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MAL DE CHAGAS. Argentina x Brasil

Por:   •  5/12/2019  •  Resenha  •  459 Palavras (2 Páginas)  •  227 Visualizações

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IAGO LUIZ OLIVEIRA RIBEIRO 89442

CHAGAS: REALIDADES BRASILEIRA E ARGENTINA.

Em “Chagas: un mal escondido” somos apresentados a realidade das comunidades periféricas e rurais da Argentinas que convivem com problemas típicos de regiões marginalizadas: ausência de planejamento comunitário e residencial, falta de saneamento básico e de acesso a informações sobre saúde e higienização alimentar e domiciliar, baixíssima estruturação das residências e sensibilização da população a comportamentos de risco. Esse contexto de abandono se relaciona íntimamente com a disseminação negligenciada da doença de chagas entre os habitantes.

Os que ocupam esses territórios pertencem às classes sociais mais desfavorecidas e portanto não apresentam os recursos necessários para promoverem, espontaneamente, as modificações estruturais necessárias no combate do barbeiro, o que contribui para sua proliferação nas lacunas das paredes das residências, muitas vezes de argila ou pau-a-pique. Com a prevenção comprometida, resta aos acometidos apenas o tratamento paleativo, que em geral é tardio visto que a doença de chagas pode ser assintomática até o quadro atingir grande evolução.

Por ser negligenciada, muitos casos registrados se dão por transmissão vertical, ou placentária, quando mães contaminadas passam T.cruzi para o recém nascido. Outros tantos são infectados por transfusão de sangue, quando não se examinava o sangue para esta questão em pacientes, que não apresentam sintomas típicos. Esta forma de disseminação da doença foi a responsável por distribuí-la à outras regiões do planeta, que historicamente não contavam registros de casos de chagásicos.

Por não conhecerem a doença os países do hemisfério norte não checavam nos exames dos bancos de sangue e, por receberem imigrantes contaminados, contribuíam para o aumento dos casos. O filme é inclusive dito como grande contribuinte para a conscientização dos profissionais da saúde e governos acerca da doença de chagas e como prevenir sua dispersão.

 

O Brasil registra historicamente casos de chagásicos, por estar na região de distribuição do vetor na América do sul, e compartilha dos mesmos problemas estruturais nas populações marginalizadas. Dados oficiais apontam para milhões de brasileiros vitimados. Aqui a transmissão pelo Triatoma infestans é considerada interrompida, embora tenha status de zoonose por afetar outros organismos próximos aos humanos. A transmissão vertical e por transplantes ainda é realidade, e a por ingestão de alimentos contaminados com o vetor, via oral, é tida como a principal fonte de novos casos por ano.

Embora estudos mostrem uma relativa diminuição proporcional dos casos com o passar dos anos, a taxa ainda é variável e apresenta anos com algum crescimento. A maioria dos casos é da região norte do país. Como existem milhões de cidadãos portadores do protozoário, e o vetor ainda é presente no país e conta ainda com outros possíveis substitutos, médicos apontam para a importância de não admitir vencida a batalha contra o mal de chagas. É necessário que não se encerre o debate.

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