MEDICINA INDIANA E PRÉ-COLOMBIANA
Por: laraffh21 • 21/5/2018 • Trabalho acadêmico • 2.396 Palavras (10 Páginas) • 448 Visualizações
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CENTRO DE CIÊNCIAS MÉDICAS
UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI - UNIVATES
CURSO DE MEDICINA
HISTÓRIA DA MEDICINA NA ÍNDIA E AMÉRICA PRÉ-COLOMBIANA
Lara Faria Fernandes Heringer
Lajeado, Maio de 2018
Lara Faria Fernandes Heringer
HISTÓRIA DA MEDICINA NA ÍNDIA E AMÉRICA PRÉ-COLOMBIANA
Pesquisa sobre a história da medicina na Índia e na América Pré-colombiana, apresentada na disciplina de estudo da medicina I, do curso de Medicina da Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES, para complementação da 1º nota do semestre.
Professores: Marcos Rogério Frank e Claudete Rempel
Lajeado, Maio de 2018
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2 MEDICINA NA ÍNDIA............................................................................................... 4
3 MEDICINA NAS SOCIEDADES PRÉ-COLOMBIANAS.......................................... 6
4 CONCLUSÃO......................................................................................................... 10
5 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 11
1 INTRODUÇÃO
A História relata como decorreu a vivência humana através dos tempos. Investiga-se os hábitos, a alimentação, as atividades diárias e o ambiente a qual o homem estava inserido. Ao longo dos tempos, independentemente do local ou cultura, a doença foi algo inerente ao homem, e todos, em diversas épocas buscavam o alívio dessa. A medicina que consiste em técnicas, práticas e conhecimentos utilizados com a finalidade de busca do bem-estar e alívio da dor é inerente aos povos e através dela são expressas diversidades culturais, religiosas e territoriais. Este trabalho tem como finalidade a compreensão de como a medicina era praticada na Índia e nas sociedades Pré-colombianas.
2 MEDICINA NA ÍNDIA
Índia é a maior democracia do planeta, uma nação construída com mais de 3 mil anos de tradições, com intensa devoção e rituais. Localiza-se na Ásia Meridional e divide-se em região sul correspondente a península do Decan, região norte correspondente a cordilheira do Himalaia e região central de planícies onde se em encontram os rios Indo, Ganges e Bramaputra. Por volta do ano 1500 a.C. surgiu a civilização Védica, que como legado deixou os principais textos do hinduísmo (os Vedas), os poemas épicos indianos (Ramáiana e Maabárata). Alguns pontos importantes da organização desta sociedade são registrados nos textos. A terra era propriedade comum, cultivada e a produção destinada ao consumo imediato e o que sobrava era comercializado pelo estado, havia sistemas de drenagem e irrigação do solo. Nesta sociedade desenvolveram-se cargos como cobradores de impostos, guardas, burocratas que eram juízes, inspetores das águas, brâmanes ligados aos cultos, brâmanes astrólogos que viviam à custa da comunidade. Já havia escravos por dívidas e acentuada desigualdade social, que já não eram explicadas pelo bramadismo. O budismo pregava a passividade, diante de diversos conflitos.
A medicina indiana tem início nos escritos Ayurveda (“O Veda da longevidade”), um grande tratado médico com grande cunho religioso. Possui mil capítulos em seu texto original, que estão dispostos em cem mil versículos (Shlokas), que são divididos em Ashtânga. Cada capítulo trata de uma área diferente; são eles:
- Shalya: fala remoção de um fator irritante do corpo (cirurgia), como um corpo estranho, um feto morto retido intrauterino, drenagem de ferida com pus e indica os instrumentos necessários.
- Shalakya: Cirurgia dos olhos, nariz, orelhas e garganta.
- Kayacikitsã: Descreve plantas com propriedades medicinais
- Bhutavidya: Ensinamentos para tratamento com espíritos mortos, demônios e doentes possuídos.
- Kaumarbhritya: Trata de recém-nascidos e mulheres grávidas.
- Agadatantra: refere-se aos venenos
- Rosayana ou Jarã: Fala sobre ervas afrodisíacas e rejuvenescedoras
- Vajikarana ou Vrisha: Discorre sobre as propriedades afrodisíacas.
Outro princípio da Ayurveda é o entendimento do corpo humano como composição de cinco elementos fundamentais: Dhatu (éter), Vayu (Vento), Agni (fogo), Jata (água) e Bhumi (terra). O desequilíbrio em algum desses elementos geraria a doença. Este entendimento se assemelha aos gregos que desenvolveram a teoria dos quatro humores: sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra e influenciaram muito a medicina indiana.
A medicina hindu atingiu um alto estágio. Os médicos indianos tinham conhecimento de substâncias anestésicas como o ópio e a Rauwolfia serpentina, e com isso realizavam cirurgias, possuiam instrumentos cirúrgicos semelhantes aos utilizados atualmente e fios de sutura feitos com tendões de animais, cânhamo, cabelos e fibras vegetais. Entretanto a forma mais intrigante de sutura foi criada para os ferimentos intestinais: a sutura era feita com ferrões da Formiga Negra de Bengala.
Para os indianos a alimentação era causa principal do desequilíbrio desses elementos e consequente desenvolvimento de doenças. Por consequência, tinha-se cuidado com a higiene e a dieta.
Os tratamentos empregados consistiam em afrodisíacos empregados com a finalidade de fortalecer o organismo e vegetais para cura que eram consumidos em rituais.
Para a doutrina Ayurveda a doença se divide em três classes: As curáveis, as que podem melhorar e as incuráveis. E que são consequência de castigos de vidas anteriores.
A estruturação da medicina Indiana possui larga base nas teorias religiosas. Para a Ayurveda os deuses curadores mais importantes são Ashvim (médico dos cegos, desnutridos e dos que sofrem de fratura), Rudra (duplo caráter) que se transforma em Shiva e Varuna (a doença é entendida como pecado contra Varuna).
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