Ciências Sociais e Humanas nos Curso da Saúde

Ciências sociais e humanas nos cursos de nutrição

A formação de nutricionistas brasileiros, foram idealizadas por médicos nutrólogos na década de 30. O primeiro curso foi criado em 1939, no instituto de higiene de são Paulo, atual curso de graduação em nutrição do departamento de nutrição da faculdade de saúde pública da universidade de são Paulo. Impulsionaram-se na década de 70, graças ao programa de alimentação e nutrição II (PRONAM II) que contava em suas diretrizes com o estimulo a formação de recursos humanos em nutrição. Participando da formulação das primeiras intervenções governamentais no setor. Sobressaíram como nutrólogos um grupo de intelectuais entre os quais Josué de Castro, Jamerson Ferreira Lima, Nelson Chaves e Ruy Coutinho contribuíram para a conformação do campo de nutrição no Brasil.

Cursos de nutrição que Visava contribuir para o aperfeiçoamento da formação profissional e contava  com a presença das ciências sociais no ensino da nutrição, e na conformação de um pensamento social sobre a alimentação como uma questão coletiva, em um ponto de vista que focasse entre a parte biológica e o social,  o que inclui-se pensar de forma a olhar de maneira diferente a alimentação e a relação entre raça, nacionalidade, a importância da alimentação e seus diferentes aspectos geográficos, a pobreza, os diferentes momentos de sua produção e de uma maneira geral, entrelaçar os conhecimentos

        As disciplinas das áreas de ciências sociais e econômicas e de educação em saúde pública encontram-se abaixo do ideal, e que tal desequilíbrio entre as áreas biológicas e sociais causa diversos problemas, como uma baixa compreensão do social na formação do nutricionista, como a capacidade de formar um profissional criativo e questionador, com capacidade de articular as duas áreas, interligando aspectos sociais ao conhecimento biológico.

        O compromisso com as transformações sociais, a ética e humanística são itens pouco valorizados nos cursos de nutrição em detrimento a sua busca por mercado de trabalho, embora as diretrizes curriculares propostas pelo conselho nacional de educação no contexto da LDB, incluem disciplinas tanto de aspectos biológicos, biofísicos, psicológicos, sociais e culturais.

        Apenas alguns cursos inseriram conteúdos que fazem uma interlocução interdisciplinar da sociologia com  a nutrição ou saúde pública, ao abordar temas importantes para a sociedade, discutindo  componentes das politicas sociais governamentais, o problema da fome, suas consequências, os padrões de alimentação, a estrutura agraria, a produção e consumo de alimentos. Outros conteúdos  sociais deveriam ser mais amplamente dialogados , como os movimentos sociais, gênero e família, raça e etnia, exclusão social e pobreza, relação entre estado e sociedade, pois são processos sociais recentes da sociedade brasileira sem muito conteúdo especifico a essas questões, analisar todos esses problemas sociais sob o ponto de vista da intervenção da nutrição.

Tem como expectativa o ensino das ciências sociais nos cursos de nutrição, a “transposição de mundos”, o “contato entre mundos” estimular a observar o sentido das coisas, mesmo que distante do próprio universo, buscar entender em um atendimento em que contexto o paciente inclui a comida, o alimento, aplicando o seu conhecimento, sem perder a perspectiva antropológica.

        Essa reflexão antropológica da alimentação, e a relação entre sociedade e o alimento, vem agregar conhecimento aos fundamentos teóricos da antropologia, entender hábitos alimentares, as relações entre comida e simbolismo, entender o papel feminino destacado na preparação do alimento e do próprio processo de saúde e doença. E com isso poder compreender as implicações de vários fatores dessa natureza que afetam as práticas alimentares,

Os cursos de nutrição internacionais norte americanos e ingleses contam com disciplinas de integração entre a antropologia a nutrição e a alimentação, e um acumulo de estudos e experiências significativas Em seu cursos.

Os norte-americanos incluem assuntos de cultura , alimentação e nutrição , hábitos e os comportamentos alimentares,  construções sociais e conceitos sobre a alimentação, padrões culturais , normas e valores. Sendo os hábitos alimentares analisados à luz dos processos socioeconômicos e culturais que os mantem e também lhe moldam. Destacam-se também discussões sobre hábitos específicos de classes e segmentos sociais, e comportamentos alimentares, sendo abordado os temas sócio antropológico, não somente em cursos de nutrição, mas em alguns outros.  Visto que os americanos tem graves problemas de obesidade devido a seus hábitos alimentares, e seu estilo de vida, incluindo suas criações os tão famosos  “fast-foods”  e seus “food trucks”.