Hepatite viral
Relatório de pesquisa: Hepatite viral. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: alinesartori • 23/6/2014 • Relatório de pesquisa • 3.313 Palavras (14 Páginas) • 287 Visualizações
EPIDEMIOLOGIA
As hepatites virais são doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos,
com tropismo primário pelo tecido hepático, que apresentam
características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais semelhantes,
porém, com importantes particularidades.
A distribuição das hepatites virais é universal, sendo que a magnitude
dos diferentes tipos varia de região para região. No Brasil, também há
grande variação regional na prevalência de cada um dos agentes etiológicos.
As hepatites virais têm grande importância pelo número de
indivíduos atingidos e pela possibilidade de complicações das formas
agudas e crônicas.
Hepatite Viral A
Trata-se da infecção causada por um vírus RNA classificado como sendo da família Picornavirus, transmitida por via fecal-oral e que atinge mais freqüentemente crianças e adolescentes. O vírus A é a causa mais freqüente de hepatite viral aguda no mundo.
O vírus tem distribuição universal e é transmitido basicamente pela via fecal-oral. A água e os alimentos contaminados com fezes com vírus A são os grandes veículos de propagação da doença. Água contaminada pode provir de esgotos e, de alguma maneira, entrar em contato com os alimentos. Sabe-se que o vírus A pode sobreviver longos períodos (de 12 semanas até 10 meses) em água e que moluscos e crustáceos podem reter e acumular o vírus até 15 vezes mais do que o nível original da água.
A transmissão é mais comum quando há contato pessoal íntimo e prolongado dos doentes com indivíduos suscetíveis à infecção. Observa-se a presença do vírus A no sangue e nas fezes dos indivíduos infectados duas a três semanas antes do início dos sintomas e, nas fezes, por cerca de duas semanas após a infecção. Conseqüentemente, os maiores fatores de risco são o convívio familiar, especialmente com crianças menores de seis anos, a alimentação preparada por ambulantes e os agrupamentos institucionais (militares, creches, prisões). De uma maneira geral, em cerca da metade dos casos de hepatite A não se identifica a fonte de contágio. A disseminação está de acordo, diretamente, com o nível socioeconômico da população.
A gravidade do quadro clínico está diretamente ligada à idade do paciente. Icterícia costuma estar presente em < 10% das crianças com idade inferior a seis anos, em 40-50% daquelas com mais idade e em 70-80% dos adultos. Nos pacientes que não desenvolvem icterícia, os vírus comportam-se da mesma maneira, disseminando-se no meio ambiente, antes do diagnóstico ser suspeitado. Esse é um dos motivos porque o isolamento do paciente, e de seus contactantes, costuma ser uma medida pouco eficaz para conter a disseminação da doença.
A doença é autolimitada e considerada benigna. Deve ser ressaltada, porém, a existência de "formas atípicas" da hepatite e que, dada a sua alta incidência, é a principal causa de insuficiência hepática aguda (hepatite fulminante) em nosso meio.
A principal via de contágio do vírus da hepatite A é a fecal-oral; por
contato inter-humano ou através de água e alimentos contaminados.
Contribui para a transmissão a estabilidade do vírus da hepatite A
(HAV) no meio ambiente e a grande quantidade de vírus presente nas
fezes dos indivíduos infectados. A transmissão parenteral é rara, mas
pode ocorrer se o doador estiver na fase de viremia do período de
incubação. A disseminação está relacionada com o nível sócio-econômico
da população, existindo variações regionais de endemicidade de
acordo com o grau de saneamento básico, de educação sanitária e das
condições de higiene da população. Em regiões menos desenvolvidas
as pessoas são expostas ao HAV em idades mais precoces, apresentando
formas subclínicas ou anictéricas, que ocorrem, mais freqüentemente,
em crianças em idade pré-escolar. A doença é autolimitada e
de caráter benigno. Menos de 1% dos casos pode evoluir para hepatite fulminante. Este percentual é maior em pacientes acima dos 65 anos. Pessoas que já tiveram hepatite A apresentam imunidade para esse tipo de agravo, mas permanecem susceptíveis às outras hepatites.
Hepatite b
O vírus da hepatite B está classificado na família HepaDNA. Devido à sua alta especificidade, o VHB infecta o homem, que constitui o reservatório natural. O risco de desenvolver doença aguda ictérica aumenta com a idade do paciente, inversamente à possibilidade de cronificação. Quando os recém-nascidos entram em contato com os vírus B há 90% de chance de se tornarem cronicamente infectados; quando a infecção ocorre aos cinco anos, a possibilidade cai para 30-50%, sendo a taxa reduzida para 5-10% se a infecção ocorre em adultos. A infecção pelo vírus B é considerada alta onde a prevalência do AgHBs+ é superior a 7% ou a população evidencia infecção prévia (Anti-HBc IgG+) em taxa superior a 60%. São considerados de endemicidade intermediária aqueles locais onde a prevalência de infecção se situa entre 20 e 60% (Anti-HBc IgG+) e o AgHBs+ entre 2 e 7%. As áreas com AgHBs+ < 2.0% são definidas como de baixa prevalência, sendo pouco freqüente, nessa circunstância, a infecção neonatal14. Nessas regiões, os grupos de risco para VHB serão definidos, fundamentalmente, pelo comportamento individual e social: profissionais da área da saúde, homossexuais masculinos, usuários de drogas intravenosas, prostitutas, pacientes em hemodiálise.
A transmissão do vírus B se faz através de solução
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