Freud psicologia
Por: Laiis Sobiecki • 29/4/2015 • Trabalho acadêmico • 1.099 Palavras (5 Páginas) • 429 Visualizações
Pulsões e Destinos da Pulsão
No texto de Freud com o título Pulsões e Destinos das Pulsão, esse conceito é apresentado, definido e relacionado com aspectos físicos explicando o processo de percepção, e resposta de um estímulo externo a uma substância nervosa, de forma que esta resposta atenda ao objetivo de retirar este corpo do raio de influência do estímulo. Dessa forma Freud define Pulsão como um estímulo para o psíquico, e chama a atenção para que não se confunda o estímulo psíquico com estímulos fisiológicos, como reflexos os involuntários, reconhecendo que os dois atuam sobre o psíquico, mas deixa claro, as diferenças principais desses dois tipos de estímulo, descrevendo que em primeiro aspecto, o estímulo pulsional não provém do mundo externo do organismo, mas sim do interno, age como uma força constante, diferente do psíquico e requer outra ações para eliminá-lo, o aspecto essencial do estímulo é que ele age como num único impacto e também pode ser neutralizado por uma única ação apropriada.
São também discutidos alguns termos utilizados em conexão com o conceito de pulsão: pressão, entendido como seu fator motor, a soma da força ou a medida da de exigência do trabalho que ela representa. Meta, , não qual a meta pulsão é sempre a satisfação, que só pode ser obtida quando o estado de estimulação presente na fonte pulsional é suspensão, e mesmo que a meta final seja sempre a mesma, são vários os caminhos que podem conduzir a essa meta.
O objeto da pulsão é aquilo em que, ou por meio de que, a pulsão pode alcançar sua meta. A fonte da pulsão é entendida como o processo somático que ocorre em um órgão ou em uma parte do corpo e do qual se origina um estímulo representado na vida psíquica pela pulsão.
Freud também propõe a classificação das pulsões originais em dois grupos: o das pulsões do Eu, ou da auto conservação, e o das pulsões sexuais. As pulsões sexuais são caracterizadas como: numerosas, provêm de múltiplas fontes orgânicas, exercem de início atividades independentemente umas das outras e só mais tarde são unidas em uma síntese mais ou menos completa. A meta que cada uma persegue é obter prazer do órgão, somente depois de completada a síntese é que elas entram a serviço da função da reprodução, tornando-se então reconhecidas como pulsões sexuais. Também são caracterizadas por substituírem-se vicariante umas pelas outras e poderem trocar de objetos.
Os destinos das pulsões também foram identificados de acordo com as observações são: a transformação em seu contrário, o redirecionamento contra a própria pessoa, o recalque, a sublimação. A transformação em seu contrário, é descrita como desfeita em dois processos distintos: no direcionamento de uma pulsão da atividade para a passividade e na inversão do conteúdo, por exemplo, em pares opostos temos o sadismo- sadomasoquismo, e vontade de olhar- exibição.
O redirecionamento contra a própria pessoa se torna mais plausível se consideramos que no final, o masoquismo é um sadismo voltado contra o próprio Eu e que a exibição inclui a contemplação do próprio corpo o essencial nesse processo é a troca do objeto sem alteração da meta. As etapas da transformação do sadismo em masoquismo são presentadas e a partir desse esquema, conclui-se que não parece o haver um masoquismo original que não derive do sadismo.
No caso de exemplo da vontade de olhar, o esquema segue-se da mesma forma que o exemplo anterior só que com uma diferença, este possui uma fase anterior a ao item a do esquema, no início de sua atividade a pulsão de olhar é autoerótica, isto é tem um objeto, mas o encontra no próprio corpo.
Quanto às questões sádicas masoquistas, o sujeito tende a guiar sua pulsão no poder de outra pessoa que se torna o seu objeto (sadismo), em seguida este objeto é substituído e passa a ser o próprio sujeito. Logo este sujeito que antes era ativo passa a procurar outro objeto, mas como houve transformação pulsional da meta, esse deve ser o próprio o sujeito da ação, assim o antigo dono do papel torna-se passivo (masoquismo). Então se percebe que todo masoquismo tem derivações do sadismo. Porem existe possibilidades de haver o direcionamento da pulsão contra si mesmo sem passar para a sequência masoquista, através da compulsão. A compaixão no meio das questões sádicas é tida como uma formação reativa contra a pulsão.
Em seguida Freud destaca a análise do par exibicionista, onde ocorre o ato de ficar olhando como atividade para um objeto estranho. Pela via da comparação se troca de objeto. Logo ocorre a renúncia ao objeto e a reorientação para o próprio corpo, finalizando na introdução de um novo sujeito. Desta forma percebe-se que toda moção pulsional parece ter um destino ambivalente onde há deslocamento de meta por um lado, substituição do objeto e redirecionamento contra a própria pessoa.
Logo Freud acrescenta a introdução do narcisismo na reflexão, autoerótico passa a ser, portanto a pulsão em grande parte de olhar a si próprio. A pulsão narcísica é abandonada, assim o objeto pode ser tornar o outro. Na pulsão do olhar passivo, há um retorno ao objeto narcísico. Dessa maneira, todas essas fases são orientadas por um processo de ruptura e de cisão do eu com o mundo e de identificação, onde se troca o Eu por outro. Tudo isso depende da organização narcísica do EU.
A qualidade da pulsão fica comprometida quando se pensa na meta sádica que não consiste com as metas pulsionais, entretanto há contextos que esclarecem esta implicação, no caso da diversidade das pulsões. Por conseguinte Freud introduz meta, que nada mais é do que a satisfação obtida quando o estado de estimulação é suspenso. Outro fator discutido é o par amor e ódio que tem um papel de extremo interesse, mas não se encaixa no desenvolvimento das pulsões e seus destinos.
Portanto ao se aprofundar no estudo das pulsões, a teoria freudiana coloca-se na fronteira de outros campos do conhecimento. Freud, aliás, expressou mais de uma vez a esperança de que uma contribuição maior para o conhecimento das pulsões pudesse vir de outras áreas do conhecimento, principalmente das ciências biológicas. Isto não implica, entretanto, em reducionismo, pois o que vai ocorrer com estas forças na vida psíquica dependerá do que se passa ao nível psíquico, e em especial, do trabalho realizado ao nível dos desejos e das fantasias inconscientes. Finalizando, nenhuma das pulsões é menos essencial que a outra, sendo que nenhuma delas pode operar isoladamente, uma vez que determinada quantidade de um lado, modifica o seu objetivo, ou em determinados casos, possibilita a consecução desse objetivo.
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