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Bases Diagnostico

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Por:   •  2/10/2013  •  563 Palavras (3 Páginas)  •  421 Visualizações

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presente artigo tem como objetivo avaliar criticamente a obra de Cristopher Boorse,professor de filosofia da biologia e filosofia da medicina na Universidade de Delaware (EUA), onde vem se dedicando a desenvolver uma teoria naturalista da saúde.Em meados da década de 1970,esse autor escreveu uma série de artigos sobre problemas filosóficos e conceituais das noções de saúde e doença que veio a constituir a Teoria Bioestatística da Saúde (TBS) conforme designação proposta por Nordenfelt (1987).Desde sua publicação,o trabalho de Boorse tem recebido críticas ferozes e apoios apaixonados,provocando grande controvérsia entre filósofos e cientistas sociais interessados em saúde.Pela importância das questões levantadas e pelo seu caráter polêmico e corajoso,a proposta boorseana e suas atualizações (Boorse,1975,1976,1977,1987,1997) sem dúvida constituem importante ponto de partida para uma reflexão sobre a complexidade da saúde humana.No Brasil,o nome de Boorse é praticamente desconhecido e não há referências a sua contribuição em qualquer dos textos analíticos fundamentais da área da saúde coletiva no país.Por esse motivo,esperamos com o presente trabalho também contribuir para o enriquecimento do debate nacional sobre tema tão relevante e oportuno. Em primeiro lugar,examinaremos brevemente a estrutura da teoria da saúde-doença de Cristopher Boorse,destacando seus elementos epistemológicos fundamentais e principalmente as justificativas lógicas e teóricas de sua definição da saúde como ausência de doença.Em segundo lugar,merecem ser apresentadas e avaliadas as numerosas críticas recebidas por Boorse em duas décadas de circulação dos seus textos,buscando estabelecer a pertinência e atualidade dessas críticas.Em seguida,pretendemos identificar problemas e,principalmente,pontos fortes da teoria boorseana,a fim de explorar sua aplicabilidade para uma teoria geral da saúde-doença-cuidado,cada vez mais necessária neste momento em que se pretende uma maior articulação entre abordagens biológicas e ecossociais dos fenômenos da saúde e da doença. Uma teoria negativa da saúde-doença Explicitando seu marco epistemológico de referência,Boorse (1975) apresenta-se como um representante do naturalismo,em contraposição a enfoques que classifica como normativistas.O normativismo,na sua opinião,compreende duas vertentes:uma radical,que define os conceitos de saúde e doença como puros julgamentos (pure evaluation) de valor,e outra designada como normativismo fraco,que admite a existência de componentes normativos e descritivos nos julgamentos de saúde.De todo modo,o normativismo é refutado por Boorse com base no seguinte argumento:se fosse válida uma interpretação valorativa da saúde,não se poderia chamar de doença os fenômenos patológicos em plantas e animais.Nesse caso,a expressão “saúde animal”,de uso corrente na medicina veterinária,não passaria de uma analogia instrumental.Em contraponto,o naturalismo à laBoorse,com fundamentação e ancoragem na biologia evolutiva,pretende assumir que os conceitos de saúde-doença podem ser essencialmente descritivos e,como tal,isentos de valor. Compreendendo que uma conceituação valorativa de saúde implica o que se considera desejável para o indivíduo ou para a sociedade, Boorse defende a tese de que,se soubermos diferenciar doença de enfermidade,podemos encontrar uma noção de saúde destituída de quaisquer valores.Para

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