ALIMENTAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES X CLASSES ECONÔMICAS

ALIMENTAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES X CLASSES ECONÔMICAS

THIAGO VOLTOLINI

SIMONE SIMIONATO

RESUMO

Este trabalho tem o objetivo de avaliar as refeições dos alunos do ensino fundamental de uma escola municipal do bairro Jardim Paraíso da cidade de Joinville. A avaliação foi realizada no dia 12 de Maio de 2014. Com base nisso, será verificado a qualidade da alimentação ingerida pelos estudantes em suas refeições, considerando a ingestão de frutas e verduras, carnes, leite e derivados e guloseimas.

Palavras-chave: alimentação, carnes, classes sociais, DCT, DCS, frutas, IMC, leite.

 

1. INTRODUÇÃO

Em maio de 2014, foi visitado o Colégio Municipal Rosa Maria Berezoski Demarchi, situado à Avenida Júpiter, 839 no bairro Jardim Paraíso, da cidade de Joinville, onde foi levantando dados com alunos entre 13 e 16 anos de idade que cursavam o ensino fundamental.

A pesquisa foi feita através de entrevista com os estudantes, levando em conta dados pessoais (nome, idade, sexo), dados antropométricos (peso, altura, IMC etc.), condições financeiras dos pais dos alunos entrevistados - através do critério de classificação econômica do Brasil, grau de instrução de familiares, e seus alimentos consumidos com base numa tabela fornecida pela Universidade.

Com base nas informações levantadas será feito um comparativo da qualidade e quantidade de alimentos ingeridos pelos estudantes, considerando sua situação social.

2. ANÁLISE DOS DADOS

A escola desempenha hoje importante papel na formação dos hábitos alimentares dos estudantes, pois é nesse meio onde crianças e adolescentes permanecem por expressivo período de tempo diário. Contudo, os programas de educação nutricional devem ir além das atividades em sala de aula. É fundamental que a escola propicie condições de concretização dos conceitos relativos ao tema, apresentados aos alunos (LOIOLA, et. al., 2012).

Com base na pesquisa realizada na escola, foi analisado os dados dos alunos pertencentes às classes econômicas: A2, B1 e a classe D.

De forma geral, constatou-se que a Classe A2 e B1 (considerada para fins de análise, como primeira classe) ingere mais alimentos nutritivos do que a classe D, e consequentemente consome mais frutas, verduras, carne vermelha e branca do que a classe D.

2.1 Comparativo consumo de Carnes em geral

Um dos focos do estudo é a comparação do consumo de carnes, peixes e embutidos pelos estudantes de ambas as classes sociais.

Tabela 1 - Comparativo do consumo do grupo carnes

Fonte: próprio autor

Em porcentagem, as classes A2 e B1 ingerem maior quantidade de peixes (cerca de 0,106%, o que corresponde a frequência de aproximadamente 1 vez na semana) em relação à classe D, que consome em média somente 0,055% (aproximadamente 1 a 2 vezes ao mês).

Outra análise realizada, é que as classes A2 e B1 consomem mais carne vermelha e carne branca (frango) do que a classe D, com média de 0,388% contra 0,22% da classe D, para carnes vermelhas, e 0,416 contra 0,36 para a classe D referente consumo de frango.

No entanto, outra observação feita, referente à carne de porco, é que esta é consumida com maior frequência pela classe D, correspondendo à um consumo de 1 a 2 vezes na semana, o dobro do consumo da classe A2 e B1.

Em relação às vísceras, apenas a classe alta consome, com menor frequência, cerca de 1 vez ao mês ou menos; já os estudantes da classe D não consomem.

Os embutidos (considerados os alimentos industrializados, como por exemplo: carnes processadas, linguiça, mortadela, presunto, salame, salsicha, dentre outros) representam o maior tipo de "carne" consumido pela Classe A2 e B1, consideradas as de maior poder econômico, com frequência de 5 a 6 vezes por semana; comparando, com a classe D, de menor poder aquisitivo, que consome em média 2 vezes por mês.

De forma genérica, as classes A2 e B1 consomem em média de 2 a 3 vezes por semana, algum tipo de carne, peixe ou embutido. Já a classe D consome de 3 a 4 vezes ao mês.

2.2 Comparativo do consumo de leite e derivados

Outra análise realizada, é referente a ingestão de leite e derivados, pelos estudantes.

Tabela 2 - Comparativo do consumo de laticínios

Fonte: próprio autor

A relação de consumo de leite e derivados (considerando a seguinte variedade: integral, semi-desnatado, desnatado, fermentado, iogurte, queijos: branco e amarelo, requeijão, manteiga e nata) a classe A2 e B1 juntas chegam com valores correspondentes a 0,2018% contra 0,223% da classe D, que corresponde ao consumo de 1 a 2 vezes por semana.

Um dado interessante, é que a classe D, apesar de ingerir mais derivados do leite, não ingerem a manteiga, provavelmente, pelo preço elevado da mesma.

2.3 Comparativos do consumo de bolachas

Um dado interessante na realização da entrevista é a frequência do consumo de guloseimas, neste caso,