Doenças crônicas

RESUMO

Introdução: As doenças crônicas têm afetado cada vez mais uma parcela significativa da população, inclusive crianças. A etnia negra, além dos outros fatores de risco, aumentam as chances de ocorrência de doenças cardiovasculares. O Enfermeiro como parte da equipe multiprofissional de saúde, deve conhecer a realidade local de saúde da população para formular propostas de intervenção efetiva baseada nos reais problemas e questões de saúde local. Objetivo: levantar os fatores de risco cardiovascular que mais acometem as crianças negras pertencentes às comunidades Quilombolas da região Norte do Espírito Santo. Metodologia: Foi realizado um estudo quantitativo e descritivo com escolares devidamente matriculados nas escolas pertencentes as comunidades quilombolas São Domingos, São Jorge, Serraria e São Cristóvão pertencentes ao Norte do Espírito Santo, com na faixa etária de 5 a 10 anos incompletos (9 anos, 11 meses e 29 dias). Inicialmente foi realizado reunião com os pais ou responsáveis na qual foi apresentado o projeto, realizado convite para participação do(a) filho(a) na pesquisa e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para aqueles que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa, além do preenchimento de questionário que continha informações sobre dados socioeconômicos e hábitos alimentares da criança. Em um segundo momento, foi realizado uma entrevista com as crianças sobre questões que envolvem atividade física utilizando o instrumento Physical Activity Questionnaire. Após responderem as perguntas do questionário, foram realizadas as medidas antropométricas e aferição de pressão arterial em dois momentos, com intervalo de 10 minutos entre uma medida e a outra. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com o número 190.242. Os dados foram tabulados por meio de estatística descritiva com emprego da frequência absoluta e relativa. Resultados: Participaram do estudo 43 crianças, sendo 67% do sexo feminino, com média de idade de 6,97 ± 1,42 anos. Foi possível observar que é uma população de baixo nível socioeconômico e 23,3% das crianças apresentaram riscos associados a obesidade. Em contrapartida, a pressão arterial se manteve em níveis de normalidade e na circunferência cintura quadril grande parcela das crianças apresentaram-se sem risco associado a obesidade, porém notamos que 23,3% apresentou risco associado a obesidade. Os hábitos alimentares das crianças foram saudáveis, e houve níveis satisfatórios de atividade física, sendo que, as crianças encontram-se mais ativas nos finais de semana. Considerações finais:

O estudo mostrou crianças saudáveis em relação aos risco cardiovascular, e apesar da forte influência da raça, muitas crianças se mantiveram estáveis em relação aos fatores de risco analisados. É importante ações que estimulem ainda mais a agricultura familiar para o aumento da produção e da oferta de alimentos in natura, com vistas à alimentação saudável, além da criação de um espaço escolar para o lazer dessas crianças estimulando-os a aumentarem seus níveis de atividades físicas e com isso ajudar na manutenção desses quadros satisfatórios futuramente, além planejar ações educativas, objetivando a adesão da comunidade às condutas de promoção da saúde e prevenção da doença. Sendo o enfermeiro o principal agente

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