profissional é submetido, pelo fato de trabalhar com atletas lesionados, muitas vezes funcionários de grandes times e objetos de grandes contratos, que necessitam voltar aos seus clubes e desempenharem aquilo que foram contratados para fazer.
Com base nisto, é necessário saber como o correto condicionamento muscular excêntrico pode ser uma ferramenta de grande importância para o fisioterapeuta durante o período de reabilitação do sistema musculoesquelético na maioria das lesões desportivas.
Nos últimos anos, o movimento excêntrico tem sido o assunto de grande destaque e estudo científico. O termo excêntrico se refere a uma carga muscular que envolve a aplicação de uma força externa com aumento de tensão durante o alongamento físico da unidade músculo-tendínea. A força que o músculo gera em uma contração e a mudança de seu comprimento depende do comprimento inicial do músculo, da velocidade que ocorre a alteração do comprimento e das cargas que atuam em oposição ao movimento.
Após pesquisas científicas envolvendo contração muscular excêntrica, foi anulado a ideia de que contração muscular excêntrica seria apenas o retorno ou a segunda fase dos movimentos isotônicos. Em consideração a fase excêntrica do movimento, principalmente aplicado a programas de treinamento humano, na fase de reabilitação ou não, devem ser avaliados os benefícios, vantagens e principais precauções. O treinamento excêntrico pode ser utilizado para reabilitações geriátricas articulares ou até mesmo treinamento de grandes atletas.
Este artigo terá como objetivo principal propor formas básicas para a utilização correta da excentricidade muscular como recurso de primeira grandeza para o fisioterapeuta que trabalha na área desportiva.
Para a realização desse estudo foi realizado uma revisão bibliográfica em artigos publicados entre o período de 1991 a 2003. Foi necessário inclusão de duas obras mais antigas que estavam presentes em citações, sendo consideradas indispensáveis ao contexto criado. A coleta de informações e as revisões de literatura aconteceram de Março a Agosto de 2004.
. A atividade muscular excêntrica é chamada de resposta muscular devido ao estiramento muscular durante a tensão. Segundo o autor Simão (2003), o efeito diferencial dos exercícios excêntricos se dá pelo fato de três determinantes:
1. Força muscular produzida pela contração excêntrica;
2. Velocidade angular de movimento;
3. Grau de estiramento músculo-tendíneo durante a contração muscular de natureza excêntrica.
Esses três determinantes permitem grande versatilidade ao fisioterapeuta em relação aos efeitos e resultados obtidos durante a reabilitação do atleta lesionado.
Albert (2002) faz referência ao denominado retardo eletromecânico em relação ao tempo transcorrido da resposta bioquímica até o início efetivo da tensão muscular que segundo ele, seria significativamente menor nas atividades excêntricas e que se constitui em um benefício no treinamento visando à produção de força muscular e a velocidade articular. Baseado nos estudos sobre os flexores e os extensores do cotovelo, o modo excêntrico atingiu 4,4 ms (milissegundos) mais rápido do que o modo isométrico e 6,0 ms mais rápido do que a contração concêntrica, que de modo estatisticamente constata para todas as diferenças, defendem os autores conforme os seus estudos.
O ciclo estiramento-encurtamento descrito por Enoka (2000) é relevante para os efeitos dos exercícios excêntricos visando o seu potencial para armazenagem e uso de energia elástica. Nesse ciclo, o movimento voluntário primário é precedido pelo movimento oposto ou antagonista de forma abrupta. Assim, a transferência da energia potencial do componente elástico em série (CES) estirado produz uma magnitude de capacidade de força contrátil subsequente ainda maior.
Foram feitas algumas observações neuromusculares dos exercícios excêntricos de grande importância para a Fisioterapia, para o autor Garret et al. (2003), os mecanismos neuromotores têm uma enorme importância para a compreensão dos efeitos do treinamento excêntrico durante as diferentes fases da reabilitação física do atleta lesionado e podem servir para explicar as diferenças verificadas cientificamente entre os estudos comparativos envolvendo os trabalhos musculares com tendências excêntricas e concêntricas.
Um papel importante do treinamento excêntrico no sistema neuromuscular é sustentado pelo autor Lillegard et al. (2002) mediante dois mecanismos:
1. A supressão do torque foi evidente somente durante cargas excêntricas, sem levar em consideração a disfunção biomecânica ou dor;
2. Sucesso obtido na resposta ao treinamento excêntrico em apenas duas a quatro semanas, o que, segundo o autor, corresponde ao ajuste de tempo para a adaptação neuromuscular, ao contrário da hipertrofia ou mudança morfológica na estrutura muscular que necessitariam de mais tempo de treinamento para ocorrerem.
Como último fator relevante ao controle neuromuscular durante os trabalhos excêntricos, a viscoelasticidade muscular
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